32 - SAMANTHA - Parte 2

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Faz uns 30 minutos que estamos dentro do carro e eu não faço a miníma ideia de onde estamos indo. Já tentei fazer Miller falar mas ele não abriu a boca para falar algo que preste. Eu até tentei, o ameaçando de jogá-lo do carro, porém ele não fez nada.

— Por favor, diz! – tentei mais uma vez.

— Não, nós já estamos chegando. – bufei.

— Pelo menos me responde uma coisinha.

— Fala. – diz sem tirar os olhos do trajeto.

— Eu vou gostar da surpresa?

— Tenho certeza que sim. – deu um sorriso. Cretino!

Em poucos minutos chegamos e eu não acreditei em onde estávamos. No aeroporto.

— O que estamos fazendo aqui? – o encarei.

— Logo você vai entender, vamos. – se soltou do cinto de segurança e abriu a porta saíndo do carro. Suspirei e fiz o mesmo.

— Vai me falar logo ou vai continuar com esse suspense todo? – perguntei o seguindo até a entrada do aeroporto.

— Só tenha paciência.

— A minha paciência ficou no útero da minha mãe!

— Então finja que tem pelo menos um pouquinho. Você já irá entender.

— Eu estou com medo. Não me diz que vai me mandar de volta para o Brasil. Se cansou de mim não é? – ele não respondeu e continuou andando. — Ah, claro! Me desculpa vai, eu sei que eu sou muito bocuda, que eu falo de mais, mas essa sou eu. Por favor, eu quero muito ficar. Eu me acostumei com a Agatha e eu não consigo viver longe dela. – ele para por um segundo e me encara com o cenho franzido.

— Gosta mesmo da Agatha? – questionou.

— Na verdade, eu... não sei! É mais forte que eu, não é simplesmente gostar. Eu amo a Agatha, ela é uma criança especial  do qual eu faria qualquer coisa para protegê-la.

— A ama mesmo?

— Amo, amo muito. O meu amor pela Agatha é algo que eu não consigo explicar. – ele me encara novamente. — Por favor, não me deixe longe dela.

— Samantha, não tem nada a ver com isso! Não estrague. – continuou andando. Como é?

— Eu acabei de declarar o meu amor pela sua filha e você não diz nada?

— Quer que eu diga o que? Eu estou tão chocado quanto parece. – sem perceber chegamos a um outro ponto do aeroporto. Logo um homem apareceu e comprimentou Miller com um aperto de mão. — Ela já chegou? – perguntou Miller.

— Sim, e não se preocupe, ela não tem nem um arranhão. – o homem respondeu animado.

— Ótimo. Pode trazê-la?

— Claro, irei buscá-la. – o homem sorriu e se afastou. Olhei para Miller confusa.

— Quem chegou? O que? Eu estou pirando.

— Olhe. – diz ele olhando para um ponto atrás de mim. Me virei com cuidado e quase cai para trás. Não pode ser! Estou alucinando!

— Me-meu Deus! – exclamei. — Dora!!! – gritei e corri até minha cabra e a abracei. Eu estou sonhando. — Meu amor, minha vida! Como senti sua falta sua vaca. – lhe enchi de carinho. — Mamãe estava com saudades, e você? Estava com saudades da mamãe? Me diiiiz! Me fala!!!

— Samantha, cabras não falam. – diz Miller.

— Cale a boca e não estraga o momento. – digo. — Aquele lá é o Miller, ou Peter, como preferir. Ele é um cara chato mas você se acostuma. Ele pode parecer um ogro as vezes, mas só as vezes. – lhe encarei e me levantei. Peguei a coleira, oh! Ela estava de coleira rosa. Mas que diabo...—Eu definitivamente te odeio. – digo me aproximando de Miller.

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