DEZENOVE

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- Eu não acredito que você conseguiu. - Ísis olhou para Léo com os olhos brilhando.

- Se eu não conseguisse comprar essas horríveis cerejas, certamente eu seria um homem morto.

- Que exagero, meu amor. - sorriu e lhe deu um beijo na face.

Ísis abriu o pote de cerejas e comeu tudo de uma vez, numa fração de segundos.

- Ísis, você vai passar mal, minha filha.

- Ai, dona Lúcia, é que eu estava com tanta vontade, mas tanta vontade de comer cerejas. - choramingou.

- Essa vontade toda está muito estranha. 

Dona Lúcia percebeu qual era a verdade por trás daquele desejo por cerejas.

- Ai... - dona Lúcia e Léo olharam para Ísis. - Acho que eu comi muito rápido. 

Ísis saiu correndo em direção ao banheiro seguida por Léo. Vomitou toda a cerja que havia comido. Isso só confirmou o que dona lúcia já sabia.

- Nunca mais na vida eu quero saber de cereja.

- Tinha pra que comer tudo de uma vez, Ísis? - Léo a repreendeu e ela fez biquinho o fazendo esquecer o seu exagero.

- Minha filha? - Ísis olhou pra dona Lúcia. - Precisamos conversar.

- Não brigue com ela agora, mãe. Depois , está bem.

- Está bem. Mas depois vamos conversar com certeza.

Ísi sorriu agradecida por não levar uma bronca de dona Lúcia. Infelizmente a mãe de Léo não teve tempo de conversar com ísis e confirmar suas suspeitas. Em pouco tempo os dois namorados se separaram e ela nunca soube o motivo. As suas suspeitas se perderam no tempo e ao reencontrar Ísis anos depois sem um filho, dona Lúcia teve certeza que eram apenas suspeitas infundadas.

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Cheguei na casa do Léo com a minha bela bota ortopédica. Fiquei esperando sozinha enquanto o meu namorado foi buscar o Caio na escola. Comecei a pensar na proposta de casamento que Léo me fez e isso me angustiou. Como eu casaria com um homem que eu tinha uma velha mágoa? Eu o amava demais, mas no fundo eu não o tinha perdoado. Não seríamos felizes assim. Nós nunca conversamos a respeito. Eu nunca disse o que minha mãe fizera com o nosso bebê. Foi na sala com a perna esquerda apoiada numa almofada que eu me distraí pensando no passado quando ouvi a porta abrindo e um eufórico menino corria em minha direção.

- Ísiiiiiiiis? - ele pulou em cima de mim e me agarrou pelo pescoço.

- Cuidado, Caio. Eu te falei que a Ísis tava com o pé machucado. - Léo o advertiu.

Nós nem demos atenção ao Léo.

- Quando o papai disse que você tava aqui eu fiquei muito, muito, muito, muito feliz. - ri da sua fofa empolgação. - Você vai morar com a gente pra sempre? Diz que sim, diz que sim. Eu sei que o papai as vezes briga com você, mas se ele brigar eu te defendo. - Caio desandou a falar e eu e Léo rimos.

- Calma, Caio. - falou Léo. - Quem briga com a ísis? Eu? - pegou Caio do meu colo e ficou lhe fazendo cosquinha, o que rendeu ao meu menininho muitas risadas.

- Para, papai.

- Vem cá, meu amor. - peguei ele de volta. - Eu e o papai - olhei pro Léo pedindo autorização e ele assentiu. - estamos namorando e ...

Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora