26 - SAMANTHA

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No dia seguinte, acordei com algo me cutucando a costela. Abri os olhos dando de cara dois pares de olhos verdes e sorrio.

— Já acordou é, coisinha.

— Sim. – sorriu. — Papai me acordou.

— Hum? Que? Como? – meus olhos se arregalaram.

— Ele veio se despedir da gente, pois ele foi viajar.

— Ele me viu dormindo? –  pergunto me sentando na cama, pensando na possibilidade de Miller ter me visto dormindo.

— Sim. – ai meu Deus! — E disse que você é fofa dormindo. – a encarei.

— O que? Ele disse... isso? – ela assentiu. — Nunca!

— Qual é o problema? – perguntou se apoiando em cima de mim. Que folga não?

— Nada não, é que me ver dormindo? Não sou uma das pessoas mais bonitas e confiantes enquando durmo.

— Você é linda, e quando dorme faz assim. – fez uma caretinha fofa.

— Eu não faço isso.

— Faz sim. – riu.

— Então quer dizer que a senhora fica me vendo dormir?

— Foi a única vez. – estendeu os braços em sinal de defesa.

— Ah é? Então toma isso por ficar me vendo dormir. – comecei a fazer cócegas em sua barriga enquanto ela gargalhava.

— Ah! N... não! – tentava enquanto gargalhava. Quando percebi que já lhe faltava ar eu parei. — Des...culpa.

— Aprendeu né?

— Muitinho. – sorriu.

— Então vamos tomar um café. – ela se encolhe na cama. — O que foi, anjo?

— Eu não quero ver a Pilar. – murmurou.

Olha o que essa maldita fez com um anjinho desses. Vontade de arrancar a cabeça dela da mesma forma que eu fazia com minhas bonecas e fazer embaixadinhas. Logo depois pendurar em uma cerca elétrica.

Volto minha atenção para o pequeno ser humano na minha cama e lhe puxo para o meu colo.

— Não se preocupe, ela não vai falar, ou chegar perto de você, ok?

— Promete? – enlaçou seus bracinhos ao redor do meu pescoço.

— Prometo, e se anime. Pois vamos nos divertir muito hoje. – sorrio maldosa.

— Eba!! Então vamos, minha barriga está roncando. – diz me fazendo rir e descendo do meu colo.

— Eu acho que ela está gritando. Estou ouvindo daqui. –  peguei em sua mão e saímos do quarto. Quando descemos, encontramos a galinha falante conhecida como Pilar dando um piti.

— Como ele viajou e não me disse nada?! – ela estava praticamente gritando com Adrew enquanto Agatha se agarrou a mim.

— Onde está escrito que ele te deve satisfações? – perguntei lhe chamando a atenção.

— Eu sou... – ela se interrompe.

— Exato. Você não é ninguém aqui, então abaixa o fogo e vá fazer algo que produtivo!

— Está se achando a dona da casa, não é mesmo? – perguntou cerrando os olhos.

— Talvez, já que Miller me deu a responsabilidade de cuidar dela. – ela solta uma gargalhada.

— Não vou cair nessa. Agora vai me dizer que estou de folga igual no outro dia?

— Não! Você não está aqui para tirar folga e sim trabalhar. E já que você não é mais babá da Agatha, você fica com outras funções na casa.

— Quem disse? Eu ainda sou babá dela.

— Apenas na teoria, pois na prática eu não te dou nem o direito de pronunciar o nome dela. – digo séria. — Agora vá fazer algo que preste antes que eu desconte do seu salário. – fiz um tom autoritário e ela arregala os olhos. — E se eu fosse você, eu colocava um gelinho nesse rosto. – digo observando a marca da minha mão espalmada em sua bochecha. — E avisa a artista dessa obra de arte que ficou maravilhoso o trabalho. – sorrio. — Oh, calma! A artista sou eu.

— Você é um grande... – se interrompeu ainda possessa de ódio.

— Está esperando o que para começar seu trabalho? A hora está passando. – apontei para meu pulso sem relógio. Fumaçando de ódio ela bate o pé e sai da minha linha de visão. — E você, não tente tirar minha paciência. – digo a Andrew que engole a seco e sai. — Vamos, gatinha! – fomos até a sala de jantar, onde Anne nos serviu nosso café da manhã com um lindo sorriso nos lábios.

— Eu já disse que esses seus sorrisos me assustam? – a questionei.

— Disse, mas é impossível não sorrir. – diz alargando ainda mais o sorriso.

— Pois vai tirando esse sorrisinho da cara e dê uma função de trabalho para Pilar. – seu sorriso se vai.

— Tudo menos minha cozinha!

— Combinado. E não dê moleza para ela. – Anne volta a sorrir.

— Eu dar alguma moleza para Pilar? Menina, assim me ofende profundamente. Onde já se viu! – resmungou e saiu da sala de jantar negando com a cabeça.

— Você não vai estudar hoje? – perguntou Agatha enquanto saboreava com vontade seu cereal.

— Hoje não, hoje eu vou ficar com você.

— Papai não vai ficar bravo?

— Não, mas se ficar eu me explico. – pisquei para ela. — Preparei coisas muito divertidas para nós duas.

— O que? – pergunta animada.

— Não posso dizer ainda. Mas garanto que vamos nos divertir muito. – encarei Anne que nos olhava sorrindo novamente mas afastada, aquele sorriso realmente me assusta. — Qual é a do sorriso de novo Anne? – ela se aproxima.

— Vocês duas são lindas juntas! – sorriu. — Não vejo a pequena Agatha animada assim a muito tempo. – passou levemente as mãos pelos cabelos de Agatha.

— Pode dizer, eu sou a luz dessa casa. – Annie afirma.

— Sim, você é a luz dessa casa. Com toda certeza, minha querida! – me sorri e se afasta novamente.

SIMPLESMENTE SAMANTHA Onde histórias criam vida. Descubra agora