Capítulo 13

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Os outros cinco nomes a se juntarem ao grupo foram convidados oficialmente. Todos eles aceitaram a proposta. São eles: Mago, Bambu, Exterminador, Zezão e Contador. O último, inclusive, será o contador da boca. Ele não tem esse apelido à toa.

Na sexta feira, precedendo um dia da invasão, os nove homens se reúnem na casa de João.

— Irmãos! Estamos aqui hoje para mudarmos a história de nossas vidas. Talvez nossas vidas terminem amanhã. Todas elas. Basta que o plano dê errado. Um pequeno erro pode aniquilar todos. Então peço que todos vocês ouçam com bastante atenção. Não podemos deixar furo. Também não podemos deixar ninguém desta lista vivo. Mas uma pessoa em especial eu quero pra mim. O motoqueiro. Eu não vou estar no local em que ele normalmente fica. Mas o grupo que for deslocado pra lá vai ter que me trazer ele vivo. Pode atirar, pode bater ou fazer o que achar melhor, mas quero-o vivo na minha frente. Todos entenderam? — João termina a primeira parte da explanação.

Todos balançam a cabeça consentindo.

— Cobra, mostre para todos como será feita à divisão dos grupos e os lugares onde cada um vai atuar. — Ordena João.

— Pessoal, nos dividiremos em quatros grupos. João vai ficar com Contador. Pedrão irá com Zezão. Minhoca fica com Bambu. Eu ficarei com Mago e Exterminador.

— Mas porque o seu grupo tem que ser o maior? — Pergunta Contador.

— Vocês vão saber agora. São quatro pontos em que eles ficam se revezando no sábado. A base fica sempre três. Quem vai ficar responsável pela tomada da base é João e Contador. Os três pontos de venda têm revezamento constante para não ter problemas com os consumidores. Dos três pontos de venda, um é a menina dos olhos deles. É o que vende mais. Fica próximo da rua principal do bairro. Em cada um dos pontos ficam três pessoas. No sábado a boca abre às oito horas da noite. O revezamento nos pontos acontece de duas em duas horas. Só que há um detalhe interessante. Dos dois pontos secundários saem uma pessoa de cada, e vai até a boca principal para render as duas outras pessoas que vão para esses pontos secundários. Então às dez horas e cinco minutos da noite de amanhã, no campo de Dona Lourdes terão cinco pessoas, e nos demais pontos terão duas pessoas cada. Eu, Mago e Exterminador atacaremos o campo, Pedrão e Zezão atacarão o Barenco, e Minhoca e Bambu irão atacar a Ponte. Alguma dúvida?

— Como nós vamos dar conta de cinco? — Pergunta Mago.

— Aí vem à próxima etapa. É com você minhoca.

— Todos sabem que o dono da boca é quem está financiando esta invasão. De acordo com o que foi dito, ele nos enviou um armamento muito poderoso. Um fuzil de fabricação russa. O AK-47. Essa arma, na prática, dispara noventa tiros por minuto.

Minhoca pega uma arma para cada um dos homens presentes, inclusive para ele. Em seguida, continua falando.

— Estão vendo esta alavanca aqui? — Todos fazem que sim com a cabeça.

— Basta aciona-la para ativar o modo automático. Se alguém de vocês quiser dar apenas um tiro, basta desfazer o processo. Mas talvez isso não seja preciso, pois cada um de vocês vai carregar, além do fuzil, uma pistola. Essa será para casos especiais. Se por acaso acabar a munição do fuzil, ou, se por algum motivo, alguém tiver que fugir sem carregar quatro quilos e trezentos gramas a mais.

Todos que ainda não sabiam que tipos de arma iam levar para guerra ficam a boca aberta. Eles seguravam o fuzil com carinho. Acariciava cada parte dele com suas mãos. Pareciam que iam ter um orgasmo. Depois desse momento de admiração, todos começaram a manusear as armas. Minhoca foi passando as instruções de como fazer. Não foi difícil, pois todos os nove homens já estão acostumados a pegar numa arma.

Depois de algum tempo, quando todos já estavam familiarizados com o armamento, João pede a atenção.

— Pessoal, está faltando um detalhe. Por favor, Pedrão, fale para eles.

— Estou com alguns rádios de comunicação aqui. São quatro rádios no total. Eles ficarão comigo, João, Cobra e Minhoca. Se por acaso algum de nós for ferido, o companheiro assume o rádio. Lá eles usam duas frequências. Uma para ouvir o rádio da polícia, e outra para se comunicarem. Nós sabemos que frequências são essas, mas antes de nos separarmos, iremos fazer um teste para saber se a nossa frequência é segura. O João está levando com ele mais um rádio de comunicação para entrar na frequência dos caras. Alguma pergunta?

— Como usamos este rádio de comunicação? — Pergunta Minhoca.

— É fácil. Este botão que gira, é para ajustar a frequência. Este botão lateral para apertar você irá utilizá-lo quando for falar com alguém. Para ouvir alguém basta deixar o rádio ligado na frequência certa.

Todos ficaram testando o rádio de comunicação. Ouviram o que estava rolando na boca, mas João cortou rapidamente o barato de todo mundo.

— Acho que já foi suficiente para todos nós sabermos o que vamos fazer amanhã. Só peço que todos sigam as instruções e sejam pacientes. Amanhã às quinze horas todos aqui em casa. Cobra, Minhoca e Pedrão ficam aqui mais um pouco.

Os outros cinco foram embora. João montou um esquemade vigilância para não ter nenhuma surpresa nesta noite que antecede a invasão.João confiava muito nos outros cinco, mas desconfiando sempre.h��/�O

Em nome de JoãoWhere stories live. Discover now