"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado." - Roberto Shinyashiki
Acordar, definitivamente, é um tormento para Harry. Não apenas para ele, mas qualquer ser humano, que tenha um pouquinho de consciência, preza por algumas horinhas a mais de sono.
E ele não estava agindo de maneira atípica. Acorda-lo pode ser comparado a desarmar uma bomba nuclear tendo apenas uma tesourinha de unha. A qualquer momento, ele podia explodir, e cortar o fio errado pode gerar um dia inteiro de mau humor.
Mas pela primeira vez no ano, - contando que na manhã de natal, Harry sempre era o primeiro acordar - ele acordou extremamente bem disposto, com uma vontade imensa de preparar um banquete para comer, mesmo que não fosse fazê-lo, de fato. Por hora tinha coisas mais interessantes para fazer.
Como por exemplo, se deixar levar pelos carinhos depositados em seus cachos, por uma mãozinha miúda e quente, tão quente que por muito pouco - mas muito mesmo - não ateou fogo no cacheado e o fez perder o controle.
E era assim que o cacheado funcionava ao lado de Louis, 99% insano e 1% sensato. Sua sensatez o fazia enxergar que em um segundo estava tudo bem entre os dois, mas isso podia mudar quando menos esperasse. Ele tinha que ser cauteloso, qualquer palavra dita errada, ou qualquer movimento em falso, poderia acabar com tudo o que tinham conquistado.
Estar com Louis é a mesma coisa que andar sobre ovos; ou ser cego e tentar se achar em meio à multidão; ou qualquer outra metáfora que pudesse exemplificar o grito que provoca a avalanche.
Louis é o grito. E Harry? Harry é a avalanche que vai desmoronar sem pensar duas vezes.
De toda forma, esses pensamentos negativos, não podiam atrapalhar este momento único que estavam tendo. Não podiam acabar com o sentimento único que estavam compartilhando neste exato momento. E ele não podia acreditar no que estava acontecendo.
Nem mesmo em seus sonhos mais loucos.
Louis tinha sido o primeiro a acordar, Harry sabia e temia. Temia que ele tivesse deixado a cama sem se despedir e temia ser acordado por trocentas palavras odiosas, que dilaceravam suas esperanças.
Mas, surpreendente, o oposto aconteceu. Louis ainda estava lá e agora, Harry estava em seus braços, sendo acariciado em todos os lugares que ele conseguisse tocar.
Seus dedos miúdos e firmes, traçavam vários caminhos pela pele leitosa e macia dele, que rapidamente ganhavam cor - e calor - ao que os dígitos do capitão lhe tocava.
Não precisava de muito para o cacheado estar em chamas ao ficar perto de Louis.
- Você é tão lindo quando acorda, sabia? - Louis disse incerto, com medo de que suas palavras lhe entregassem, mas logo se realizou de que nada ia adiantar, ele estava a mercê do cacheado e nem se importava, ao menos. - Na verdade, você é lindo acordado, dormindo, sorrindo, emburrado... É lindo mesmo tendo essa cara de sapo!
- Eu não tenho cara de sapo! - Ele resmungou ainda sonolento, se segurando para não bocejar e acabar com sua ceninha de falsa irritação. Esse fingimento foi uma tentativa, bem sucedida, de não deixar visível à força e o estrago que as palavras lhe causaram.
Um pequeno conjunto de palavras, que para Tomlinson podia não ter tanto significado, foi capaz de inflamar o coração de Harry, seu peito ardia e qualquer faísca podia conseguiria explodi-lo.
Ele disse que me acha lindo. Ele disse que me acha lindo, sóbrio. Só pode ser uma brincadeira de mau gosto... Ou um sonho, talvez.
- É claro que tem! Seus olhos são tão grandes, iguais aos sapos, mas nenhum deles têm a sorte de possuir íris tão esverdeadas e vibrantes... Você sabe o tamanho da paz que consegue trazer ao meu caos, apenas me olhando? Eu me sinto amparado, especial e protegido... - Louis sussurrou bem próximo aos lábios inchados.
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In Your Pocket | l.s |
FanfictionOnde Louis é homofóbico e a chegada de Harry na universidade traz diversas mudanças em sua vida. 《@hapiIarry e @cindigyc》