QUEM RIR POR ÚLTIMO

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A minha cara estava mais roxa que uma beringela, a Lulu e a Bárbara me bateram muito e eu nunca poderia imaginar que aquela garotinha teria tanta força. Toda a minha face estava anestesiada e o Cícero ainda lavava os olhos com água mineral e não enxergava um palmo diante dos olhos a Débora fugiu com o Leandrinho, eu pude vê-la correndo por uma escadaria mas eu fui atingida por um soco da Lulu bem no meu olho e eu não enxerguei mais nada.

E enfim a Bárbara percebeu que a Lulu fugiu.

- Cadê aquelas pestes? - perguntou ela me jogando no banco de trás, e eu já estava quase desmaiada. - Cícero eles fugiram.

- Calma Bárbara, eu não consigo enxergar nada. - gritou Cícero com os olhos vermelhos e enxados. - Essa vadia me deixou cego.

- Posso bater mais nela? - perguntou Lulu. - Deixa vó Bárbara, por favor.

- Vai lá Lulu. - Bárbara colocou a menina pro banco de trás e ela veio me agredir mais ainda.

Eu estava tão fraca que não pude reagir as agressões daquele projeto de vadia, as dores dominavam o meu corpo. A tristeza por não ter notícias concretas sobre o Martin e o Leandro me deixa ainda mais apavorada, outra dúvida cruel é saber se a Débora conseguiu fugir com o Leandrinho e encontraram a Brittes. Mesmo com os olhos enxados eu vi a Bárbara colocando um líquido num pano branco e vindo em direção ao meu nariz, eu senti um cheiro tão forte que a minha visão começou a ficar embaçada e eu desmaio.

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Ao abrir os olhos a primeira coisa que eu pude vê foi a luz forte de uma lâmpada fluorescentes incomodando  bastante a minha visão, meu corpo ainda invadido pela dor me impede de me mover, nas minhas tentativas de me mexer eu percebi as minhas mãos amarradas por uma corrente de aço e os pés também, o local era super úmido e sujo, me fez lembrar quando o Arthur me prendeu no porão num dos piores dias da minha vida. Mesmo deitada num chão eu olho pros lado e o local onde eu estou aprisionada é totalmente macabro, é tudo tão tenebroso, parece um cenário de filmes de terror e daqueles bem pavorosos. Eu acreditava que a qualquer momento a Anabelle fosse aparecer com o Chuck e a Melody.

Ao redor só ouço ruídos vindo de longe, o local parece uma construção abandonada e provavelmente morreu algum bicho por perto e já está em alto estágio de decomposição, o cheiro é insustentável. Pra piorar vejo a mais ou menos uns trinta centímetros do meu rosto, um sapo gordo e gigante vindo em minha direção, na vida eu só tenho medo de duas coisas: Uma é cabelo com frizz e a outra é sapos. Aquele bicho asqueroso está com uma língua longa pra pegar uma mosca que rodeia a minha cabeça, na medida em que o bicho ia se aproximando eu ia se esquivando e me arrastando pra trás.

Nas minhas tentativas de fuga daquele sapo monstruoso eu acabei me batendo em alguma coisa ou em alguém.

- Já fez amizade com seu novo amigo Lucrécia? - questionou Cícero entrando no local ridículo onde eu estava, ele usava um óculos escuros super estiloso pra esconder os olhos vermelhos.

- Me tire daqui Cícero eu te imploro.

- Por mim você morre aí Lucrécia, por sua causa eu estou praticamente cego.

Então ele está quase cegueta... Tenho que me aproveitar disso. - pensei instantaneamente.

- Toma. - ele jogou um pequeno sanduíche amassado ao meu lado. - Come tudo.

- Impossível.

- Lucrécia para de ser fresca e como logo isso, é de sardinha e não está tão ruim assim.

- Cícero você é muito burro e não percebeu que estou com as duas mãos amarradas, e nem posso usar os pés pra levar a comida a boca, já que estão amarrados também.

Consequências do Abandono Onde histórias criam vida. Descubra agora