36. Torn Old Sepia Photographs Show

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[N/A]: Esse capítulo é um flashback. Boa leitura.

As memórias são como fotografias velhas e encardidas, um preto e branco sem vida, se ajuntando silenciosamente na mente de todos para formar uma história. Que presente e passado seriam aqueles, se interligando em um sublime momento apenas para revelar desgraças sem fim?

X

21 ANOS ATRÁS

Era, mais uma vez, noite de lua cheia. Atrás das montanhas, criaturas mágicas uivavam. O quarto estaria totalmente mergulhado no breu se não fosse pela pequena vela que ainda cintilava. A ventania estava fraca — talvez fosse por isso que suas chamas ainda seguravam firme.

Uma cama desarrumada cobria o lado direito do aposento, ao lado de uma cômoda marrom escura. A garota deitada se remexia incontrolavelmente em cima dos lençóis, beirando ao estado de insônia. Estava bastante preocupada — sentia que havia algo errado, mas não sabia o quê.

Ela se levantou calmamente, calçando as pantufas de Chocobo branco que havia ganhado de seu pai no ano passado. Com mais um bocejo, atravessou o corredor de modo preguiçoso, indo na direção do quarto ao lado. A lareira estava apagada por conta da estação, sendo agora um mero objeto decorativo. Do outro lado da interseção, estava a cozinha.

Apenas duas batidas contra a porta de madeira foram o suficiente para ela decidir que estava apta a entrar.

— Mâe? — Ela chamou baixinho.

O quarto estava iluminado pela luz vinda da janela, sem velas. No centro, uma cama de casal de tamanho médio ocupava o ambiente, a qual sua progenitora estava deitada, trajando seu pijama.

— Qual o problema, Gemma?

Ela passou os olhos pelo ambiente inteiro, constatando que quem ela realmente procurava não estava lá.

— Onde está o papai?

— Ele ainda deve estar lá fora, provavelmente. — A mulher de cabelos negros sorriu, orgulhosa de quão carinhosa sua filha era. Entretanto, fofura não seria o suficiente para ela conseguir se safar de estar acordada à aquela hora da noite. — Agora, volte para seu quarto e durma, o.k.?

— Entendido, mamãe.

Mas Gemma não deu ouvidos.

X

Do lado de fora, o clima estava ameno. O calor não era tanto para fazer a garota suar, então estava tudo o.k. Gemma sentia seus pés formigarem de ansiedade, já a levando para o caminho trilhado várias vezes em sua mente. Ela não sabia o porquê, mas tinha uma ideia de onde seu pai estaria.

Entre arbustos, árvores e pequenas casas do vilarejo, havia um lago de tamanho médio. Provavelmente era o afluente das águas de uma cachoeira que existia ao Norte, servindo para a agricultura e criação de gado. A divisão de povos e terras também se dava por meio da mesma, assim sendo de extrema importância para todos da Vila.

A aura do Vilareijo era sempre a mesma, para ser sincero. Os moradores eram suficientemente amigáveis, sempre prestando ajuda para aqueles que precisavam. Mas a coisa era que Gemma podia ser nova, mas ela não era burra. Os murmúrios que iam e vinham por aí não haviam escapado seus ouvidos na maioria das vezes.

Todos estavam, de fato, ansiosos com tudo que Desmond havia trago consigo quando chegou. O controle da magia e a navegação pelos céus, tudo havia sido ensinado pelo mesmo. Tais eram coisas realmente nunca vistas antes. Para a Vila e para o mundo, ele era uma espécie de Ancião. No entanto, em casa, ele ainda continuava sendo um pai. E Gemma definitivamente se preocupava com seu pai.

Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]Onde histórias criam vida. Descubra agora