GUERRA DECLARADA

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Foi inevitável não contar a verdade pro Martin e pro Leandro, por mais  que eu tivesse tentando fugir da verdade era inevitável não contato, eu tive que contar sobre o romance, a Bebel, a Fernanda, o estrupo e a fuga. E como o Arthur me reencontrou depois que fugi de Nova Joia. Que o começo foi maravilhoso mas depois nos transformamos em dois inimigos. E que ainda tem a Fernanda desaparecida.

- Deixa eu ver se entendi. Você deu pra ele primeiramente por livre e espontânea vontade mas depois foi estuprada. - perguntou Leandro.

- Basicamente foi isso. - confirmei.

- Me admira você não ter dado fim nesse cara, por muito menos você passou o Cansecco, a Lola Fernández, a sua mãe entre outros. - disse Martin.

Olhei pro Martin com olhar de reprovação por ele estar contando meus crimes pro meu filho, eu sou assassina mais nem por isso o meu filho tem que saber. Sou uma assassina com princípios.

- Não se preocupa mãe o meu tio me contou tudo quando você supostamente morreu.

Antes de responder qualquer coisa pude ver um homem vindo em nossa direção, ele estava de bermuda jeans, um boné preto, sapatos nas mãos e uma camisa rosa amarrada na cabeça. Fazia a linha malhado boy de academia, pele branca e não muito alto e não pude deixar de reconhecê-lo: Enzo Hertz.

Ele veio em minha direção como se fosse me atacar, parecia que eu era um ser de outro mundo e estava no local errado.

- Então a Brittes não estava mentindo quando disse que você ressurgiu das cinzas. - falou Enzo aparentemente confuso. - Você não morreu?

- Morri sim e quem está aqui é o meu clone geneticamente modificado em laboratório. - debochei.

- Como você conseguiu se fingir de morta por tantos anos?

- Ela não te deve satisfações. - disse Martin saindo de nossas vistas.

O Enzo veio até mim e passou as mãos pelos meus cabelos e foi inevitável não sentir seu cheiro de suor e bebidas alcoólicas se misturando e não era tão ruim. Ele olhava pra mim como um cachorro olha um bife de carne, o Leandro estava incrédulo com tudo que estava acontecendo e ficou mais abismado ainda quando o Enzo puxou meus cabelos pra trás e me deu um beijo digno de cinema.

Sem pestanejar eu acertei um tapa na cara dele que se soltou de mim, eu me aproximei do Leandro que estava com os olhos cheio de lágrimas e eu pude perceber que apesar de tudo ele amava o Enzo apesar de negar. E o Enzo faz questão de maltratar meu filho o tratando de forma rude.

- Como você pode. - Leandro saiu sem olhar pra trás.

- Filho . - tentei correr atrás dele mas o Enzo me impediu segurando o meu braço.

- Lucrécia eu senti tanta falta de você, do seu corpo, da sua boca, da sua. - eu tapei a boca dele antes de ouvir asneiras.

- Por que você se casou com o Leandro, ja que você trata ele de forma desumana?

- Meus pais faliram e um contrato pré-nupcial com o Leandro que era o mais novo herdeiro milionário da cidade. - ele falava na maior cara de pau. - E com o meu charme não foi difícil ele aceitar.

- Mas o dinheiro não seria apenas depois do divórcio? - perguntei.

- O Leandro me dá uma generosa mesada mensal e daí vem minha fonte de renda pra balada.

Ele falava sinicamente o interesse no dinheiro do meu filho, eu não posso deixar esse miserável deslacerar o coração de Leandro e eu ficar de braços cruzados.

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