Quando Léo olhou para seu sobrinho, seu coração apertou. Tão pequenininho e já órfão. Seu irmão e sua cunhada morreram por culpa dele. Ele jamais se perdoaria. Léo chorava desesperadamente e saiu de perto do pequeno Caio pra que ele não se assustasse. Dona Lúcia foi pra perto do filho.
- Se acalme, meu filho. Temos que ser fortes pelo Caio. - falava em meios as lágrimas pela perda do filho.
- O Gui morreu por minha culpa, mãe.
- Não foi culpa de ninguém, Léo. Muito menos sua. Foi uma fatalidade. - ele balançava a cabeça em negativamente de forma veemente.
Léo chorou durante toda a cerimônia de despedida do irmão e da cunhada. Ele se sentia a pior pessoa do mundo. Eles estavam descendo a sepultura no lugar dele. Leonardo queria poder voltar no tempo e ter ido no lugar de Gui. Mas ele foi egoísta. Se sentia o homem mais vil da face da Terra.
Ao voltar da cerimônia, abraçou o pequeno Caio.
- Agora eu serei seu pai, Caio. E eu juro que vou ser o melhor pai do mundo. Eu espero que um dia você possa me perdoar. Eu te amo muito.
E chorou. Agora silenciosamente.
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- Por que você quer tanto voltar a falar no passado? - sua voz era triste, cansada e resignada. - Já não basta todo o sofrimento? Eu quero colocar uma pedra naquele sofrimento todo. - ele olhava pro chão.
- Léo, eu amo muito você. Eu pensei que eu te odiava, mas quando você reapareceu... - parei de falar porque minha voz ficou embargada, Léo não me olhava, seus olhos continuam voltados pro chão. - Eu percebi que na verdade eu nunca deixei de te amar. Mas eu só posso colocar uma pedra quando a gente conversar tudo o que tem que conversar e eu preciso muito te dizer que eu perdi... eu perdi o nosso... - eu parei sem conseguir falar da perda do nosso bebê.
Ele olhou pra mim e meus olhos brilharam cheios de lágrimas. Nesse momento o telefone dele tocou.
- Eu preciso atender. - sua voz saiu como um sussurro. Eu assenti. - Alô. ... Sim, sou eu. ... Como? - a sua voz saiu muito exaltada me preocupando. - Eu estou indo agora mesmo. - desligou e me olhou.
- O que aconteceu?
- O Caio sofreu um acidente na escola e está sendo levado pro hospital.
- Meu Deus.
- Eu tenho que ir. - balancei a cabeça várias vezes como que pra absorver o que ele tinha acabado de me falar.
Ele partiu em direção a porta, não falei nada apenas fui atrás dele. Descemos pelo elevador em silêncio, eu apenas fazia preces silenciosas pra que nenhum mal acontecese ao meu amorzinho. No carro vi que ele apertava tanto o volante que seus dedos estavam brancos.
- Meu amor, calma. Não deve ser nada grave.
- Você tá calma porque ele não é seu filho.- cuspiu e meu coração doeu, mas eu não o ataquei de volta. Sabia que ele estava nervoso e ainda chateado pelo nossa conversa.
- Por favor, não seja injusto. - minha voz saiu calma e controlada. - Eu amo o Caio. - minha voz embargou e eu me calei.
Ele não disse mais nada, apenas continuou dirigindo até chegar ao hospital e ficamos em silêncio. Léo estacionou e seguimos pra recepção, ele foi direto pro balcão.
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Eu odeio meu ex-namorado (Finalizado)
Romance"Abençoadas sejam todas as voltas que a vida dá." Ísis e Léo se conhecem quando são ainda muito jovens e se apaixonam. Ela de família rica, ele de famíla pobre. O que tinha começado apenas como brincadeira, progride para amor. Mas algo acontece que...