Capítulo 5 - Decidida

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Um tilintar. Alguns sussurros. Meus olhos sendo abertos.

Que horas eram? Já escureceu? Eu não sabia responder. Sentei naquela cama bagunçada, e cheguei a conclusão de todo dia mesmo dormindo com Maxon ao meu lado, eu que fazia essa bagunça sozinha. Só não me pergunte como. Ava, Mary e Lea estavam sussurrando algo e não notaram que eu havia acordado.

Meu pescoço doía um pouco, acho que dormi de mal jeito. Depois que May saiu eu voltei para o meu quarto e acabei cansando dos meus pensamentos, e assim dormi de qualquer maneira.

Passei a mão pelo cabelo tirando alguns fios soltos do meu rosto, e levantei colocando meus pés descalços no chão.

- Majestade, desculpem-nos pela nossa distração - disse Mary, vendo-me já de pé.

- Não tem problema, não se preocupem com bobagens - sorri.

- A senhora é uma das pessoas mais boas que eu conheço, sabia? - falou Lea com um sorriso nos lábios.

- E todas vocês são as pessoas mais adoráveis que eu conheço - meu sorriso se alargou mais um pouco.

Já era noite sim, e elas vieram me aprontar para o jantar. Tomei um banho não muito demorado, mas relaxante. Vestiram em mim um longo vestido azul escuro e saltos pretos. Coloquei apenas um gloss cor de pele nós lábios, e o mínimo de jóias. As meninas haviam ido embora, e eu desci para a sala de jantar. Maxon também havia acabado de chegar quando estava na entrada.

- América - ele se inclinou para dar-me um selinho e em seguida seus lábios subiram até a minha testa.

- Vem, vamos jantar - entrelacei minha mão na sua e entramos para dentro.

Todos estavam lá, Marlee e Carter, Aspen e Lucy. Maxon se sentou ao meu lado, cumprimentamos todos e depois nos voltamos para a comida que foi servida.

Comi o suficiente para não fazer meu estômago resmungar mais tarde, e quando Maxon acabou decidimos subir para nosso quarto.

Eu fui mais rápida que Maxon e coloquei minha camisola sem problemas, mas ele teve problemas na hora de tirar sua roupa. Ele estava tenso demais. O ajudei a tirar a gravata, e logo em seguida ajudei a tirar a sua camisa. Me deitei enquanto ele tirava sua calça. Alguns minutos mais tarde, o colchão afundou com um segundo corpo, e senti os braços protetores de Maxon à minha volta. Me virei ficando de frente para ele, e nossos olhares se encontraram.

- Você está bem? - sussurrei.

- Agora estou - respondeu com um pequeno sorriso.

- Hoje May me visitou - soltei uma risadinha lembrando do acontecimento.

- Como está aquela garotinha mais louca que você? - brincou.

- Sorte a sua de ela não esteja aqui para vê-lo chamá-la de "garotinha". Mas ela está bem. Beijando garotos. Quer dizer, um garoto.

Ele arqueou uma sobrancelha e depois riu. Ele fica tão lindo rindo.

- Meu Deus, eu lhe falei. Ela me fez jurar com o dedo mindinho que eu não iria contar a ninguém.

- Mas, eu não sou só um ninguém. Esqueceu de dizer a ela que eu sou seu confidente - murmurou com um ar charmoso.

- Ah, é? Talvez você tenha razão, mas se esqueceu de que ela chegou primeiro - sorri e ele me apertou mais contra si.

- Ok. Eu me rendo - disse ele.
Ele começou a brincar com o decote da minha camisola, se distraindo.

- Maxon - chamei e ele me olhou - Não... Tiveram notícias?

Eu não queria tocar nesse assunto, já que era muito desgastante e desconfortável, mas eu precisava saber se não tiveram informações de nada.

- Não - seus olhos agora pareciam frustrados - Nada.  Se eu tivesse, eu lhe falaria, minha querida. Sabe o que mais me incomoda além de saber que há homens estranhos soltos por ai que sequestrou uma garota inocente?

Homens estranhos. Seriam mesmo estranhos? As vezes as pessoas escondem coisas debaixo de nossos narizes e não percebemos nada. Não que eu estivesse desconfiando de alguém, mas nunca se sabe. Não se deve confiar muito em pessoas que ao mesmo tempo são próximas e distantes de você. Fiz que não com a cabeça, já que eu devia uma resposta a Maxon.

- O que mais me incomoda é não ter nem noção de o porquê de terem sequestrado-a. Eu, nem ninguém, entendeu o que foi isso. Talvez eles sejam covardes que abusam de garotas e agora resolveram começar a sequestrar. Não tem como saber.

Meus olhos se arregalaram só de pensar em algo assim. Se eles machucassem ela...

- Desculpe - suspirou Maxon, vendo que me assustou com aquele assunto. Ele me puxou um pouco para cima e beijou a minha cabeça.

- Tudo bem, eu... Você deve descansar um pouco.

Minha mão passava lentamente na cabeça de Maxon, fiz esse mesmo processo até que ele dormiu. Ele estava realmente muito cansado. Eu sei que o dia deve ter sido muito difícil, e eu disse-lhe para descansar não querendo continuar aquela conversa horrível. Eu estava sem sono, já que dormi praticamente o resto da tarde inteira. Confesso que me senti uma inútil por ter deixado Maxon fazer tudo sozinho hoje, mas ele mesmo disse para mim ficar longe por hoje e eu quase não hesitei. Eu devia ter ficado ao lado dele. Mas não, fiquei aqui simplesmente dormindo. Ou melhor, descansando - para não me deixar mais desapontada comigo mesma.

Mas Maxon sempre tem tentado me livrar dos problemas que acontece, e eu também não acho certo da parte dele. Nem tudo é felicidade, e não é porque estamos tendo problemas que ele irá me dispensar dizendo que cuida de tudo sozinho. Nós prometemos um ao outro que iríamos enfrentar tudo juntos. Que não iríamos deixar um ao outro. Mas não estamos cumprindo nossa palavra, e eu devo fazer algo. Amanhã será um novo dia, e com ele virá uma América decidida e não desanimada. Eu irei estar ao lado de Maxon o tempo inteiro, queira ele aceitar ou não.

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Nota:

Prontinho, está ai. Que estejem gostando, eu espero. Bem, como sempre peço, deixem suas opiniões para que possamos discutir um pouco sobre elas, e seus votos, por favor.
Postarei o próximo logo logo. Bjs.

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