Capítulo 8 - Suicídio

541 33 3
                                    

Duas semanas se passaram desde que Maxon chegara. Não tivemos informações que fossem ligadas aos sequestros. E, para completar essa angústia, meu coração se apertou quando Carter trouxe notícias de outros sequestros. Uma delas era Natalie. Eu quis pessoalmente ir ver seus pais, eles estavam tão infelizes que eu senti a dor deles. Já perderam sua filha mais nova há alguns meses atrás, e agora tiveram notícia de que sua outra filha fora sequestrada.

Mas Graças a Deus, um homem, não, na verdade um garoto, fora capturado. E hoje, nos iríamos fazê-lo falar tudo que sabe sobre esses malditos sequestros. Maxon acha que isso seje obra de um pequeno grupo de homens rebeldes, e eu concordo plenamente. Mas, para quê, eu não sei. E eu observei uma coisa muito estranha. Eles estão sequestrando somente as Selecionadas. E por castas. Foi daí que conseguimos capturar esse garoto. Eu acho que ele é algum tipo de informante, ou algo parecido.

O que esse suposto grupo rebelde, quer com essas garotas Selecionadas?
Eu não entendo. Não entendo mesmo. Maxon disse que agora com vários desaparecimentos, ele pedira na França um grupo de soldados. E também pedira para que quem quisesse, em Illéa, se inscrever ao recrutamento, todos seriam muito bem-vindos. Mas é muito provavelmente que os soldados da França só irão vir daqui há semanas, e até treinar os homens inscritos no recrutamento... E se houver mais sequestros? Isso tem que parar de acontecer. Alguém tem que dar um basta nisso!

Algumas pessoas acham que Maxon sendo o rei tem que fazer algo como isso de um dia para o outro. Mas não vêem que não temos noção dos significados disso. Não vêem que não tem como treinar soldados de um dia para o outro.

Desde o último ataque - antes de Maxon e eu nos casarmos - Maxon vem preparando soldados. Mas é complicado, não é como se "Ah, eu quero ser soldado, estou indo para o palácio". Existem técnicas, regras. Estamos fazendo o possível para que tudo dê certo.

E eu estou tão preocupada. Com tudo, para ser mais exata. Principalmente com Maxon. Ele não sabe o que mais se pode fazer. Nós achavamos que esses rebeldes tivessem ido para o inferno! Mas acho que eles estão de volta. E mesmo que seje um grupo pequeno, ainda assim é uma ameaça. E nós temos que pará-los. Devemos!

Meus olhos se levantaram do papel que eu estava preenchendo e olhei para um Maxon preocupado, do outro lado da mesa. Ele estava cansado. Parecia até magro. Maxon, que sempre é bondoso com todo mundo, não devia estar passando por isso mais uma vez. Deus, por que os bons sempre sofrem? E por que o mal que prospera? Só espero que esse jogo vire. E rápido.

Ele suspirou audívelmente e em seguida olhou em minha direção. Seu olhar era cansado. Num impulso, eu levantei da minha cadeira e fui até ele. Parei em sua frente e me inclinei para abraçá-lo. Eu preferia que fosse eu no lugar dele.

Maxon me puxou para si, como se precisasse de mim. Eu inspirei em seu pescoço, e uma lágrima solitária caiu do meu rosto.

- Maxon - sussurrei e afastei o abraço, segurando seu rosto com as duas mãos - Olhe para mim.

Ele me olhou fixamente. Seus olhos grudados nos meus.

- Eu quero que me escute, tudo bem? - eu queria protegê-lo. Protegê-lo de tudo.

- Sempre - ele sussurrou de volta.

Vendo Maxon tão abatido e desapontado consigo mesmo, provocou uma onda de dor dentro do meu peito. Ele se encontrava tão frágil aos meus olhos, que se eu encostasse muito, ele se quebraria em mil pedacinhos.

Mas eu sabia que pensar assim seria um grande equívoco. Maxon é, sempre foi, e será um homem forte. Forte não no sentido fisicamente, mas forte emocionalmente.

O RefúgioOnde histórias criam vida. Descubra agora