CASAMENTO (Parte I)

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Aí meu Deus vou ser a primeira noiva do mundo que não vou me atrasar pro meu casamento, me arrumei faltando mais de uma horas antes do previsto pra ir à igreja, eu amo tanto o Bento que não quero deixá-lo esperando... A anos que eu espero este dia chegar e finalmente ele chegou, lembro que quando conheci ele eu estava no primeiro ano do ensino médio e vi aquele aluno novato chegar na sala com uma camisa branca e uma barba por fazer e aqueles músculos sobresaindo pelas mangas e chamando atenção de todas as garotas da sala ele veio até junto a mim:

- Posso sentar ao seu lado? - ele me olhava com os olhos negros hipnotizantes.

- Claro que pode. - falei retirando minha mochila da cadeira.

Ele se sentou e me durante toda a aula me olhava com ternura e só depois da saída ele tomou coragem e veio me fazer uma pergunta.

- Qual o seu nome? - perguntou ele olhando fixamente pro quadro de recados no portão da escola.

- Eu sou Lucrécia Perez e você quem é?

- Eu sou Bento Albuquerque a seu dispor. - falou ele num leve sotaque português.

Bento... Esse é o nome do rapaz que passou a conversar comigo todos os dias durante meses e nessa aproximação ele me pediu em namoro (quatro meses depois) e a partir desse dia não consigo mas viver sem ele.

É como se ele tivesse se tornado uma extensão de mim, algo que eu necessito pra viver. Mas eu evito falar isso pois a minha mãe que é super amarga diz que ninguém é tão dependente de ninguém.

Saindo das minhas lembranças ouço passos aproximando-se de mim era a dona Vitória minha única amiga (além da minha irmã) e que me deu amor e educação enquanto minha mãe ostentava nosso extinto  patrimônio em lojas e viagens, ela foi mais que minha babá foi a mãe que eu a vida me deu.

- Lucrécia minha filha enfim eu vou ver você se casar. - as lágrimas escorria no seu rosto. - Não sou sua mãe mas te criei desde que você nasceu. - ela desabou em choro. - Você sempre foi apegada a mim mas que a sua irmã.

- Vitória você é a única mãe que eu considero. - abracei ela. - Já que a mulher que é minha mãe só liga pra Bárbara.

- Não fala assim Lu ela gosta de você, do jeito dela mas gosta! A Helena tem um jeito durão mas no fundo é uma boa pessoa e não merece o título de pior mãe do mundo.

- Bem no fundo né Vitória, você mais que ninguém sabe que a minha mãe só voltou a falar comigo depois que eu falei pra ela que o Bento era rico. - me sentei no colo da Vitória.

- Lu logo após o seu casamento eu vou deixar esta casa. - disse Vitória me deixando de coração apertado. - Não tem mais sentido eu ficar aqui sem você minha menina.

- Vitória você é a única pessoa que eu confio e por isso tenho que te falar uma coisa. - comentei abraçando ela. - O sonho do Bento sempre foi ser pai.

- Sim Lucrécia, ele faz questão de falar isso sempre que vê um bebê ou uma criança de colo. Mas o que você quer dizer com isso?

- Eu vou realizar o sonho dele... Hoje cedo saiu o resultado do exame de sangue e eu estou ligeiramente grávida.

Ela se levantou da cama mim pulo.

- Você já contou pro Bento?

- Não Vitória só você sabe, eu vou contar apenas depois do casamento quando estivermos indo pra nossa lua de mel no caribe.

- Esse sempre foi seu sonho, fazer o Bento feliz. - ela estava com um brilho nos olhos que me emocionava.

- Sim Vitória, desde que eu o conheci na escola eu me apaixonei.

Consequências do Abandono Onde histórias criam vida. Descubra agora