Capítulo 2 - Efeito caloroso

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No dia seguinte, eu acordei cedo. O relógio não estava sob minha visão, pois estava do outro lado de Maxon. Mas, de acordo que o próprio Maxon ainda não levantara, só poderia ser uma coisa. Ainda era cedo.

Fiquei olhando para Maxon, que dormia profundamente. Seus braços que a pouco tempo estavam ao meu redor, estavam agora jogados de qualquer jeito. Meu Deus, ele é lindo até enquanto dorme. Parece um anjo. O silêncio também era uma companhia aqui, e eu fiquei muito agoniada com isso. A única coisa que eu ainda ouvia, era a respiração baixinha de Maxon.

Nesse mesmo instante, o analisei de novo com os olhos, mas, desta vez o impulso de tocá-lo foi maior que eu. Não foi minha intenção acordá-lo, mas aconteceu... Seu sorriso apareceu logo em seguida. E era um sorriso tão contagiante, que me fez sorrir também. Ele abriu os olhos e seu sorriso continuava lá. E o meu também.

Ficamos nos olhando por um tempo que eu não sei determinar, já que eu ainda estava impossibilitada de olhar para o relógio. Maxon virou para o lado rapidamente, talvez para olhar as horas.

- Porque acordou cedo, minha bela? - perguntou ele acariciando minha bochecha.

- Bem, não tenho um motivo concreto. Eu só acordei - dei de ombros.

- Então, você provavelmente tem um motivo concreto por ter ficado me olhando, certo? - seu sorriso se alargou mais ainda.

- Claro que tenho. Você é o meu marido e eu tenho sim total direito de te olhar quando eu quiser - afirmei com um ar autoritário.

- Verdade. Você tem total direito de me achar um gato - provocou.

Tentei fazer cara de mal, fitando-o. Mas isso acabou gerando não só risadas de Maxon, como minhas também.

Depois do almoço, resolvi ir para a sala pouco movimentada do quarto andar tocar violino. Era um lugar tranquilo e reservado, então optei por tocar meu instrumento ali.

O som suave do violino me fazia lembrar muito o meu trabalho em Carolina. Eu amava o meu trabalho. Mesmo sendo cansativo, valia a pena se você gostava do que fazia. E, não foi porque me tornei uma rainha que deixei de fazer as coisas que gosto.

Mas, eu não tenho todo o tempo do mundo. Então, sempre que tenho um espaço de tempo faço algo que gosto para me distrair. Na maioria das vezes, na parte da tarde, ajudo Maxon em seu escritório com todas aquelas papeladas. Hoje ele me dispensou, dizendo que cuidaria de poucas coisas e que daria conta de fazer tudo sozinho. E, eu não costumo contrariar o que Maxon me pede. Quer dizer, só quando é necessário.

**

Aproximadamente meia hora depois, passei pelo escritório de Maxon para ver se realmente não queria ajuda.

- Oi - a porta estava entreaberta, então entrei.

Ele levantou o olhar para mim e sorriu, logo depois voltou a olhar para a pilha de papel em sua mesa.

- Oi, paixão - falou com doçura - só um segundo.

Sentei no sofá que ficava perto da sua mesa e esperei.

Passaram-se mais ou menos três minutos, e Maxon largou aqueles papéis e se voltou somente para mim.

- Desculpe. Vem cá. - chamou.

Levantei e fui até ele, quando cheguei perto o bastante ele me puxou para seu colo.

- Tudo bem - passei minha mão pelo seu rosto - Eu quis vir para ver se ainda não quer minha ajuda.

- Já estou quase acabando, não será preciso - seus lábios tocaram meu pescoço fazendo-me arrepiar.

- Que bom. Porque o resto da tarde eu te quero só pra mim.

- Só para você? - continuou beijando gentilmente meu pescoço.

- Aham - concordei.

- E onde Illéa se encaixa?

- Ficará bem sozinha. É só algumas horas, não vejo problema.

Ele abriu seu sorriso e quase imperceptivelmente sua boca voou encontrando a minha. Agarrei seus cabelos macios e sedosos, e ele pressionou meu quadril ainda mais contra si. Correspondia ao seu beijo desesperadamente, como um animal selvagem querendo atacar sua presa. De alguma forma que eu não sei bem, já estávamos de pé e meu corpo se incendiava contra o seu. Ele me apertou tanto contra si que fiquei sem fôlego, mas isso não me impediu de continuar beijando-o. Maxon se afastou quando não estávamos conseguindo respirar direito. A borda de sua boca estava avermelhada, e um pouco inchada. A minha com certeza estava no mesmo estado. Novamente, ele abriu um sorriso. Um daqueles sorrisos que Maxon sabe abrir. Sorri de volta, enquanto recuperava o fôlego. Me aproximei de sua orelha e com a respiração entrecortada, sussurrei.

- Te vejo mais tarde - e dito isso essa foi minha deixa.

**

Maxon passara a tarde toda comigo, e já a noite depois de termos saído do jantar, decidimos contemplar o céu estrelado na sacada do nosso quarto. Estava um pouco frio, acho que minha camisola era fina demais, mas os braços de Maxon ao meu redor o diminuía consideravelmente. O som irritante de alguns insetos nem me incomodava mais, eu só prestava atenção na lua cheia e em como o perfume de Maxon era bom. Isso tem virado costume entre nós, quase toda noite observamos as estrelas aqui da sacada. E às vezes vamos vê-las no jardim, mas são poucas as vezes que vamos até lá. As coisas são tão estranhas, porque algumas vezes que vou até o jardim fico me lembrando daquelas coisas ruins que aconteceram. Mas, em outras vezes, é tudo tão mágico, principalmente quando lembro do dia em que Maxon e eu nos conhecemos, e nas vezes durante a Seleção que tivemos vários encontros românticos. Não entendo. Mas espero entender rápido e deixar para trás o que passou.

- Está calada - Maxon me cutucou e eu soltei uma risadinha.

- Só estou aproveitando isso - apontei para o céu e depois fiquei de frente para ele.

Ele se aproximou de mim o máximo bastante, e calmamente colou seus lábios nos meus.

Coloquei meus braços em volta do seu pescoço, enquanto, de novo, seus braços agarravam minha cintura. Mas não de forma brusca como mais cedo, e sim com total gentileza. E isso me causava tanto efeito. Um efeito caloroso que somente ele é capaz de me causar.



Nota:

E aqui está o segundo capítulo!
Se puderem deixar suas opiniões ficarei muito grata.
Espero que todos gostem. Um beijo.

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