Aquela semana de adaptação passou tão rápido que eu nem acreditei quando finalmente chegou o primeiro dia de aula. Nesse pequeno tempo conheci Sarah um pouco melhor, éramos praticamente melhores amigas, mas nada inseparável, acho que só nos dávamos bem porque eu não a perturbava e nem ela a mim, ambas queríamos levar nossos estudos a sério. Era a colega de quarto que eu sempre quis ter. Quando ao Nicolas... Nós não nos vimos depois daquele dia, o campus era bem grande e eu também não o procurei, nem ele a mim apesar de saber exatamente onde eu estava. Pensei que talvez tenha sido tudo coisa da minha cabeça, por causa daquele sonho que mexeu e que mesmo cursando a mesma coisa a probabilidade de nos encontrarmos era de uma em um milhão, já que a grade era livre e nós mesmos que escolhemos quais matérias cursar no primeiro semestre.
Não tive preocupação em acordar cedo já que tive a sorte de ficar num dormitório à apenas cinco minutos da minha classe. Com calma me levantei, tomei um banho, pus calça jeans, meus tênis e uma regata branca, peguei minha velha amiga e pus no ombro. Desci direto pro refeitório, peguei um café e fui procurar a sala da minha primeira aula. Sem tirar os olhos do papel vi alguém parado no corredor e decidi pedir informação.
-Oi. Poderia me dizer onde fica a sala de Sociologia Geral - Primeiro período de psicologia?
-Sala 301, terceiro andar. Também estou indo pra lá, Amanda.
E quando olhei o indivíduo.
-Você de novo!?- Fiquei surpresa.
-Bom dia, Amanda.- Ele disse rindo segurando o papel com o horário das aulas.
-Deixa eu ver isso...- Puxei da mão dele e comparei com o meu- Não acredito que você montou a mesma grade que eu!- Disse boquiaberta.
-Tá falando sério!?- Ele pareceu animado e olhou os papéis enquanto subíamos juntos a escada- Nem dá pra acreditar mesmo.
-Isso é muito estranho.- Murmurei- Café?
-Aceito. Acordei atrasado e não tive tempo de comer...
-Espero que não se importe, já tomei alguns goles.- Entreguei meu copo pra ele.
Nicolas pegou sem cerimônias e tomou alguns goles também.
-Obrigado.- Me devolveu o café sorrindo- Eu geralmente tomo suco natural, mas prefiro me manter acordado.- E deu risada.
-Pode ficar.- Sorri- Nem sei porquê comprei isso, café me dá sono.
-Nossa, que... Diferente.
Ele tomou todo o café que ainda restava e jogou o copo na lixeira. Chegamos no terceiro andar e rapidamente encontramos a nossa dala, entramos juntos e vários olhares se viraram para nós como se estivesse estampando algum desenho enigmático e colorido em nossas testas. Infelizmente a sala estava cheia e tive que encarar todo mundo de volta procurando algum lugar vago pra sentar.
-Conhece alguém aqui?- Disse discretamente entre dentes.
-Não.- Ele sussurrou pra mim- Achei que você fosse a famosa.
-Tenha dó, Nicolas...- Franzi a testa.
Achei dois lugares vago bem no fundo da sala e fui até lá sem olhar mais para os lados. Nicolas me seguiu.
-Deveríamos chegar mais cedo amanhã.- Nicolas pareceu insatisfeito com o lugar.
-Eu gosto do fundo.- Me sentei na cadeira ao lado da parede- Evita que eles fiquem virando a cabeça pra ficar olhando.
Ele se sentou na cadeira ao lado.
-Eles continuam olhando...
-Tenho que me preocupar com você?- Semicerrei os olhos.
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Como perdi minhas ASAS
RomantizmPLÁGIO É CRIME! (Art. 184 - Código Penal) Nicolau, ou Nicolas, é um jovem anjo que acaba de ganhar suas asas ao completar seus dezoito anos. Seu pai Kamael é um antigo anjo guerreiro que abriu mão das batalhas para cuidar de sua família, sendo subst...