Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)

DOIS

- Mãe, eu não vou fazer isso. - Ísis gritou em meios a lágrimas.

- E você quer o quê? Ficar presa a um homem  que  te traíu? Eu sempre disse que ele não prestava. E você não acreditou. 

Teodora andava de um lado pro outro do quarto da filha, ela estava impaciente e nervosa com Ísis por não conseguir persuadi-la.

Ísis desejou tanto que o pai estivesse ali com ela, mas ele estava viajando e ela se sentia desprotegida e abandonada. Só o pai a compreendia. Ela chorava angustiada, mas estava decidida a não se render ao que a mãe queria. 

Ela estava arrasada por descoberto a traição de quem ela tanto amava. Sua mãe saíu de seu quarto e a única opção que Ísis tinha no momento era chorar. E foi isso que ela fez, chorou até adormecer. Sempre com sua mão pousando em seu ventre, como se ela pudesse protegê-lo com um simples toque.

***                                   

Eu não podia acreditar que depois de tantos anos eu reencontraria o Léo. Como ele tinha conseguido dinheiro pra comprar a revista? Eu não tinha resposta pra essa pergunta. A única coisa que eu sabia era que não poderia trabalhar no mesmo ambiente que ele.

As lembranças terríveis que há tempos estavam adormecidas, vieram como um temporal em um dia nublado. Desde aquele dia terrível que eu o vi na cama com outra, meus dias não eram mais ensolarados. Eram sempre nublados à espera de chuva. As vezes chovia fraco, as vezes mais forte. Mas vê-lo novamente fez chover dentro de mim uma tempestade de emoções.

Naquela noite eu chorei. Chorei de tristeza pensando no que poderia ter sido a minha vida se minha mãe não tivesse me enganado. Chorei de raiva ao imaginar como estaria se  o Léo não tivesse me traído. Adormeci mais uma noite envolta em lágrimas.

Acordei no outro dia um pouco tarde. Eu já estava super atrasada pro trabalho. Eu ainda não tinha coragem de encará-lo. Olhei meu celular e ignorei todas as chamadas da minha amiga Elaine. Me olhei no espelho e vi olhos inchados e vermelhos. Eu estava decidida a pedir demissão. Mas não hoje.

Passei o dia todo na cama.  Acho que meus olhos já estavam cansados de chorar. Por mais que eu estivesse arrasada, meus olhos se negavam a derramar mais lágrimas. Era pouvo depois das 18 horas quando escuto a campainha tocar insistentemete.  Ignoro. Mas não por muito tempo. Começo a ouvir gritos. " Abra essa porta agora, Ísis,  ou eu ligo imediatamente pro seu pai" Chantagista,  pensei.

 Me arrasto pra fora da cama e me esgueiro pela parede até chegar à porta.   Abro sem muita vontade e dou de cara com minha amiga Elaine.

- Você quer me matar do coração? - Reviro os olhos com o exagero e sigo pro sofá.  Elaine me segue. - Você vai continuar a me ignorar? 

-Amanhã vou pedir demissão.

- O quê? - seu espanto me fez rir.

- Exatamente isso que você ouviu. Não posso trabalhar com ele.

- Mas Ísis...

Minha amiga tentou me convencer,  mas a minha decisão já estava tomada. Jantamos a comida que ela trouxe e depois Elaine foi embora

Fui dormir cedo aquela noite. Queria estar com uma boa aparência pela manhã. 

Acordei mais cedo que o normal,  tomei um banho relaxante,  vesti uma roupa que me deixava poderosa e fiz uma maquiagem discreta mas marcante. Queria que aquele imbecil visse o que tinha perdido anos atrás.  Estava pronta. Tomei meu chá fumegante e fui ao encontro dele.