MASSACRE

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- Quem vai contar pro tio Martin que ele levou um par de chifre e ainda está criando a filha de outro? -  questionou Leandro como se aquela situação fosse a mais normal possível.

- Olha Leandro, você e ele são amigos, são tio e sobrinho, são homens e tem mais intimidades pra conversar esses assuntos.

- Vamos combinar que a intimidade de vocês é muito maior que a nossa. - ele debochou. - Ele conhece locais em você que nem mesmo o sol aquece.

- Me respeita garoto, pode não parecer mas eu sou a sua mãe.

Falando em ser mãe eu ouço o grito do meu segundo filho que acabou de acordar, eu peguei o meu Leandrinho no colo e ele estava quentinho.

- Leandro o seu irmão está queimando em febre. - peguei a mão dele e levei a testa do Leandrinho.

- Caraca... Ele está muito quente mesmo. - o desespero nos dominou. - Temos que levá-lo pro hospital agora mesmo.

- Vai chamar o Martin e as garotas. - falei. - Temos que ir logo pra emergência.

- Eu vou lá rapidamente. - Leandro desceu do carro e foi em direção a loja de conveniência do posto de gasolina onde o Martin estava com as crianças, eu também desci do carro e fiquei perambulando pelas bombas de combustível esperando ajuda com o meu filho chorando.

Um calafrios passa pelo meu corpo e eu não tinha esta sensação desde que o avião caiu no mar, e não era à toa. Um vento forte começou e eu pude ver um fusca desgovernado que  veio a toda velocidade em direção a loja e bateu na porta de vidro da loja de conveniência onde estava a minha família. Foi uma batida cinematográfica e estilhaços de vidros voaram por todos os lados e dentro do veículo desceu três homens encapuzados e vestindo roupas pretas, apontavam a arma pra loja e impedia que todos saíssem de lá. Deve ser um assalto... Mas esse assalto tinha que ser justamente quando o Leandro tem que sair de lá pra me levar no hospital.

- Lucrécia. - ouço uma voz tenebrosa me chamar enquanto eu ia em direção a loja e essa voz eu conheço muito bem. - Precisamos ter uma conversinha, né mana. - disse a Bárbara atrás de mim com a respiração pesada.

A Bárbara estava atrás de mim vestida numa calça jeans e uma blusa preta e nas mãos havia um revólver minúsculo, os olhos delas estavam vermelho como se estivesse acabado de usar drogas e me olhava com ódio.

- Eu não tenho nada pra conversar com você. - falei desesperada por meu filho menor está respirando com dificuldades.

- Calma Lucrécia não vamos brigar mana, vamos pra um lugar mais sossegado. - ela apontou pro carro onde ela estava.

- Eu não vou com você pra lugar nenhum. - comecei seguir em direção a loja de conveniência mas na porta ainda estavam os bandidos aramados.

- Se você não vir comigo eu irei pedir pros meus amigos dar um fim no seu filho e no seu amante (acho que ela se refere ao Martin) e também naquela sua neta bastarda (acho que ele se refere a Débora). - ela fez um sinal de positivo pros bandidos da porta e eles começaram a atirarem pra cima - Se você não vir comigo, o seu filho irá virar petisco de urubu.

- Se você fizer algo contra a minha família eu juro que te mato.

- Lucrécia você não está em condições de ameaçar ninguém minha querida, quem dá as ordens aqui sou eu. - ela apontou o mini revólver em minha direção e posicionou o dedo no gatilho. - Entra no carro agora.

Por mais coração de pedra que eu seja, não posso deixar ninguém fazer mal aos meus filhos. A Bárbara estava cega de ódios e eu posso apostar que é por causa da morte da Sandra Rosa Madalena, eu não matei a filha dela por maldade foi apenas por uma questão de sobrevivência.

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