Orlando tenta se esconder. Ele já está sabendo de Xavier e de Wallace. As notícias correm rápidas nesses lugares. Ele vai para a casa da namorada. É o único lugar em que ele conseguiu pensar para se esconder.
Ele inicia a sua caminhada. Sai da casa onde costuma se esconder e usa de QG para esconder as suas armas, e vai em direção a casa de Clara. Ela mora a três ruas de onde Orlando está. Normalmente este é um pequeno percurso, mas hoje, com certeza, será uma longa caminhada onde tudo pode acontecer.
As pessoas veem Orlando armado até os dentes e entram para as suas casas, pois sabem que coisa boa não é. Ele anda com cautela pelas ruas. Procura ir sempre pelas calçadas, para que João e seus amigos não o veja. Ele consegue chegar na primeira rua intacto. Não vê ninguém. Apenas moradores assustados entrando em suas casas. Continua a caminhada. Ouve vários disparos e se joga no chão. Nenhum deles o atingiu. Na verdade era um soldado de João soltando fogos avisando que a polícia está chegando próximo do local. Ele procura de onde vieram os fogos. Consegue enxergar o soldado em cima de uma laje, poucos metros de onde está. Ele pega a sua AK-47 e dá uma rajada de tiros. O soldado cai. Parece que Orlando o acertou. Mas logo em seguida ele levanta e desce correndo da laje, sumindo da vista de Orlando.
O soldado corre se afastando do lugar. Ele para. Pega o telefone celular e liga para João.
— Alô! João?! Sou eu.
— Oi, pode falar.
— O que está acontecendo maluco? Orlando descarregou uma AK-47 em cima de mim.
— Ele o quê? Aquele filho da mãe. Escuta! Ele tentou me derrubar hoje. Entregou tudo para a polícia. Temos que pegá-lo. Você sabe para onde ele foi?
— Ele estava duas ruas antes da casa da namorada. Talvez esteja indo para lá.
— Ok. Você vai voltar para o local onde ele estava quando atirou em você. Eu e os outros vamos para casa da namorada dele por cima. Vamos cercá-lo e acabar com esse desgraçado.
— Tem outra coisa João.
— O que foi?
— A polícia está chegando.
— Eu sei. Vamos acabar com Orlando e depois cada um vai se esconder em algum lugar seguro.
Orlando continua a sua caminhada até a casa de Clara, andando pelos cantos das calçadas para conseguir passar despercebido. Apesar de que depois daquela rajada de tiros, é impossível alguém não percebê-lo ali. O soldado segue em direção ao local onde Orlando estava quando atirou nele. Fica lá de tocaia.
Cobra dirige o carro também na direção da casa de Clara. Faz o caminho contrário ao que Orlando está fazendo. Assim, eles o cercam. Ele para o carro um pouco antes da casa dela de tal maneira que não dá vista para o portão da casa. Os três descem do carro e andam em direção a casa. Eles avistam Orlando a poucos metros do portão da casa. João não consegue se conter. Ele levanta a pistola 42 e começa a disparar. Ele não consegue atingir Orlando e, após alguns minutos dentro do quintal da casa de Clara, sai correndo voltando pela rua. O soldado ouve os tiros e corre em direção ao local.
Então se inicia um tiroteio. Orlando saca duas armas e começa a disparar, ora em direção a Cobra, João e Minhoca, e ora em direção ao soldado. O soldado tenta se esconder atrás de um poste. Ele é magrinho. Os outros três se abaixam atrás de um carro que está parado na frente do portão da casa de Clara. Na hora em que o soldado sai de trás do poste para atirar em Orlando ele leva um tiro certeiro. No coração. Depois outro no braço e mais um na perna. Ele cai. Já não respira mais. O sangue fresco sai do seu corpo de encontro com a rua. Escorre entre as frestas da rua. Mais um.
YOU ARE READING
Em nome de João
Любовные романыJoão tem uma infância tranquila e feliz que é interrompida de forma brutal. Após recomeçar a sua vida, e fazer novas amizades, ele retorna a sua origem para comandar o império do tráfico de drogas. Esta estória é baseada em contos ouvidos em convers...