𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀

Capítulo 15

CHRISTOPHER WILLIAMS ­– Cidade de Wyhl, Alemanha.

Desperto dos meus sonhos, mas permaneço com os olhos fechados. Minha audição se aguça e eu consigo ouvir ao longe... Não pode ser. Müller gosta de Arctic Monkeys?

Do I wanna know if this feeling flows both ways? Sad to see you go. Was sortta hoping that you'd stay.

Permaneço com os olhos fechados... Pensando em Irina.

Lua de Mel – 05 anos antes

"Cuidado, cuidado" gargalho.

Irina está atrás de mim, usando suas mãos para tapar meus olhos. Ela é menor que eu... Então fica difícil andar sem visão, bêbado e preso à ela.

Ela dá uma gargalhada alta e logo estamos rindo feito dois bêbados... Que pra falar a verdade é como estamos no momento. Nós aproveitamos nossa festa ao máximo. Dançamos muito, bebemos mais que qualquer convidado. Após a festa, pegamos um jatinho em direção a um lugar que eu não tenho ideia. Irina escolheu e disse que seria surpresa. No jatinho, acabamos dormindo. Quando chegamos, ela fez questão de tapar meus olhos. Estamos andando há vários minutos, até que ela finalmente para e eu consequentemente, também.

"Fica com os olhos fechados" ela ordena.

E eu obedeço.

Ela passa na minha frente e escuto uma porta ser aberta. Espero ela dar um sinal.

"Pode abrir os olhos" ela diz.

E eu abro. A visão é de tirar o fôlego. Estou na porta de um quarto. A mesma está escancarada, me dando uma visão perfeita do quarto. É simplesmente divino. Tem um toque tropical, com as paredes e piso de madeira. Uma cama enorme, com colchas brancas como nuvem. O quarto está enfeitado com buquês de rosa vermelhas e pétalas no chão. Velas... E no meio dele.... Irina. Ela pode ter dançando até cansar, suado, bebido... Mas ainda está magnífica. Com seu lindo vestido branco, ela permanece em pé, com as mãos unidas e os olhos brilhando. Ela sorri e eu percebo que ela está esperando que eu diga algo.

"Desse quarto incrível... A visão mais bonita é você" sou honesto.

Ela ri e se joga na cama.

"Estou exausta, sabia?"

Vou até ela e me deito ao seu lado.

"Meus pés estão me matando e minha garganta está implorando por água" digo.

Olhamos um para o outro e começamos a rir.

"Onde estamos?" pergunto.

"Você vai descobrir quando amanhecer" ela responde "mas agora vamos falar de algo realmente importante".

"O quê?"

"Tio José" ela diz.

E logo caímos na gargalhada.

"Dá pra acreditar que um coroa de 70 anos consegue dançar daquele jeito?" digo "Ele foi a atração principal da nossa festa".

"E quando ele fez aquela sarrada brasileira?" ela ri que fica com lágrimas nos olhos "aquele tal de passinho do romano... Eu não sabia que ele gostava tanto do funk brasileiro".

"Claramente o melhor tio" digo.

"Claramente" ela ri.

Após um tempo, ficamos apenas olhando para o teto.