Dedicado a todas as vítimas de atentados.
A vida é mesmo uma coisa engraçada. Em um momento, parece algo tão intenso... Infinito. Quando passamos por momentos ruins, ou simplesmente quando olhamos para o relógio e ele parece não mudar de posição... O tempo parece infinito. Quando somos crianças, nos sentimos invencíveis. Vemos tantos adultos e prometemos a nós mesmos que seremos melhores que eles. Eu vou viver! O que seria viver? Nascemos e simplesmente somos jogados em um mundo já estabelecido. Tudo o que podemos fazer é nos adaptarmos e passar a vida inteira tentando dar um toque especial no mesmo, antes de virarmos pó. A partir daí, não temos tanto tempo pra refletirmos sobre a vida. Tudo é feito de momentos. Eu nunca tinha me aprofundado tanto na questão da vida, mas agora me vejo obrigada a pensar nisso. Tenho muito tempo no lugar onde estou agora. Então, se você me permite, deixe-me te contar uma história...
14 de Julho de 2016
Sinto um brilho preencher meu rosto e abro os olhos inevitavelmente. Dou um pequeno sorriso ao ver que deixei a janela aberta mais uma vez, deixando o bendito Sol me acordar.
— Bom dia Sol, bom dia Deus — espreguiço-me e finalmente levanto da cama.
Hoje não é um dia comum. Olho pela janela e vejo que Nice está mais linda que nunca. Pessoas andam sorrindo pelas ruas. 14 de Julho! Um dia especial. Um dia que me deixa feliz, que me inspira liberdade. Porque esse foi o motivo pelo qual tantos franceses marcharam e tomaram a Bastilha. Pela liberdade, igualdade e fraternidade. E nesse dia eu sempre fico um pouco mais feliz por ser francesa. Desço até a cozinha e começo logo a preparar um café magnífico para minha avó e eu. Meus pais morreram há muitos anos atrás e desde então minha avó assumiu o papel deles em minha vida. Estou com vinte e cinco anos agora, mas vou cuidar dela até quando Deus permitir.
— Bom dia! — ela aparece com um chapéu com as cores da bandeira francesa e me beija — feliz 14 de Julho, mon amour!
— Bonjour, grand-mère! — abraço-a apertado — feliz dia 14!
Sentamos na mesa e começamos a comer, falando sobre assuntos variados, como a briga dos novos vizinhos, do fato de vovó não ter gostado da margarina que eu comprei, quando vou pedir um aumento... Até finalmente ficarmos quietas e apreciarmos a comida.
— eu amo esse dia... — ela fecha os olhos e respira — J'aime lá liberté!
— eu também amo a liberdade — sorrio.
— iremos ver os fogos hoje? — ela pergunta.
— só se a senhora quiser... Vai ter muita gente. Talvez você se canse — avalio.
— nós quase não saímos de casa! Precisamos nos divertir um pouco — ela sorri — pelos nossos antepassados!
Gargalho.
— então iremos — concordo.
Quando terminamos de comer, vovó vai para a sala assistir e eu limpo a sujeira. Quando tudo está limpo, subo para meu quarto e finalmente tomo um banho. Visto uma calça, uma blusa branca e calço um tênis preto. Ponho o meu casaco e desço novamente.
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𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀
RomanceIrina e Christopher estão casados há cinco anos. Ele é um soldado americano, ela é uma empresária conhecida mundialmente. O amor deles é frio e cheio de mágoas, pela distância física e emocional (Christopher está sempre em missões) e por ela ser mui...