Não me provoque, Sweetheart

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Tudo que eu preciso é de um dia normal, uma folga, um momento pra relaxar.

Estava na cafeteria, tentando aproveitar meu café da manhã, quando Elijah apareceu.

-Posso me juntar a você?- ele sorriu, apenas assenti- estou feliz que você tenha decido ficar, apesar de ter minhas duvidas sobre seus motivos.

-Você quer saber se eu fiquei por causa do seu irmão, não é?- bebi um pouco mais do meu café.

-Estou apenas curioso sobre...sua relação com Niklaus- ele disse, me olhando sugestivamente- não quero que você se machuque.

-Antes eu achava essa sua esperança nele desnecessária...mas agora eu entendo- admiti sincera- eu não estou envolvida nesse sentido com ele, mas ...já estou envolvida demais pra apenas...ir embora.

Elijah me fitou, me analisando, então sorriu abertamente.

-Eu realmente quis matar Niklaus quando soube o que ele fez a você, mas agora acho que isso tudo aconteceu por um motivo- ele disse sério.

-Deixa eu adivinhar- sorri divertida- pra Nik poder provar o quanto ele pode estragar as coisas.

-Você está mudando ele, bem, pelo menos ele é diferente quando esta com você- ele continuou com seu tom sério, o que me deixou um pouco nervosa.

-Elih - dei de ombros- até onde eu sei Klaus continua o mesmo, quem me dera se ele me ouvisse.

-Bem,  ele confia em você e isso vindo de Niklaus é raro.

Passei as mão sobre meu cabelos e suspirei cansada, era cedo demais pra pensar em coisas complexas como os sentimentos de um hibrido intrometido.

-Eu estava planejando tirar o dia pra relaxar, talvez beber um pouco e ficar longe de encrenca com seres sobrenaturais- balancei a cabeça, com a impossibilidade de tal ideia- mas acho que nessa cidade vai ser meio impossível, não é?

-Posso dar um jeito nisso- ele assentiu.

-Eu sabia que não era de todo ruim ter um amigo original, afinal - brinquei, ele sorriu.

...

O dia estava indo bem, calmo e relaxante, sem nenhuma intromissão sobrenatural.

Nova Orleans era realmente bonita,  as pessoas estão sempre festejando, acho que posso me acostumar com isso.

-Uma rosa, para a bela dama- o moreno me estendeu a flor, com um lindo sorriso .

-Um cavalheiro sedutor- brinquei- obrigada.

-Harry- ele me estendeu a mão.

-April- disse, estava me sentindo encantado por seus olhos tão azuis.

-Posso te pagar uma bebida?

-Contanto que tenha álcool-dei de ombros.

Harry era mesmo muito sedutor e divertido também. Eu havia tomado algumas bebidas, não o suficiente pra estar bêbada, mas o suficiente pra me sentir eufórica.

Eu estava dançando com Harry, então estávamos nos beijando. 

Num momento eu estava sendo prensada contra uma parede qualquer, no outro Klaus estava ali. Harry estava na parede oposta, me olhando confuso. 

-Qual é o seu problema cara?- Harry disse irritado.

-O meu problema?- Klaus repetiu, eu sabia pelo seu tom que aquilo não ia terminar bem.

-Klaus?- chamei, mas ele me ignorou completamente, indo até Harry.

-Você vai ficar bem longe dela- Klaus estava olhando diretamente nos olhos dele, sabia exatamente o que ele estava fazendo- e o mesmo serve pra qualquer um dos vampiros de Marcel, o próximo de vocês que se aproximar dela, morre. Agora suma daqui, antes que eu mude de ideia e arranque seu coração do peito.

Num piscar de olhos, Harry já havia partido. Encarei Klaus, num misto de raiva e irritação.

-Precisava mesmo disso?

-Ele era um vampiro te vigiando, estava se aproveitando de você - eu não era a unica irritada- na verdade você deveria me agradecer.

-Sério, Nik?- revirei os olhos- não é como se isso fizesse muita diferença, eu só queria curtir um pouco minha noite.

Ele me encarou atônito, como se não acreditasse no que  eu tinha dito.

-Você esta bêbada ou algo assim?- ele disse, se aproximando- não existe possibilidade nenhuma de eu permitir que algum vampiro se aproveite de você.

-Bem, sorte a minha que nem todos os caras daqui são vampiros- sorri com a ideia.

-Não me provoque, Sweetheart- ele disse, tão perto que eu já me sentia inebriada com seu perfume.

Uma das regras que eu mais prezava, era a de não se envolver com os pacientes. Não que Nik fosse um paciente normal, mas... eu não deveria estar me sentindo tão atraída como estou agora. Eu deveria voltar pro bar e aproveitar o resto da noite, ou deveria ir pra casa dormir.

Mas se tem uma uma coisas que eu não deveria estar fazendo, era estar num beco parcialmente escuro, sozinha, com ele. Isso não era certo, e definitivamente não vai terminar bem.

-Você esta confundindo meu senso de correto- resmunguei, incapaz de manter meus pensamentos na minha minha mente- mas acho que é isso que você você faz com as pessoas, não é?

-Nossas definições de correto podem ser um pouco diferentes - suas mãos estavam firmes na minha cintura, me trazendo pra mais perto de si- mas...  

Assim que seus lábios tocaram minha pele, senti um calor me tomar.  Minha bochecha, meu queixo, o canto da minha boca, estava ansiosa pra que ele me beijasse de uma vez. Ele desceu uma trilha de beijos pela pele sensível do meu pescoço, isso era meu ponto fraco.

- ...definitivamente não é errado- ele sussurrou no meu ouvido, então se afastou com um sorriso petulante- tenha uma boa noite, Sweetheart.

Ainda entorpecida e sem acreditar, assisti enquanto ele caminhava tranquilamente pra fora dali, como se nada tivesse acontecido.






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