Capítulo 11

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IRINA WILLIAMS – PARIS, FRANÇA


Eu ando pelas ruas de Paris assustada com o que vejo. Eu tinha treze anos quando vim aqui pela primeira vez... Eu ainda me lembro de tudo muito bem. Eu fiquei encantada... A natureza, as ruas, os restaurantes, as lojas, a Torre... Era como se eu estivesse numa terra encantada e eu fosse a princesa. E eu ainda me lembro da sensação de estar tão feliz que meu peito doía. Agora... É como um sonho virando pesadelo. As ruas estão mal iluminadas e há prédios destruídos. Os cidadãos se ajudam, mas muitos dormem nas ruas. Eu mesma não sei onde vou passar a noite. Todos os hotéis estão lotados e não sei como vou conseguir sair da cidade, já que todos estão fazendo a mesma coisa no momento. Ninguém quer ficar na Cidade Luz, porque agora ela é Cidade Sombra. Não posso ir para o Brasil, já que qualquer tipo de viagem internacional foi proibido. Não tenho créditos para ligar pra ninguém enquanto as linhas telefônicas funcionam. A internet ainda funciona também, então Aleksander e eu entramos numa antiga Lan House para procurar qualquer informação que nos seja útil. Sim, após sairmos do avião e darmos alguns depoimentos, a polícia foi embora, nos deixando sem ajuda. Alguns foram para a baixada americana, mas eu sei que isso é inútil. Tudo o que podemos fazer é tentar sair daqui, indo o mais longe possível do centro da Europa.

-- você tem que ler isso – Aleks entra em um site e começamos a ler várias notícias sobre cada região do mundo – Uau! A Tailândia afundou por engano um navio indiano e agora a Índia está do lado do EI. A Rússia está travando uma guerra biológica contra o Cazaquistão. O Irã está numa guerra contra o Paquistão. Palestinos lutam contra israelenses, Uzbequistão bombardeia a Europa... O exército americano está lutando pra tomar o Iraque e capturar os líderes do EI e... Meu Deus...

-- o que? – pergunto exasperada.

-- A Coréia do Norte jogou uma bomba atômica na Califórnia – ele sussurra.

-- A Coréia do Norte jogou uma bomba atômica na Califórnia – ele sussurra

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Passo um tempo observando o nada, ainda sem acreditar. A promessa se cumpriu. Quantos milhões morreram?

-- é impossível fugir – sussurro – nós vamos todos morrer! Agora os EUA irá jogar bombas na Coréia e vão todos começar a usar bombas e mais bombas e logo não haverá ninguém pra vencer essa guerra! E eu não sei se Chris está vivo! Meu Deus o que nós vamos faz...

-- Irina! Calma – Aleksander me sacode – olha pra mim! Não é hora pra desespero. Vamos lidar com fatos: o mundo vai ser como era antes? Com certeza não! Você já viu aquele filme "O livro de Eli"? Provavelmente vamos viver daquele jeito quando essa maldita guerra acabar. Mas nós vamos lutar até o último minuto para permanecermos vivos, porque é o que temos que fazer. Tenho certeza que seu marido está vivo, então faça disso sua motivação. Nós vamos pegar um carro qualquer e fugir para Portugal, lá teremos menos risco. Vamos sobreviver.

𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora