IRINA WILLIAMS — VOO 199.
"Eu quero ser pra você, a alegria de uma chegada..."
Fecho os olhos e concentro-me na bela música da Paula Fernandes. Eu sempre ouvi mais músicas brasileiras que norte-americanas. Amo forró e sertanejo! Também gosto de MPB, me deixa calma... O que não estou no momento. Já fui de Mr. Catra para Renato Russo e nem assim meu nervosismo sai. E me sinto mal por isso. Por que estou com tanto medo deste homem? Será que é pelas tatuagens? Não, impossível. Eu amo tatuagens! Inclusive, tenho quatro. Já Christopher tem uma enorme nas costas e no braço esquerdo.
Não sei. Deve ser essa coisa de guerra que está me deixando nervosa ao extremo. Eu não consigo acreditar... Será que nos destruiremos por causa de religião? Eles não percebem que Deus é maior que tudo isso? Infelizmente, algumas coisas são inevitáveis. Nós não escolhemos quem somos. Não é programado. Simplesmente nascemos e somos obrigados a nos adaptar ao ambiente e cultura do local em que vivemos... A tal "coerção social". Fico triste porque esses terroristas nunca saberão o que é viver de verdade. Desde criança são influenciados a terem a mentalidade de que é correto morrer pelo Deus e que o resto do mundo é pecador. Mas uma vez que uma religião está enraizada a nós, não há como voltar atrás.
Abro os olhos, parando minha reflexão. Olho a hora no celular e vejo que já estamos voando há trinta e seis minutos. Os passageiros estão quietos, mas ainda consigo ouvir choro de bebês e outras coisas...
Fecho os olhos novamente, na esperança de dormir, mas uma lembrança vem à mente.
NOVA IORQUE — 05 ANOS ANTES.
— Vamos lá, amor! — Christopher me olha desafiador.
Reviro os olhos e entro no barco. O que será que ele está aprontando? Deito-me na proa e deixo que ele cumpra seu papel de capitão. O céu está bem azul, sem nuvens, e eu o olho feliz. Navegamos por um bom tempo, até que sinto seu corpo deitar ao lado do meu. Ponho minha cabeça em seu peito.
-- Onde estamos? – pergunto.
-- veja você mesma – ele sussurra.
Levanto-me e imediatamente todo o ar sai de meu peito, fazendo-me guinchar de admiração.
Estamos em frente à Estátua da Liberdade! Mas dessa vez é diferente. Como uma boa nova-iorquina, óbvio que já visitei várias vezes esse ótimo ponto turístico. Mas eu nunca tinha visto ela daqui... Por água. A visão é paradisíaca e o sol já está se pondo, dando uma cor rosa e laranja para o céu. Sinto as mãos de Christopher rodear minha cintura e também seu beijo em minha nuca.
-- gostou? – ele pergunta.
Viro-me para ele.
-- eu amei! É incrível... – suspiro.
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𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀
RomanceIrina e Christopher estão casados há cinco anos. Ele é um soldado americano, ela é uma empresária conhecida mundialmente. O amor deles é frio e cheio de mágoas, pela distância física e emocional (Christopher está sempre em missões) e por ela ser mui...