Tarde demais

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-Eu sabia que você não resistiria, você não devia mesmo ter voltado aqui.

O voz atrás de mim sussurrou.

-Qual é o problema, o que tem atrás da porta?

-Uma maldição poderosa, infestada de magia negra - ela me respondeu- uma assassina incontrolável.

-Não pode ser tão ruim- eu não consegui reprimir o desejo de entrar- eu não sou uma assassina, então não existe risco.

-Não entre.

Ignorando a voz comecei a acertar a porta, que logo se quebrou. Confusa, encarei o breu silencioso da sala. Não fazia sentido.

Logo e fui envolvida pela escuridão. E não estava só.

Com o coração acelerado, despertei. Mal me lembrava de ter me deitado no...chão?

Me levantei confusa, eu estava no meu quarto, estava escuro, a porta continuava trancada.

Eu precisava comer algo, sim, isso acalmaria a inquietação no meu estomago.

Na cozinha, peguei as coisas pra fazer um sanduíche. Abri a gaveta e...fiquei hipnotizada pelas facas brilhantes.

Segurei a maior nas mãos, sentimentos violentos vieram a tona.

-Você sente o impulso, aquela voz te chamando - Klaus disse atrás de mim, podia sentir sua respiração na minha nuca.

-Não-sussurrei.

Não fazia ideia do porque eu sussurrar.

-Você quer vingança- ele disse.

Me virei pra ele, que sorria. Eu deveria ficar intimidada por estar tão perto dele, mas não consegui sentir nada. Meus sentidos estavam direcionados a algo que nem eu entendia no momento.

-Vingança não vai resolver nada- tentei me manter firme, me agarrando as ultimas fagulhas da minha racionalidade- não vai trazê-los de volta.

-Não, não vai- ele sorriu de lado- mais você pode fazê-los sofrer por isso.

-Isso seria...-parte de mim estava gritando, a outra estava com uma sede de sangue perturbadora.

-O clã de bruxas Denalli, foi uma delas que te amaldiçoou- seu olhar prendeu o meu- você pode faze- las sofrer, não precisa parar por ai, existe muitas bruxas que eu gostaria de ver morta.

-Você quer me usar pra matar as bruxas que são contra você, não é?-falei desconfiada.

-Isso seria unir o útil ao agradável- ele sorriu divertido- você não gostaria de ter sua vingança?

Os olhos dele sempre foram assim tão azuis?

-Eu não conseguiria parar- disse, sem me importar com a ideia de que eu estava realmente pensando naquilo.

-Eu te faria parar, você só precisaria me pedir- a proposta era tentadora- eu e você, juntos. Nova Orleans seria minha, sem nenhuma bruxa.

-Mas...-aquilo seria errado, não é?

-Essa raiva, esse instinto assassino que você oculta- ele tocou meu peito, meu coração estava pulsando sobre suas mãos- eu sei que você quer matar, então...porque se reprimir?

-Apenas algumas Denalli- repeti pra mim mesma- depois eu paro, eu consigo.

-Você consegue- ele repetiu, sorrindo abertamente.

.....

Narrador

-Alô Elijah? -a voz dela era doce- eu sei que você deve estar ocupado, mas assim que você ouvir esta mensagem venha pra cá, o mais rápido possível. É urgente.

Elijah estava preocupado com a mensagem de April. Ele sabia que ela tinha suas...peculiaridades, mas como Niklaus não sabia de nenhuma delas, elas não afetariam em nada. Ele estava satisfeito em ter conseguido que os seres sobrenaturais assinassem um acordo de paz. As coisas finalmente ficariam tranquilas na cidade.

-Vejo que você está aproveitando seu...descanso- Elijah sorriu divertido para Klaus, assim que entrou no chalé.

-Você nem imagina o quanto, irmão- o tom condescendente do hibrido deixou o mais velho em alerta.

-Onde está April? Se você fez alguma coisa com ela eu juro que...-a ameaça era clara, mas ele logo foi interrompido.

-Eu estou bem Elijah - April disse sorridente se juntando aos dois.

-Você tem certeza que esta bem?- Elijah perguntou desconfiado.

A garota tinha um sorriso divertido nos lábios, um olhar levemente perturbado, um certo ar obscuro.

-Eu nunca estive melhor- ela apenas deu de ombros se sentando ao lado de Klaus.

A garota e o hibrido trocaram um olhar de cumplicidade. Elijah já estava ficando terrivelmente preocupado só de imaginar o que havia acontecido.

-O que vocês....

-Não se preocupe- a garota pegou o copo das mãos do hibrido, provando da sua bebida- você me trouxe aqui pra fazer Nik ter um pouco de clareza...quando na verdade, eu é que precisava ver direito.

-April, você não fez isso- o original queria que ela voltasse a ver a razão- você já superou isso.

-Ai é que esta, irmão- Klaus se levantou, um sorriso vitorioso nos lábios- ela não precisava superar, apenas...sentir...matar.

-Seu bastardo ignorante- Elijah segurou o hibrido contra a parede, sua voz ameaçadora- se você...

-Hey, meninos não briguem- April estava gostando de ver Elijah irritado, mas a garota seguiria o plano.

-April- Elijah se aproximou dela- essa escuridão...isso é perigoso, você não quer isso.

A garota ficou com um olhar confuso, assustado. O original percebeu a duvida dela e aproveitou a chance.

Segurando o rosto dela com as duas mãos, ele fez com que ela o encarasse.

-Veja a razão, não é tarde de mais.

Com um olhar inocente, ela assentiu.

-Elijah- ela sussurrou.

Elijah sentiu alivio por alguns segundos. Mas então as mãos da garota foram para o seu pescoço .

-É tarde demais-  ela sorriu, e então quebrou o pescoço dele- sou uma ótima atriz, você não acha?

-A melhor- Klaus concordou.

-Algumas gotas do sangue dele e você esta livre, certo?- a garota fez um pequeno corte no braço de Elijah.

Assim que o sangue tocou o chão, ambos puderam sentir a barreira sendo quebrada.

-Calma, meu amor- Klaus segurou a mão da garota, que havia afundado a faca mais do que o necessário no original inconsciente- ainda há muito sangue pra ser derramado.

Com um olhar macabro no rosto, ela concordou.

Juntos, os dois seguiram pra cidade. Uma guerra estava por vir.

DarkSide ♦ The OriginalsOnde histórias criam vida. Descubra agora