Capítulo 18 - O inesperado

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Eu não iria chorar. Não agora. Obriguei aquelas lágrimas idiotas que insistiam em sair a voltarem para dentro.

Eu não estava com raiva, não estava chateada. Porém, eu estava magoada. Como Kriss teve a coragem de me dizer aquelas palavras afiadas? Ela que sempre fora daquelas garotas educadas, certinhas...

Eu sei que ela ficou abalada por Maxon ter me escolhido, mas achei que ela tivesse superado...

Eu estava errada sobre isso. Certamente, ela usou as palavras de forma brutal para tentar aliviar a dor de não ter conseguido prender o coração de Maxon ao seu. Mas o que poderíamos fazer a respeito disso? A felicidade de uns é a decepção de outros.

Esse é o problema de muitas pessoas, de acharem que irão ter todas as coisas que desejam.

Eu não tinha raiva de Kriss, - exceto no momento, que foi inconscientemente, em que eu bati no rosto dela - até porque, eu teria ficado de coração partido se estivesse no lugar dela. Mas quem deu a ela o direito de me julgar? De inventar coisas à meu respeito só para ter a chance de me ver machucada?

Frustrada, continuei caminhando. Poucos passos depois, avistei o escritório de Maxon. Carter já estava me esperando do lado de fora. Ele fez uma reverência quando me aproximei.

- Carter - saudei para depois continuar - Você acha que eles vão demorar?

Ele pensou por um instante.

- Não sei, Majestade. Mas creio que não. Já faz quase três horas que eles partiram.

- Posso saber o que você achou da ideia absurda de Maxon acompanhá-los? E se você acreditou no que aquele homem contou? - perguntei, quase atropelando toda a pontuação na pergunta.

Carter mais uma vez ponderou por um tempo. Era admirável como ele parava para escolher as palavras certas.

- O rei sabe o que faz, senhora. É um homem sábio. As pessoas estão assustadas com esses desaparecimentos, e isso é mais uma prova de que o próprio rei de Illéa está junto nessa busca. Tenho certeza que os guardas não deixarão nada acontecer com ele. E sobre Louis, me perdoe, mas na minha humilde opinião ele foi bem sincero. É uma pena que a senhora não teve tempo de conversar com ele, pois tenho a certeza de que diria a mesma coisa que eu lhe disse agora.

Assenti com a cabeça. Maxon era esperto o bastante para ouvir e saber se acreditaria ou não naquele homem. Louis, Carter havia dito, era o seu nome.

- Majestade, se não se importar, tenho algumas coisas para fazer - disse Carter, fazendo-me voltar a olhá-lo.

- Claro, claro. Fique à vontade.

Com uma última reverência, ele saiu andando.

**

Logo depois do almoço, fui espairecer um pouco com as garotas. Nada de Maxon chegar. Nada de informações. Minha cabeça girava. Só que aquelas belas garotas estavam fazendo uma competição de piadas, o que estava me fazendo rir.

Kriss era a única que não estava presente. Ava me falara que ela pediu o almoço no quarto e que a dispensou para poder ficar sozinha. Bom, ela não ficará lá para sempre.

- Qual a piada do pintinho? - Emmica perguntou, com um sorriso.

- Essa é velha - murmurou Anna, com um sorriso de lado - piu, piu, piu.

Todas caíram na gargalhada com a careta engraçada que Anna respondeu. Eu as acompanhei.

Eu já estava indo contar uma piada que me lembrei quando as portas foram abertas. Me virei rapidamente, pensando que fosse Maxon. Mas, não. Era Mary.

- Desculpe interrompê-las, senhora, senhoritas. Mas o rei e os outros chegaram, achei que gostaria de saber Majestade.

Levantei, vendo as outras fazerem o mesmo.

- Obrigada por me avisar, Mary. Se quiserem podem vir, meninas.

Elas balançaram a cabeça afirmativamente, enquanto eu saía às pressas para chegar no jardim. Elas estavam vindo, pois o som de todos aqueles sapatos faziam mais barulho do que quando algumas crianças brincam juntas.

Assim que cheguei no jardim, vi todos espalhados. Maxon conversando com um guarda, outros guardas conversando entre si, outros esparramados. Mas... Aspen não estava entre eles. Nem Louis.

Meu coração disparou. Onde estava Aspen?

Olhei para trás e Lucy estava lá com sua expressão preocupada. Provavelmente se perguntando o mesmo que eu.

Voltei a olhar para Maxon e no mesmo instante nossos olhares se encontraram. Ele veio até mim.

- América - ele me abraçou.

Eu retribui, mas logo desfiz o abraço para segurar seu rosto com as mãos e avaliá-lo. Ufa. Ele não estava com nenhum arranhão para contar história.

- Vamos, me conte.

Antes que ele pudesse responder alguma coisa, no portão central surgiu Aspen, Louis e mais três mulheres. Louis parecia decepcionado, Aspen parecia triste. Fracassado.

Maxon se virou para olhar na mesma direção que eu e soltou um suspiro de alívio.

Segurei sua mão, passando a mensagem silenciosa de que estava ao seu lado, mesmo sem entender o que estava se passando ali.

- Maxon? - falei baixinho olhando para ele.

Quando ouviu meu sussurro sua cabeça girou para meu lado. Não hesitei em perguntar.

- O que houve em Dominica?

Ele olhou por cima da minha cabeça, certamente para a floresta.

- O inesperado - e voltou a olhar para mim. Um olhar preocupado e decepcionado.





***

Nota:  GEEEEENT! OLÁ!
Ok, estou bem atrasada, ?
Perdoem meus vacilos e não desistam de mim, mas é que essa semana passada foi muito corrida, semana de prova na escola. Não fácil.
Mas está um capítulo. Um capítulo daqueles pra deixarem todo mundo "o que será que aconteceu, Deus?" QKKSKKSKXDK
Não sou , não sou.
Deixem suas opiniões nos comentários e seus votos se tiverem gostado.
E, de verdade, vou postar o próximo logo. Bom, é isso aqui.
Muitos beijos :*

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