MINHOCAS NA CABEÇA

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- Fernanda por que o Arthur não é quem eu penso? - perguntou confusa com as palavras dela.

- Eu conheço o Arthur desde que ele nasceu e durante esses trinta anos o meu filho não foi a melhor pessoa do mundo.

- Você falou tanto e eu não entendi bulhufas de nada.

- Babi você acha mesmo que o Arthur não sabe que eu fui uma prostituta e fui presa pro tráfico? - ela questionou com os olhos escorrendo lágrimas.

- Mas se ele, por que você vai embora quando eu ameacei contar tudo pra ele?

- Você acha mesmo que o renomado doutor Arthur Paiva, e empresário do ramo da hotelaria gostaria que a sociedade soubesse que tem uma mãe de passado tão sujo?

- O Arthur não pode ser esse monstro que você diz. - retruquei. - Ele é um ser humano maravilhoso, me deu um teto, um nome e um filho sem ao menos saber quem eu era.

- Ele não te deu nada Babi. - ela colocou as malas no chão e sentou-se comigo na escada. - Ele não se casou com você, apenas amaziou e a qualquer momento ele pode te botar pra fora daqui, sem nada e sem o seu filho.

- Claro que não Fernanda o Arthur me ama e nunca tiraria meu filho de mim e também nenhum juiz daria a guarda pra ele.

- Babi me escuta, o Arthur é médico e rico, pode comprar o juiz e também ele pode constatar que por causa da sua amnésia você não poderia cuidar do Leandrinho.

Eu não quero a acreditar nas palavras da Fernanda mas ao mesmo tempo tudo que ela me disse faz um pouco de sentido. O meu maior medo é perder o meu filho e também tenho medo de que o Arthur não seja quem eu penso.

- Fernanda eu não sei se posso confiar em você, mas por favor não vá embora e me ajude a descobrir a verdade sobre ele. - pedi encarecidamente.

- Eu tenho medo do que o Arthur possa fazer se descobrir sobre nossa investigação contra ele.

Eu não podia mais ouvir nada da Fernanda pois eu ficava cada vez mais confusa e minha cabeça começa a doer, eu resolvo ir dormir.

***********

Um mês se passou desde a minha conversa com a Fernanda e não descobrir nada sobre o meu companheiro, nas últimas semanas eu e o Arthur temos brigado muito nem parece o mesmo de um ano atrás quando sair do coma.

Hoje pela manhã ele brigou comigo por que o leite estava frio, ultimamente tudo é motivo de briga entre nós mas eu preciso pedir desculpas e vou lá no hospital agora mesmo.

- Fernanda fica com o Leandrinho por favor? - pedi enquanto ela podava as plantas. - Eu preciso ir no hospital.

- Babi justamente agora eu ia no supermercado, a dispensa está deserta e praticamente não temos nada pro almoço.

- Fernanda pede pro garoto de recados ir comprar é que eu preciso realmente falar com o Arthur.

- Vai mas não demora. - ela tirou as luvas e foi pro quarto de Leandrinho.

A distância da minha casa pro hospital é de praticamente 50 metros e eu levei quatro minutos pra chegar lá, a recepcionista me disse que Arthur estava fazendo uma cirurgia numa criança e me direcionou até a sala dele. A sala dele era tudo metodicamente arrumados e impecavelmente limpos e na mesa havia uma caixinha preta quadrada e tinha o nome da joalheria do shopping.

Minha curiosidade foi tão forte que eu abrir a caixa e dentro tinha um colar lindo, era uma pedra vermelha pequena mas muito linda. Com certeza o Arthur comprou pra se desculpar pela briga que tivemos pela manhã, mas ao lado havia um cupom fiscal e tinha a descrição: Joia de ouro branco com topázio e o valor exorbitante de 14.000 reais.

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