31. Legends are told

238 16 17
                                    

O prisioneiro já estava no mesmo lugar faziam dias, quem sabe até mesmo semanas. Louis realmente não tinha consciência de tal fato, uma vez que não haviam relógios rodando na parede, aquele som de tic-tac periódico, muito menos janelas na câmara em que o homem se encontrava.

Será que era assim que os prisioneiros de Baron se sentiam?

Não. Ele não podia pensar assim. Não era um criminoso, não havia feito nada de errado. Era uma questão de justiça. Havia tentado proteger Harry e somente isso. E que mal havia em proteger quem você gosta, afinal?

Aparentemente, Golbez e sua capa teletransportadora de pessoas não achavam isso nada bonito, então tal coisa era motivo o suficiente para sequestra-lo.

E bem, é aí que a situação de Louis se explica por si só: preso numa torre alta, amarela e com azulejos bonitos contornando as paredes, como se contassem histórias que ele não consegue entender.

O homem de olhos azuis bufa, logo sentindo um arquejo de dor ao ser punido por seu movimento repentino: seus braços e pernas estavam acorrentados em uma grande guilhotina, pronta para dar o bote assim que Golbez decidisse que era a hora.

Não havia escapatória. O garoto teria que simplesmente esperar por um milagre. Ou por Harry, quem sabe, já que o homem muito provavelmente estava procurando por sua pessoa a medida que os segundos se passavam.

Há um estrondo atrás da porta da câmera, então os cliques batendo contra o chão podem ser claramente ouvidos. É a aproximação da serpente sobre sua presa, onde Louis sabe que é um rato bastante apetitoso.

Porém, quando os portões se abrem e a respiração de Louis parece finalmente entrecortar o ar, a pessoa que o garoto vê é tudo, menos quem ele esperava.

Zayn.

X

O céu está escuro, e é a primeira vez que Harry percebe isso. É uma metáfora perfeita para o momento, ele decide, enquanto gira o mastro da aeronave majestosamente.

Escuridão. Isso é tudo que os quatro veem agora.

O que seria de Zayn quando Golbez conseguisse o que queria? Ele o mataria? O usaria como secretário pessoal e exclusivo pra quando ele conseguisse destruir o mundo?

Por que eles estão ali, afinal, tentando lutar contra tudo? Será que os Cristais realmente acreditavam nos cinco — ou melhor dizendo, quatro? O quão útil seria toda essa fé?

Folhas secas se transformam em fuligem, como o ciclo da vida é, como as coisas devem ser, as respostas estão bem na sua frente, e então de repente aquilo é tudo que lhe resta: doce e lenta destruição.

X

Ir e voltar para o Dwarf Castle sempre que alguma coisa dava errado já estava virando uma espécie de rotina. Os anões sempre os acolhiam, como as pessoas boas que eram, mas Harry não consegue deixar de pensar que ele e o resto do grupo estão sendo um empecilho para o Rei. Você sabe, deixando que Golbez consiga todos os oito cristais e tudo o mais.

— Mas se a gente for parar pra pensar... — A voz de Niall corta o silêncio do corredor ao que eles voltavam mais uma vez da Sala do Trono, agora com um plano já traçado em suas mentes. — isso meio que pode ser o destino. Vai que os Cristais querem que a gente vá para a lua?

Liam estala a língua, balançando a cabeça em negação.

— Não acho que a gente quase arruinando o futuro do mundo seja algo predestinado pelas pedras.

— Mas até que faz sentido. Talvez haja algo que a gente precise descobrir. — É a vez de Louis proferir.

— De qualquer modo, precisamos correr para Mysidia. Rezaremos para o que quer que seja que o Ancião acredita. — Diz Harry. — Ed já nos ajudou colocando essa... bem... essa furadeira na Direction. Agora poderemos alcançar a superfície.

Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]Onde histórias criam vida. Descubra agora