Capítulo Oito

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            Nonna Francesca e nonno Enrico tiveram que resolver algo em Florença naquela manhã de sexta-feira, então me eu encarreguei de preparar o almoço. Eles me avisaram que Pietro almoçaria conosco naquele dia, então eu preparei uma lasanha, pois me lembrava de como o Pietro era louco pelo prato ainda quando criança. Quando ele chegou, a mesa já estava posta e eu, como sempre, suja de ingredientes dos pés à cabeça:

— Você fez lasagna? – perguntou com um sotaque encantador assim que adentrou na cozinha, depositando um beijo no alto da minha cabeça. – Como sabe que eu amo esse prato? – ele parecia surpreso.

— Eu lembro da sua mãe brigando para que você comesse verduras e esquecesse da lasanha pela terceira vez consecutiva na semana. – dei de ombros, limpando as mãos no avental, e ele gargalhou. – Se importa de ficar sozinho enquanto eu vou tomar um banho? – perguntei numa expressão esquisita.

— Não mesmo! Você está precisando dessa ducha. – apontou para a marca de molho de tomate no meu braço.

— Muito sincero, como de costume. – revirei os olhos indo em direção ao quarto. Pude sentir que ele sorria.

Demorei alguns minutos no banho e, quando terminei, nonno Enrico e nonna Francesca já estavam em casa. Os homens conversavam sobre o assunto que o vovô tinha ido tratar em Florença, enquanto nonna Francesca preparava algo para bebermos no almoço, já que eu havia esquecido completamente desse detalhe.

Durante o almoço, ficou ainda mais visível o carinho entre nonno Enrico e Pietro, afinal, vovô não economizava palavras para elogiar o garoto. E eu não sentia nenhum pingo de ciúmes, porque sabia que tinha meu espaço reservado no coração do nonno, assim como Pietro tinha o dele.

Quando acabamos, nonna Francesca se encarregou da louça, enquanto eu e o Pietro sentamos no sofá da sala. Ele estava atento aos meus comentários sobre a noite de ontem na hamburgueria e discutimos nossa teoria acerca do provável namoro entre Conrado e Valentina:

— Não precisa tentar esconder, Pietro. Eu já sei que o Conrado é apaixonado pela Valentina. – declarei e ele pareceu tão surpreso quanto eu, quando ouvi isso do Matteo.

— Como sabe disso? – perguntou.

— Matteo me contou e, cá para nós, é algo muito visível. Conrado e Valentina são tão amigos que nem ao menos imaginam o quanto se amam. – dei de ombros.

— Matteo falou a teoria do "não se namora inimigos"? – perguntou sorrindo e eu gargalhei, concordando com a cabeça.

— Ele também me contou do dia em que Bernardo e ele quebraram a cama da casa de campo. – falei entre risos. – Você e a Valen são os únicos normais naquele grupo? – perguntei e ele confirmou, sorrindo junto comigo.

— Por que não viaja conosco esse ano? Sei que a Valentina te chamou e você disse que pensaria. – disse me olhando fixamente e eu corei.

— Eu ouvi a palavra "viaggio"? – nonno Enrico se intrometeu na conversa. Nonna Francesca veio logo depois.

— Quem aqui vai viajar? – nonna Francesca perguntou curiosa.

— O Pietro. – respondi e eles olharam em direção ao moreno, que estampava todas as suas covinhas na bochecha naquele momento.

— É aquela viagem para a casa dos gêmeos, nonno. – ele explicou e os meus avós assentiram – Valentina chamou a Antonella para ir conosco dessa vez.

— Você quer ir, querida? – nonna Francesca puxou uma cadeira e sentou-se conosco.

-— Eles são bem legais, mas eu viajei para ficar um tempo com vocês, nonna. Uma semana é muito tempo para ficar longe. – expliquei e ela tinha um sorriso bobo no rosto. – Além do mais, eles já irão viajar amanhã.

AntonellaOnde histórias criam vida. Descubra agora