DEZESSETE

6.4K 596 14
                                    


Depois que Ísis deixou Léo, ele prometera a si mesmo que se vingaria dela. Se ela o tinha abandonado por ele ser pobre, ele se tornaria rico e acabaria com ela, a esmagaria. A raiva que Léo nutria por ela, o acompanhou até ele reencontrá-la. O ódio se dissipou quando ele a viu.

Ele soube como investir o dinheiro que ganhou na Austrália e seus negócios foram crescendo. Ele se tornara um grande empresário graças a sua inteligência e capacidade.

Então chegara o momento de encará-la, de olhar novamente àquela que despadaçou seu coração. Contratou uma agencia de detetives e mandou procurar por ísis de Sousa. Descobriu como ela vivia, onde vivia. E foi assim que ele comprou a revista onde ela trabalhava. Ele queria humilhá-la, infernizar a vida dela.

Léo pensou que seu ódio por Ísis tinha tomado conta do seu coração, mas ao vê-la percebeu que ainda a amava desesperadamente. Todo a mágoa e todo o tempo que ficaram separados não foram capazes de fazê-lo esquecer o grande amor da sua vida.

************************************

Eu estava com muita raiva do Léo. Como ele foi capaz de uma atitude tão infantil? Ai, como eu odiei vê-lo chegar com aquela bruaca da Bárbara. A única coisa que eu queria agora era dormir. No outro dia era sábado e eu não olharia pra cara dele, acordaria tarde e a noite chamaria a Elaine pra ir a algum barzinho pra gente conversar.

Fui dormir tentando apagar da minha memória o idiota do meu namorado. Acordei com a campainha tocando insistentemente. Olhei pro relógio ao meu lado e não marcava ainda oito horas da manhã. Só pode ser brincadeira, pensei. Tentei ignorar, mas a campainha não parava de tocar. Pensei logo no Leonardo. Só podia ser ele. Ah, eu iria matá-lo. Me levantei irada. Me levantei toda descabelada, com a cara amassada e o pijama amarrotado.

Vou até a porta sem nem ao menos olhar no olho mágico. Pra alguém ter subido sem aviso, só podia ser alguém conhecido e na minha cabeça só podia ser o Léo. Quando abro já preparada pra dizer um monte, dou o maior grito de suspresa. Era meu pai. Corro pros raços dele e enlaço minhas pernas em sua cintura. Meu paizinho gargalha.

- Nossa, vejo que você ficou feliz em me ver.

Começo a dar muitos beijos por todo o seu rosto. Desço e o olho novamente.

- Pai. - o abraço novamente.

- Não vai convidar seu pai pra entrar. - ele fala com uma voz engraçada.

- Desculpe. É que fiquei tão feliz em te ver, paizinho. - puxei -o pra dentro e fechei a porta.

Sentamos no sofá e o abracei de novo. Há quase um ano não via meu pai, estava morrendo de saudade.

- Eu vim ontem a noite, mas o Pinóquio disse que você tinha ido numa festa.

- Pai, o porteiro odeia esse apelido. Você sabe.

- Eu estou falando na frente dele? - falou achando graça. - E que história é essa de filha estar repreendendo pai? - apertou a ponta do meu nariz.

- Senti tanta a sua falta, pai.

- Com a cara que você abriu a porta, pensei que ia me matar.

- É que eu pensei que você fosse um idiota aí.

- Um namorado? - assenti. - Quero saber tudo.

- Você vai cair pra trás quando souber. - ele fez uma cara desconfiada.

Fui tomar um banho enquanto meu pai fazia nosso café da manhã. Contei sobre o retorno do Léo e o que ele tinha feito na noite anterior. Meu pai sempre gostara do Léo, minha mãe que não o suportava por ele ser pobre, sempre o chamando de mecânico golpista. Meu pai me aconselhou a entender o Léo, disse que homem era mesmo infantil. Ele viu quando eu ignorei todas as ligações do Léo.

Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora