Capítulo Quatorze - Pietro

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Sem revisão!

Já fazia algum tempo que eu não pensava na Paola. Para ser mais exato, eu não pensava na garota que eu mais amei na minha vida desde aquelas últimas três semanas. Todo esse tempo não coincidia apenas com o momento em que a encontrei com seu novo namorado em San Gimignano, mas devido à presença de alguém especial na minha vida: Antonella.

Era inegável a forma como a Ann estava me desconcentrando desde quando pôs os pés na fattoria dos seus nonnos. Digo isso no melhor sentido da palavra, pois era assim que eu me sentia todas as vezes em que eu estava perto dela: melhor. Antonella conseguia desviar a minha atenção de todos os problemas que rondavam a minha cabeça apenas com um sorriso tímido e, ainda assim, tão sincero. E bastava as suas bochechas assumirem um tom rosado para eu perceber que todos esses problemas poderiam ser deixado de lado quando se tem uma garota como Antonella ao seu lado.

Nem preciso dizer o quanto estava sendo difícil disfarçar a minha vontade de estar perto dela em todos os momentos, mas, ainda que eu estivesse me esforçando, Conrado parecia me conhecer melhor do que eu mesmo. Foi assim que ele começou a me interrogar na piscina, logo no primeiro dia em que estávamos na casa dos gêmeos:

— E a Paola, Pietro? - indagou assim que chegamos no deck da piscina.
— O que tem ela? - perguntei, concentrando-me em desviar dos pingos de água provenientes da queda do Conrado na piscina.
— Ela já está com outro... - disse hesitante, fitando minha reação. - Como se sente?
— Péssimo. - fitei os meus pés, direcionando o olhar para a sacada do quarto da Antonella em seguida.
— E sobre aquela que se encontra ali em cima? - apontou a cabeça para a sacada atrás de nós.
— Antonella? - perguntei, contendo um riso. Ele gargalhou e cruzou os braços, esperando uma resposta.
— Sim, a londrina. Ela é bella ragazza. - declarou e eu bufei, semicerrando os olhos.
— Antonella nem faz o seu tipo, Conrado. - revirei os olhos.
— Isso é verdade. Eu prefiro as ruivinhas. - falou, buscando perceber algum sinal de atenção da Valen na nossa conversa.
— Vocês precisam se acertar. - falei sério e ele assumiu uma postura mais tensa.
— Eu sei, eu sei... - disse um pouco mais baixo, se aproximando da borda da piscina. - Veja, eu quero conversar com ela, mas não sei muito bem o que falar...
— Apenas abra o seu coração, irmão. Diga o que você está sentindo. - disse e ele pareceu mais relaxado.
— Quanto a você, invista na Ann. Matteo não está para brincadeira. - jogou um pouco de água em mim.
— Ele já comentou sobre ela para você? - perguntei surpreso e, ao mesmo tempo, receoso.
— Várias vezes. - disse num tom de voz de alerta.

Sendo sincero, não me surpreendi ao saber que o Matteo se interessava pela Antonella. Tudo bem que ele não era um dos mais seletivos no quesito mulher, mas a Ann era realmente encantadora. Era impossível ficar perto dela sem ter a vontade de sorrir junto com ela e de sentir o cheiro do seu perfume impregnado em minha roupa, só para ter a sensação de que ela ficaria mais um pouco na Itália. Mas eu sabia que isso não aconteceria e era por isso que eu tentava, ao máximo, controlar todas as minhas emoções.

Esse foi o principal motivo que fez com que eu me afastasse da Fattoria desde o dia que voltamos para San Gigminano. Nonna Francesca e Nonno Enrico insistiam para que eu me juntasse junto a eles nas refeições, mas eu fazia questão de recusar, pois não queria correr o risco de estar perto de Antonella e ter que controlar todos os meus sentimentos, afinal, eu sabia como tudo aquilo iria acabar. Acontece que, essa situação se tornou inevitável num dia chuvoso em San Gigminano.

Nonno Enrico estava em Florença quando a tempestade atingiu a rede elétrica da cidade, deixando a região numa escuridão total. Na Fattoria, por sua vez, o breu era ainda mais intenso, ao ponto de tornar possível o que estava prestes a acontecer:

— Alô? - falei com a voz sonolenta, despertando do sono.
— Desculpa te acordar, Pietro. É a Ann... - a sua voz era abafada. Imediatamente, me sentei na cama.
— Aconteceu alguma coisa? - perguntei numa voz mais desesperada que o necessário.
— Estamos bem, pode ficar calmo. - ela deu uma gargalhada gostosa de ouvir, fazendo meus músculos relaxarem. - É só que a tempestade lá fora atingiu a rede elétrica e eu e a nonna estamos sozinhas no meio dessa escuridão... - disse tímida.
— O Nonno ainda não chegou? - perguntei coçando os olhos, tentando assimilar as frases proferidas.
— Ele preferiu dormir em Florença por causa da chuva. - disse.
— Vocês querem que eu vá até aí, então? - perguntei, já procurando por um moletom no armário.
— Por favor. - disse e eu me encontrei sorrindo.

A estrada estava vazia, assim, não demorou a que eu chegasse na casa da Nonna Francesca. Logo na entrada, percebi a lama recobrindo a grama do jardim e tratei de apressar meus passos até as escadas, evitando pegar um resfriado com aqueles pingos de chuva gelados.

Assim que adentrei na sala, percebi a escuridão em que Nonna e Antonella se encontravam e concordei plenamente em ter sido chamado por elas. Não era nada seguro as duas estarem sozinhas aquela hora da madrugada numa fazenda completamente escura. Nonna Francesca estava sonolenta no sofá, sob uma iluminação fraca de uma lanterna e algumas velas. Antonella se assustou ao me ver, mas logo relaxou:

— Obrigada por vim, querido. Sinto-me mais segura com você aqui. - Nonna Francesca declarou e eu dei um beijo em sua testa.
— Pode dormir tranquila agora, Nonna. - falei e ela concordou, indo em direção ao quarto.

O silêncio reinou no local no mesmo instante em que me sentei ao lado da Antonella. Ela parecia tímida e totalmente desconcertada perto de mim e, bom, eu não estava lá muito diferente disso.

— Você pode ir dormir também, Ann. - falei, tentando quebrar o silêncio.
— Vou te fazer companhia. - ela disse, olhando em meus olhos pela primeira vez naquela noite.
— Não precisa, sério. - falei, encorajando-a a descansar.
— Você não quer a minha presença? - perguntou, virando-se para me olhar. Senti uma pontada tristeza de tristeza em sua voz.
— Claro que não! É só que... - tentei argumentar, mas não tinha palavras. - Vem cá.

E, por um impulso, a puxei para mais perto de mim, deixando suas costas repousarem em meu peito e todo o perfume, que eu ansiava em sentir, penetrar o meu corpo. Senti o meu coração disparar de uma forma enlouquecedora, como se quisesse sair de dentro do meu corpo e tive que me concentrar para não dizer o quanto eu esperava por aquilo. Os meus dedos faziam caminhos nos braços da Antonella, o que a fez deixar sua cabeça mais relaxada e próxima do meu pescoço.

— Não existe outra coisa, nesse momento, que eu queira mais do que te ter assim comigo. - sussurrei.
— Que bom que a gente concorda nisso. - ela sussurrou de volta, depositando um beijo no meu pescoço.

Naquele momento, entendi porque eu não precisava mais pensar em Paola. Eu estava apaixonado pela Antonella e por todas as sensações que ela me fazia sentir.

***
Capítulo sem revisão, mas com muito amor! Quero esclarecer que não estou deixando de revisar por estar me importando menos com a história, mas sim porque essa semana foi uma loucura pra mim :(

Espero que tenham gostado! Vou tentar adiantar boa parte de Antonella na semana que vem, ok? Vai evitar essas coisas. Ah, me Pmerdoem os erros.

Mas, antes de tudo, muito obrigada por esses 9K. Sério, vocês são lindas demais e bastante atenciosas! Todos os votos, todos os comentários... Fico sorrindo feito uma boba com cada notificação!

E aí, o que acharam?

Beijos,
Nat.

AntonellaOnde histórias criam vida. Descubra agora