-Então, por que parte você quer começar? -analisei a pasta que tinha sobre ele- você matou pessoas, deixou seus irmãos inconscientes com adagas nos corações em um caixão, ameaçou pessoas, matou mais pessoas, torturou, compeliu, e também destruiu muita coisa. Tenho que admitir, isso é bem...interessante, já dar pra traçar um perfil inicial.
-Bem, então porque você não me diz?-ele parecia não se importar, sempre estava com um sorriso irônico nos lábios.
-Você é um assassino, psicopata, egocêntrico e paranoico- disse calmamente.
Levantei meu olhar pro seu, ele se divertia, mas ainda tinha olhar ameaçador.
-Nada que eu já não tenha ouvido, e eles nem precisaram de um diploma pra isso- ele ironizou.
-Mas também é incompreendido- completei o fitando- você tem sérios problemas de confiança, e definitivamente não lida bem com traições. Você prefere ferir, acreditando que vai ser ferido. O mundo não é tão cruel assim, nem as pessoas.
-O que você chama de crueldade, eu acredito ser uma reação aceitável ao mundo injusto em que vivemos- ele estava sereno- e sim, pessoas são cruéis, ruins, esse é o mundo em que vivemos.
-Pessoas não são ruins, elas são boas, algo as torna ruins - fui sincera- acredito que um dia você foi bom, e que bem no fundo do seu coração, ainda exista um pouco de bondade. Ela só está obscurecida pelos demônios que te assombram.
Quando ele riu, fiquei confusa, tentando entender.
-Agora está claro porque Elijah te escolheu- ele sorria abertamente, o que me deixou preocupada.
-Que seria?- perguntei curiosa.
-Você acredita na bondade, você tem esperança, mesmo que a situação pareça perdida- ele me analisou- isso é raro e... destrutivo.
-Esperança- sorri- tenho o infeliz habito de acreditar em causas perdidas. Pra minha sorte, você não é uma delas.
-Não?-ele estava interessado, mas porque eu não usei meu tom irônico.
-Não- disse convicta- coopere, e você estará livre desta casa. Agora novamente, por onde você quer começar?
-Você parece confortável em lidar com a escuridão dos outros- ele disse, como se revela-se algo - mas a verdade é que escuridão atrai escuridão. Você tem lados obscuros, não é mesmo April?
O modo como ele disse meu nome me deu calafrios.
-Você não acha que eu viria aqui sem pesquisar sobre você antes, não é?- ele peguntou convencido.
-Você foi obrigado, trancado por um feitiço, não veio de livre e espontânea vontade- disse tentando ignorar o resto da sua frase.
-É ai que você se engana, Sweetheart - ele sorriu- seus segredos obscuros não são tão secretos assim. Tenho que admitir que fiquei surpreso com seu passado.
-Eu imaginei que seria assim - sorri indiferente- você é ótimo em distrações, evitando o real motivo de estarmos aqui. Estamos aqui pra falar dos seus demônios, não dos meus.
-Você não parece perturbada- ele me analisou- isso é mais interessante do eu imaginei. O que você acha de fazermos um acordo?
Ele sorria de lado, o encarei desconfiada, pelo menos ele estava cooperando.
-O que você tem em mente?- estava curiosa.
-Eu coopero e respondo suas perguntas- ele estava animado.
-Porém?-o encarei.
-Tem que ser reciproco- ele sorriu.
-Me de sua palavra que vai ser sincero - falei- e eu concordo. Temos um acordo?
-Você tem a minha palavra- ele sorriu de um jeito perturbador.
E lá vamos nós, pensei, ainda em duvida se foi uma boa ideia concordar com ele.
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DarkSide ♦ The Originals
VampireElijah, cansado de buscar a redenção de seu irmão, resolve tentar algo diferente. Enquanto ele resolve a guerra que Klaus iniciou em New Orleans, deixa seu irmão nas mãos de uma velha amiga formada em psicologia. A ideia era tentar trazer clareza à...