Capítulo 16 - O velho carpinteiro

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- Senhora? - em algum lugar no quarto, Mary me chamara.

Estava agoniada e ansiosa há mais ou menos uma hora desde que Maxon saira. Como ele não veio me dar notícias? E por que eu estou aqui nessa cama?

Impulsivamente me levantei, e me voltei para Mary que me olhava atenta e preocupadamente.

- Majestade? - ela chamou mais uma vez.

- Me ajude a vestir, Mary. Rápido, por favor.

- A senhora não vai fazer isso... - ela começou com um sorrisinho nos lábios, mas eu a interrompi.

- Estou perfeitamente bem, Mary. Juro. Não há motivo para ficar aqui de braços cruzados - balancei a cabeça, dando um sorrisinho também.

Ela cogitou por um pequeno instante, talvez tentando se decidir se era o certo. Mas logo se aproximou de mim e começou a me ajudar a vestir as anáguas e o vestido.

Ela penteou o meu cabelo e me ajudou a calçar os sapatos. Acho que ela tinha batido o recorde ao me arrumar em 20 minutos.

- Obrigada, Mary. Já vou - avisei antes de abrir a porta e sair pela mesma.

Eu não fazia a mínima ideia de onde Maxon estava, mas era provável que estivesse no Grande Salão. Comecei a andar apressadamente em direção ao mesmo, fiquei pensando se eu levaria uma bronca de Maxon por ter saído do quarto...

Um guarda estava passando pelo corredor, e ao passar por mim fez uma reverência. Quando levantou a sua cabeça logo tratei de perguntar só para ter certeza.

- Pode me informar se o meu marido está no Grande Salão?

- Está sim, Majestade - ele respondeu numa calma que fez meu estômago revirar.

- Obrigada - agradeci e continuei seguindo o caminho que levava ao Grande Salão.

Será que o homem veio porquê os rebeldes o mandara? Ou será que ele veio para ajudar a achá-los?
Acelerei o passo, ansiosa por alguma resposta.
Agradeci ao céus quando avistei o Grande Salão. Não me lembrava de ele ser tão longe do meu quarto.

Ouvi alguns murmúrios vindos lá de dentro à medida que eu me aproximava das grandes portas. As portas estavam entreabertas, com a proteção de um guarda. Não, não qualquer guarda.

- Posso entrar? - cochichei no ouvido de Aspen.

Ele se virou para mim com uma careta de susto.

- Meri? O que você está fazendo aqui? Não tinha que estar repousando? - suas palavras estavam cheias de pressa. Ou medo.

- É... Mas eu não consegui ficar lá sem saber de nada...

- América sendo América - ele soltou uma risadinha baixa.

Me lembrei de quando ele falava "essa é a minha garota" e um sorriso brotou em meus lábios. Apesar de tudo eu realmente não mudei. Minha vida mudou. Eu não.

- E então? - perguntei dispensando meus pensamentos.

Ele me olhou mais uma vez, com uma expressão indecisa.

- Acho que não posso deixá-la entrar...

- Vamos, Aspen. Me deixe entrar. Eu preciso saber o que está acontecendo! - falei suspirando pesadamente.

Os murmúrios ainda estavam ecoando pelo Grande Salão, o que só atiçou ainda mais minha curiosidade. Como eu queria ser uma mosca nesses momentos!

- Desculpe. Mas posso te dar umas informações que sei - ele deu uma breve pausa antes de continuar - É um velho carpinteiro. Ele apareceu no palácio todo ensanguentado e chorando por ajuda. Ele disse que trabalhava para os rebeldes porque foi obrigado, ou isso ou sua família seria morta. Palavras dele.

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