Persuasão

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Estávamos na minha cama, eu estava deitada em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos.

Já fazia um bom tempo que ele estava em silencio, não era difícil adivinhar no que ele estava pensando.

-Alguma chance de te manter preso nessa cama?- murmurei.

-Parece tentador – ele disse, não precisava olhar em seu rosto para saber que ele sorria.

-Você me deixou bem preocupada ontem a noite -disse, minha mão deslizando pelas linhas do seu abdômen- o que você vai fazer?

-Matá-los -ele disse indiferente.

Fiquei calada, tentando reprimir a parte do meu cérebro que gritava. Aquilo não deveria me surpreender, não mais. Mas ali estava eu, tentando imaginar algo que eu pudesse dizer para que aquilo não acontecesse.

-Minha querida mãe quer a mim e meus irmãos mortos – ele disse, diante do meu silencio – e não permitirei que Mikael viva, não depois de todas as ameaças que ele fez a você.

Aquilo explicava algumas coisas. Saber que Mikael me ameaçou não me assustava, mas imaginar Klaus e ele numa luta me deixava aterrorizada.

-Você não vai dizer nada?- ele perguntou.

-Nada que eu diga vai te impedir de matá-los – era estranho o quanto eu parecia conhecê-lo – apenas tome cuidado.

-Mikael não pode me vencer – ele sorriu irônico- nem mesmo com a força de Esther ao seu lado.

Me sentei, ficando de frente a ele, colocando a mão sobre o seu peito.

-E com isso aqui que eu me preocupo - apontei pro seu coração- eles podem querer te matar, mas de certa forma, ainda são seus pais.

-Eles deixaram de ser meus pais a muito tempo – ele disse, pegando minha mão e entrelaçando nossos dedos- Mikael nunca foi.

-A complexidade desses sentimentos antigos... – disse, fitando nossas mãos juntas- apenas tome cuidado.

-Sempre, Sweetheart – ele assentiu- e por falar em tomar cuidado...

-Ah não...

-Essa seria uma boa hora pra você se mudar- ele sorriu- minha cama é bem maior.

-Parece tentador- sorri- mas e seu eu disser não?

-Então terei que te persuadir – eu conhecia aquele tom, cheio de segundas intenções.

-Você sempre ganha – neguei com a cabeça- isso é tão injusto.

-A vida não é justa, Sweetheart - ele disse, seu polegar fazendo os contorno dos meus lábios- mas você tem muito mais a ganhar morando comigo.

-Tudo bem - me dei por vencida – só não vai pensando que você me manterá presa em casa.

-Não, amarrada na minha cama seria melhor – ele sorriu, como se realmente fosse fazer aquilo.

-Você não presta! – tentei me manter séria, mas acabei rindo com ele.

...

Eu sabia que estava sendo vigiada, Klaus não me deixaria andar pelas ruas sozinha.

Minhas coisas já estavam em sua casa, mais especificamente em seu quarto.

Aquilo ainda era muito estranho, mas eu não podia reclamar.

-Pensando no hibrido bonitão? – Josh se sentou ao meu lado, assim como eu, estava com um café nas mãos.

-Talvez – sorri, me entregando.

-Eu te entendo, sexo vampirico é o melhor- ele declarou, como se fosse uma das verdades do universo.

-Pensei que você preferisse lobisomens – o encarei, ele sorriu bobo.

-Como você descobriu?

-Davina me contou- dei de ombros- qual o nome dele?

-Ainden – o sorriso idiota estava ali novamente – a gente ainda esta se conhecendo.

-Uhmm sei – olhei sugestivamente pra ele.

-Nem começa- ele riu- soube que você esta morando com Klaus.

-Só por segurança, é temporário – talvez eu ficasse um pouco além, mas isso seria depois.

-Uhmm sei – ele repetiu minhas palavras com o mesmo olhar.

-Idiota- resmunguei sorrindo- tenho que ir trabalhar.

-Eu sou um dos encarregados a te vigiar – ele disse, se levando e me acompanhando- então vou ficar com você o dia todo.

-Um dos?

-Klaus é meio paranóico – ele explicou- tem pelo menos mais dois de nós te vigiando.

-Maravilhoso – murmurei, aquilo já era demais- vamos logo então.

...

-Olá?- chamei, entrando na casa.

-Você deve ser April, a garota do Nik – ele disse, tinha as feições familiares, era muito parecido com Elijah- sou Kol.

- Claro- sorri- já ouvi muito sobre você.

-Bem, não acredite muito no que dizem – ele pegou um copo, se serviu de alguma bebida na mesa- são todos mentirosos.

-Acho que Davina não se encaixa nessa posição- disse, ele me olhou surpreso.

-Você é amiga de Davina?

-Não sei o porquê da surpresa – me sentei no sofá- ela é uma ótima amiga, uma garota incrível.

-Sim ela é - ele concordou- você não é como imaginei.

-É mesmo, por quê?- perguntei curiosa.

-As garotas que saem com Nik geralmente são...loucas – ele riu- você parece bem normal e racional.

-Nem imagino o porquê - sorri irônica- talvez tenha um pouco de loucura em mim.

-Bem, você é diferente – ele observou.

-E isso é bom, certo?

-Depende de até aonde isso vai- ele conclui, bebendo seu uísque.

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