Capítulo Onze

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— Bom, nós podemos acampar. – Bernardo dava a sua sugestão.

No dia seguinte, quase perto de anoitecer, todos nós nos reunimos para decidir o que faríamos à noite. Lógico que eu recusei a sugestão do Bernardo logo de cara, afinal, eu nunca havia acampado na minha vida e a minha única expectativa sobre essa programação era ser engolida por algum urso que resolvesse aparecer na floresta.

— A gente sempre fez isso, Ann. Nunca deu errado. – a ruiva tentava me explicar.

— Eu estou morrendo de preguiça, de verdade. – Conrado deu a sua opinião, aconchegando-se no ombro da Valentina.

— Sinceramente, eu não vejo motivo de termos viajado então. – Matteo parecia incrédulo. – Vocês querem passar todas as noites em casa?

Va bene, Matteo, você tem razão. – concordei e ele sorriu para mim. – Só falta o Pietro concordar.

— Por mim, tudo bem. – ele direcionou os olhos até os meus alguns segundos, mas eu tive a sensação que duraram horas. Eu já estava ficando incomodada com a forma como eu estava agindo perto do Pietro, totalmente desconcertada.

Quando a Valentina terminou de convencer o Conrado, – vale frisar que ela o encheu de beijos na bochecha – decidimos colocar algumas coisas que iríamos levar na mochila, enquanto os garotos procuravam as barracas no porão.

Eles me explicavam que costumavam acampar próximo ao rio que o Pietro havia me mostrado assim que chegamos à casa. De fato, o local era absurdamente lindo e combinava totalmente com um clima de acampamento. Conrado e Matteo me tranqüilizaram quanto à presença de algum animal feroz e eu me senti totalmente ridícula por estar tão preocupada com aquilo.

Já com tudo pronto, caminhamos em direção ao local em que nossas barracas ficariam. Matteo e Bernardo foram cantando músicas engraçadas em italiano durante todo o tempo e Pietro se arriscou em algumas delas. Era tão engraçado vê-lo extrovertido e se divertindo com os garotos, porque ele era, de longe, o mais maduro de todos, mas ainda assim ele parecia bem feliz.

Eram três barracas, divididas em duplas: eu e Valentina, Bernardo e Matteo, Conrado e Pietro. A ruiva alertou que não seria uma boa ideia juntar o irmão e o primo, mas não havia outra opção, a menos que ela dormisse com algum deles – coisa que ela estava bem decidida a não fazer.

— Posso te ajudar a montar? – perguntei ao Pietro, apontando para a barraca de camping no chão.

Sì. – ele sorriu, parecendo surpreso.

— Por onde começo? – levei as mãos à cintura, analisando o monte de peças espalhados no chão.

— Você pode começar limpando o terreno, tirando os galhos e essas pedras próximas de onde a barraca irá ficar. – ele disse me encarando e eu apenas levantei uma sobrancelha sugestivamente.

— Eu pedi para te ajudar com as barracas, Pietro. – declarei, rolando os olhos e ele gargalhou.

— Você gostaria de dormir com uma pedra embaixo de você? Não é muito confortável, te garanto. – ele sorriu e eu, relutante, fui fazer o que ele pediu.

— Pronto. E agora? – o olhei esperançosa.

— Precisamos colar os espeques. – ele me explicou e eu fiz uma cara de desentendida. – As estacas que vão fixar a barraca. – corrigiu, percebendo minha total falta de conhecimento do assunto.

Obviamente, eu me enrolei tentando fazer isso, mas o Pietro parecia bem familiarizado com a tática. Valentina e Conrado, do outro lado do terreno, pareciam se divertir com alguma coisa, pois a ruiva já estava derramando lágrimas de tanto rir.

AntonellaOnde histórias criam vida. Descubra agora