06. my thoughts they've slipped away my words are leaving me

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Não poucas vezes esbarramos com o nosso destino pelos caminhos que escolhemos para fugir dele." ― Jean De La Fontaine

Já se passavam bons minutos em que o silêncio havia se instalado entre os dois e nada de nenhum movimento do de olhos verdes, facilitando os devaneios do capitão. Que agora, por incrível que pareça, não fazia mais força para segurar o enorme corpo embaixo de si.

Louis não entendia meio terço do que estava acontecendo. Ele também não entendia a razão de se preocupar com a opinião do maior, ou com o fato de ficar totalmente insignificante ao seu lado.

Harry fazia com que o capitão se sentisse pequeno, frágil e desprotegido. Ele apenas não entendia e odiava isso.

Talvez ele fosse isso mesmo por debaixo dessa máscara que insiste em usar.

Depois da noite de ontem, em que se pôs a chorar no colo do maior, Louis temia em que sua reputação fosse arruinada por um ato falho. Ele realmente não queria desabar, não queria que Harry o visse daquela maneira. Porque ninguém nunca o viu tão desprotegido e sensível, nem mesmo Zayn.

E por mais que use todas as suas forças para negar, sentir os enormes braços de Harry envolta de si, foi maravilhoso.

Quando Harry tentou se locomover para sair dali, Louis teve de se inclinar o suficiente para equilibrar mais forças em suas mãos, evitando uma possível fuga, ou vingança.

Consequentemente seu peitoral se uniu ao do encaracolado e por estarem bem ofegantes, suas respirações tornaram-se uma só.

Eles mantinham o contato visual, principalmente Louis, que apesar de se perder em inúmeros pensamentos, não abandonou as fascinantes esmeraldas do cacheado. O mesmo fazia uma força do diabo para não se deixar levar pelos tristonhos olhos azuis do capitão.

― Me sinto tão estupido por pensar que você teria palavra, sabe? Mas você é tão repulsivo, que não consigo mais olhar em seu rosto sem ter vontade de avançar em você. ― As palavras de Harry quebraram o silencio e talvez, mas só talvez, tenham quebrado o capitão também.

Louis odiava a maneira como as palavras rudes de Harry o machucavam, ele realmente conseguia machuca-lo. Também odiava quando a voz de Styles era superior, odiava o jeito que ele sorria e suas covinhas apareciam, quando conseguia o humilhar. Odiava tudo no cacheado. Da cabeça aos pés, odiava de corpo e alma.

― Harry, presta bem atenção. Se eu tivesse batido no seu amiguinho, com certeza estaria me gabando. MAS EU NÃO TOQUEI EM UM FIO DE CABELO DELE! ― O corpo do menor se inclinou mais um pouco para tentar intimidar Harry com suas palavras, mas só tentar.

― Eu só... Não consigo acreditar em você. ― O encaracolado se encolheu um pouco, pois a raiva poderia dominar Louis há qualquer momento e como estava por baixo, sabia que o menor não hesitaria em desferir um soco em seu rosto.

― Que ótimo, vamos ficar aqui pra sempre. Não é um máximo? ― Tomlinson estava totalmente confiante no deboche que se arrastou em sua voz.

E depois de muita relutância, seus olhos azuis, agora preenchidos por um poderoso sarcasmo, se perderam nos verdes de Harry, que estavam repletos de raiva e decepção.

― Louis, sai! ― O tom de sua voz era sem emoção e ríspido, conseguindo atingir Louis mais uma vez. O capitão chegou a pensar que o hobby de Harry era machucá-lo.

E talvez fosse, mas como um garoto que mal o conhecia tinha esse enorme poder sobre Louis?

― Escuta, não te devo explicação nenhuma. Mas eu estou aqui, olhando no fundo dos seus olhos, te confirmando que não fiz nada com o viadinh- Liam. Será que dá pra acreditar em mim? ― Silêncio. Um silêncio ensurdecedor, que aos poucos foi deixando o capitão transtornado e fez o mesmo desejar a irritante voz de Harry, despejando aquelas palavras rudes.

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