Capitulo 4

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— Ano novo combina com mudanças, e é exatamente isso o que vai ocorrer aqui nessa classe vocês terão novas pessoas com quem vão estudar... — O professor não tinha terminado de falar, e logo foi interrompido pela Maria.

— Mais isso não pode acontecer! — Maria falou com o tom de voz um pouco alterado, o interrompendo.

— Abaixe e tom de voz mocinha, e não se esqueça que eu sou o professor! — Ele disse soltando um leve sorriso.

Nada podiamos fazer com relação a essa mudança que ele resolveu fazer na sala de aula, e quando todos os alunos ja estavam nos seus novos assentos ele começou a escrever na lousa. Resolvir olhar para o lado por alguns segundos e logo observei que o Rafael estava com a cabeça baixa folheando algumas páginas do livro de história. E como ele tinha salvado a minha vida na noite passada, e me dado uma carona decidir falar com ele.

— Tudo bem? — Perguntei de uma forma amigável, com um leve sorriso no rosto.


Rafael parou de folhear o livro e olhou para mim, o que me fez perceber que por trás dos seus olhos castanhos escuros parecia existir muitos segredos e o sorriso que ele havia me dado não era nada amigável. Mas não posso negar que o sorriso dele era lindo, e que ele aparentava ter dois lados um bom e um ruim resta apenas saber qual dos dois é mais forte.

— Tudo e com você? — Rafael me perguntou, novamente me lançando um leve sorriso.

  Aquelas palavras que ele havia acabado de falar de alguma forma, me deixou paralisada por alguns segundos e eu me sentia como se eu estivesse viajando para um outro lugar.  Onde tinha algumas árvores e me aparentava ser uma floresta, ela não era comum como estamos acostumado a ver na televisão onde os pássaros cantam e o sol brilha forte e radiante mas sim uma floresta sombria.

— Pode me responder essa pergunta Rebecca? — O professor falou, me despertando dos meus pensamentos.

— A união soviética, na década de 80 sofreu uma crise econômica! — Respondir a resposta, sobre o que ele havia me perguntado.

— Estou bem! — Falei ao responder a pergunta, que o Rafael havia me feito.

O silêncio novamente havia tomado de conta e o Rafael voltou a folhear as páginas do livro, e enquanto isso eu lhe observava e pensava na floresta sombria.

— Sera mesmo que eu vir essa floresta, ou é apenas um fruto da minha imaginação? — Pensei.

— Esta gostando da aula?
— Novamente tentei quebrar o silêncio.

Rafael apenas me olhou e novamente sorriu, o que me fez perceber que ele não era de muitas palavras.

— Ja estudei em escolas melhores! — Rafael falou com a sua voz  que é grossa, rouca, calma, linda e atraente ao responder a pergunta que eu havia feito.

— Sempre gostei de História, mas quando mudou de professor eu passei a gostar menos. — Falei analisando alguns movimentos, que o Rafael fazia ao bater a caneta na mesa.

— Tem certeza que foi só por isso? — Rafael me questionou e sorriu sombriamente.

  E isso me fez eu ficar por alguns minutos me perguntando o que ele queria dizer com isso, enquanto ele me olhava com os seus olhos negros.

— Como assim? —Perguntei querendo entender, o que ele quis me dizer com essa pergunta.
— Talvez não esteja gostando de história, por que algumas lhe dão medo não é isso? — Ele me perguntou, e continuou olhando dentro dos meus olhos.

Nesse momento eu sentir um pouco de medo percorrer o meu corpo, mas eu não iria deixa que o Rafael notasse. A única coisa que eu mas queria nesse momento era encerrar essa conversa com ele.

— Você esta muito enganado!
— Mentir, eu não iria deixar ele pensando que acertou alguma coisa na minha vida.

— Quantos anos você tem?
— Perguntei.

— Dezoito e você? — Rafael me perguntou.

— Dezesseis, você já repetiu de ano não é mesmo? — Perguntei, olhando nos olhos castanhos do Rafael.

— Não! — Rafael me respondeu, com uma resposta curta.

— O que houve então?
— Perguntei querendo saber.

— Vamos Becca? — Maria me perguntou, assim que o sinal começou a tocar.

— Espera Maria! — Falei olhando para o meu lado procurando por Rafael, mas ele já tinha saído sem que eu percebesse.

O por quê ele saiu daquela maneira sem ao menos se despedir me dando um tchau, isso era exatamente o que eu queria saber.

— Vocês conseguiram, fazer pelo menos uma parte do trabalho?
— Maria perguntou.

— Ainda não comecemos, o nome dele é Rafael e ele foi o rapaz que me ajudou ontem a noite salvando a minha vida.
— Comentei.

— Isso você esqueceu de me contar sabia? E esse trabalho vale nota e tem que ser entregue nessa próxima semana. — Maria me disse querendo entender o que eu tinha esquecido de lhe contar, e me lembrando do prazo de entrega do trabalho.

— Pelo visto ele não esta preocupado, com a cor do nosso boletim! — Falei enquanto a Maria guardava, o seu livro dentro do armário.

Anjo Negro - Mistérios Da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora