20. i'm telling you the truth, so please don't give up on me

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"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal." — Friedrich Nietzsche

O reflexo no espelho não estava apenas sua aparência costumeira. Na verdade, quando Louis correu para longe de Harry e voltou para a festa se enfiando no primeiro banheiro que encontrou, ele apenas não reconheceu sua imagem, porque neste momento, Tomlinson era uma bagunça de sentimentos. Uma bagunça suja, nojenta.

Sentia suas pernas bambas e uma vontade de se jogar no chão imundo - que os convidados deixaram daquela forma - para então fazer parte da sujeira, pois ele não era diferente.

Não sabia quanto tempo se passou desde quando resolveu chorar no banheiro, só sentia seus olhos ardendo de tanto que seus dedos esfregavam ali com força toda vez que algumas lágrimas caiam.

- Idiota. Idiota. Idiota! - Grunhia ao mesmo tempo que gritava abafado. Seus dedos esfregando seus olhos novamente, e ao levantar mais uma vez seu olhar para o espelho odiou dez vezes mais a imagem que via, o que levou levantar o punho direito e socar com força o vidro, depositando toda sua raiva ali, quebrando o espelho na hora.

Mas parece que tudo apenas piorou, já que com o soco o espelho se dividiu em diversos rachados, lhe dando a visão agora não apenas de uma unica imagem sua, mas sim diversas.

Louis gritou e se afastou, acabando por cair sentado ao chão e com as costas encostada na parede, segurando seu punho, que por sorte não havia cortado, porém, estava arroxeado, mas não poderia se importar menos.

Mesmo sentindo dor, ele largou seu pulso e enfiou a cabeça nos joelhos, chorando como uma criança que tinha se perdido dos pais, mas Louis havia se perdido de si.

Tinha certeza que se não fosse pela a música alta que tocava dentro da fraternidade, qualquer um que passasse escutaria seu choro escandaloso e desesperado, seguido de diversos ''não'' ''sujo'' "Harry'' que saiam de seus lábios.

Tomlinson estava tão alheio ao que acontecia ao seu redor, que não se deu conta que um cara do time de futebol entrou dentro do banheiro, se deparando com Louis encolhido e abraçando suas pernas, chorando alto.

- Capitão? - Perguntou o outro sem entender porque alguém como Tomlinson estava daquele jeito, alguém que sempre se demonstrou inabalável.

Mas com a mesma rapidez que o rapaz se aproximou ele foi afastado por um empurrão bruto que Louis o dera.

- N-não me t-toca! - Gritou o menor. O rapaz arregalou os olhos, não se importando de ter sido empurrado e estar caído ao chão. A imagem de Tomlinson o chocava.

Louis enxugou rapidamente as lágrimas que pairavam sobre suas bochechas e levantou em um pulo, se aproximando em passos rápidos e pesados ao corpo caído ao chão, pegando na gola da camisa do rapaz e o puxando fazendo-o se levantar de imediato.

Com toda a força que tinha, e raiva que exercia, tacou o rapaz contra a parede fazendo-o soltar um grito de dor.

- Se você abrir a boca pra alguém que me viu desse jeito, eu arranco seus dentes fora! Entendeu? - Era evidente que mesmo sendo um pouco demais Louis transmitia certeza naquilo que dizia.

- M-mas eu só... só estava tentando ajudar. - O outro disse, encarando os olhos azuis furiosos que ao mesmo tempo transmitia uma magoa que qualquer um poderia ver naquele momento.

- Pouco me importo! - Gritou o Capitão, batendo mais uma vez as costas do rapaz na parede - Eu espero que você tenha entendido o recado.

Louis continuou encarando o rapaz esperando algum tipo de afirmação vinda do mesmo, e então, o que o Capitão queria veio com um aceno rápido com a cabeça.

In Your Pocket | l.s |Onde histórias criam vida. Descubra agora