NOVE

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Léo acordou com um peso enorme na cabeça, parecia que tinha bebido todas. Mas isso não aconteceu.  Ele lembrava que a mãe de Ísis tinha ido até sua casa pra conversar sobre a filha. Ele serviu café e pediu licença para antender uma ligação.  

Era seu pai pra lhe dar a notícia de que chegara uma carta na casa deles e ele fora aceito no mestrado como aluno bolsista na Universidade do Canadá.  Ele e Ísis fizeram planos a respeito e ele não via a hora de compartilhar aquela notícia maravilhosa com a sua menina.

Se despediu do pai e voltou pra sala. Ele notou um brilho diferente nos olhos de dona Teodora ,  mas achou ser apenas impressão. O silêncio era constrangedor e Léo deu um bom gole em seu café. 

- Bom, não vou prorrogar esse incômodo.  Vou direto ao ponto. - levantou o queixo demonstrando sua arrogância.  - Você deve saber que minha filha é demais pra um reles mecânico. - Aquilo enfureceu Léo. 

- Acho que a senhora não está ciente de que eu acabei de me formar em administração pela UFRJ. - Ela deu um sorrisinho sarcástico. 

Ele não quis mencionar que fora aceito na Universidade do Canadá,  poderia atrapalhar seus planos com Ísis. 

- Estou falando de berço, meu caro. 

- Em que época a senhora pensa que está vivendo? - Ela riu novamente.

- Não tenho dúvida da sua inteligência e capacidade. Não é à toa que o filho de um mecânico e de uma dona de casa tenha conseguido ludibriar uma menininha rica, filha de médicos e com um sobrenome que é conhecido nas altas rodas sociais. 

- Eu não tô nem aí de quem Ísis é filha ou qual o sobrenome dela. Eu a amo. - Teodora gargalhou virando a cabeça pra trás. - E eu só não faço a senhora engolir todas as suas palavras por respeito a ela. 

Ele se levantou bruscamente e ficou tonto.  Voltou a sentar.

- Eu só vim lhe comunicar que Ísis está indo embora para o exterior amanhã.  - ele não podia acreditar. - Enfim minha filha percebeu que você não está no mesmo nível que ela. - saiu sorrindo. 

Léo queria correr até Ísis para confirmar o que ele já sabia: aquilo era mentira de dona Teodora.  Os dois se amavam e fizeram planos, fizeram juras de amor. 

Tentou se levantar novamente,  mas tudo girou e ele apagou. E então acordou com uma dor de cabeça dos diabos.  Já havia amanhecido e ele nem notara que dormira tanto, nem se lembrava que tinha ido pra cama. 

Ele se xingou por ter perdido o encontro com Ísis,  eles iriam comemorar um ano juntos. Ísis devia estar com muita raiva. Sorriu ao lembrar de como sua linda menina ficava bela quando tinha raiva.

Ligou pra ela,  mas Ísis não atendeu. Foi até a sua casa,  mas não o deixaram entrar. A empregada com pena veio até a porta e disse que Ísis tinha ido embora logo cedo.

Ele nao podia acreditar. Dona Teodora havia mesmo falado a verdade? Léo não podia acreditar e voltou lá varias vezes até constatar que Ísis realmente tinha partido,  deixando seu coração em  pedaços. 

Pobre Léo,  chegou a conclusão que sua menina tinha brincado com ele, tinha o enganado e o abandonado sem o mínimo remorso. Tudo porque ele era pobre e não ser do mesmo nível que ela.  Mas ele jurou pra si mesmo  que se vingaria dela. Se tornaria rico e passaria por cima dela como ela mesma fez com ele.

Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora