SEIS

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Alguns dias haviam se passado depois do aborto. Ísis permanecia deprimida. 

Tantas vezes havia sonhado com aquele bebêzinho e sua mãe o matara de uma forma tão cruel. Ela não podia ser humana.

Ísis e seu pai saíram de casa e prometeram nunca mais ter nada com aquela mulher. Prometeram que a esqueceriam e que nunca mais tocariam no seu nome.

Tatas vezes ela pensou que se Leonardo não a tivesse traído, eles estariam juntos com seu bebê.

Ela o odiou mais.

Os dias iam passando e com a ajuda do pai, Ísis se reegueu.

Resolveu colocar uma pedra no passado e seguir em frente. Foi fazer jornalismo em São Paulo e retomou com a sua vida.

Nunca mais soube da mãe. 

Durante todos esses anos, várias vezes Ísis acordava enxarcada de suor depois de um pesadelo. Ela sempre tinha o mesmo sonho ruim: um menino já grandinho sendo arrancado de seus braços e o horror a fazia acordar.

Ela chorava a perda de seu bebê e lamentava ter um dia conhecido Leonardo Magalhães.


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Eu não sei por quanto tempo fiquei na praia chorando, lembrando e principalmente, me recriminando por não ter prosseguido com a minha vida. Leonardo seguiu com a vida dele, provavelmente tinha se casado com uma mulher que amava de fato e tivera um filho lindo. 

Caio era um menino encantador e eu me apaixonara por ele de cara. Sem saber que ele era filho do Leonardo. Mas analisando, ele era a cara do pai. Fiquei imaginando como seria meu bebê se ele tivesse sido permitido vir a esse mundo. Seria bem parecedo com Caio, tenho certeza.

Peguei um taxi e fui embora pra casa. Mandei uma mensagem pra Elaine para que não se precupasse comigo e disse que no outro dia estaria na revista.

Dormi cedo aquela noite. Tomei um calmante e apaguei. Graças a Deus não tive sonhos. Acordei disposta, apesar de tudo.

Cheguei primeiro que todos na revista. Minha bolsa continuava na minha mesa. Sentei e comecei a trabalhar. Apesar de odiar o que estava escrevendo, haveria a semana de moda na cidade e eu tinha que me atualizar. E foi o que fiz. Comecei a pesquisar as tendências.

Elaine chegou e me viu, me abraçou e apenas me disse que entendia. Ela sabia do que ocorrera com meu bebê.

Depois chegaram Nikko e Fred juntos perguntaram como eu estava e disseram pra eu que eu avisasse caso precisasse deles.

Fábio foi o mais fofo, me trouxe belas rosas de todas as cores. Abri o cartãozinho: "Uma mulher linda como você merece dias coloridos  e perfumados, Fábio."

- Ai, que fofo, Fábio. - sorri e o abracei. - Obrigada.

Pra variar, Leonardo chega exatamente nesse momento com a cara de poucos amigos.

- Ísis, na minha sala. - sua voz é fria.

Apenas assenti e o segui. Ele se sentou atrás da mesa dele e eu fiquei em frente em pé.

Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora