O melhor de mim

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-...e bem, aconteceu...

-As vezes você simplesmente não consegue controlar- disse encarando o quadro na parede- as vezes, mesmo sabendo que é errado, tudo que você faz é...deixar se levar, porque no fundo você não quer resistir...

-Eu estou confuso, do que nós estamos falando?- Charlie pergunta.

-De você é claro - disse, tentando disfarçar- continue exercitando seu auto controle. Nos vemos na próxima sessão.

Assisti ele sair da sala, ainda meio confuso. Eu definitivamente não estava com cabeça pra trabalhar hoje.

Tudo culpa de um hibrido idiota. Klaus me deixou uma bagunça, essas coisas que ele me faz sentir, não deveriam ser assim. Talvez seja só atração sexual, ou... não. A outra opção me traria problemas, sérios problemas.

Meio alheia as pessoas a minha volta, eu caminhava até o bar.  Eu realmente deveria parar de beber, mas...

-April Valentine - essa voz.

-Marcel - encarei o vampiro, não estava com humor pra seres sobrenaturais hoje- o que você quer?

-Conversar - ele sorriu- porque não tomamos algo?

Assenti e entrei no bar. Nos sentamos numa mesa mais afastada, esperei que ele começasse.

-Dia ruim?- ele perguntou, depois de eu virar meu copo, sem conter uma careta.

-Algo assim- dei de ombros- você sabe que não vai conseguir nenhuma informação de Klaus comigo, não é?

-Não estou aqui por causa de Klaus- ele disse.

-Claro, você aqui pra sermos amigos- revirei os olhos- não sou burra, então me diga logo o que você quer.

-Direta, gostei - ele me olhava analítico- agora vejo o que Klaus viu em você.

-Klaus e eu não...

-Eu fiquei sabendo o que aconteceu noite passada- ele disse, me olhando sugestivamente- Klaus se importa com você, acho que até mesmo...

-Os vampiros dessa cidade não podem simplesmente...cuidar da própria vida?- resmunguei baixinho, mas é claro que ele ouviu.

-Se apaixonar por um Mikaelson nunca termina bem- ele disse sério.

-Você se refere a Rebeka -disse, só agora me lembrando do que tinha aprendido com Nik- mas não é o meu caso.

-Não é?- ele arqueou a sobrancelha- Klaus te manipulou, te usou, você matou pessoas. E mesmo assim, ainda esta aqui, por ele.

-Você esta aqui para pedir que eu me afaste dele - adivinhei.

-Você tem esperança nele- ele sorriu irônico- mas é um tanto ingênuo da sua parte ignorar o que ele é. Você é inteligente, já deve ter deduzido como isso termina.

Eu evitei pensar nesse final, porque por mais idiota que soe, ainda tenho fé que as coisas possam ser diferentes. Que Nik seja diferente.

-O que você quer?

-Klaus confia em você, isso o torna vulnerável...

-Klaus não confia em ninguém além de si mesmo - eu disse, talvez fosse mentira - não posso te ajudar e mesmo que pudesse, não o faria. A essa altura você já deveria ter aprendido...

-Você tem razão, Sweetheart - Klaus disse, aparecendo do nada e se sentando ao meu lado-Marcellus insiste em repetir os mesmos erros. Lamentável, não é mesmo?

Klaus sorriu parecendo tranquilo, o que o tornou ainda mais ameaçador. Me encolhi quando ele descansou o braço no encosto da minha cadeira, quase me tocando.

Os dois vampiros se encaravam, a tensão era palpável, aquilo estava começando a me preocupar.

-Vocês não começar a tentar se matar aqui, não é? -disse um pouco nervosa.

-É claro que não, nós somos pessoas civilizadas, Sweetheart - Nik sorriu, quase...adorável.

-Sim, civilizados- Marcel disse irônico, então me encarou- nos vemos por ai, April.

Encarei Klaus, impedindo que qualquer ameaça saísse da sua boca. Assim que Marcel saiu, me afastei um pouco, aquela proximidade estava me incomodando.

-Eu te deixo sozinha por algumas horas e você já esta com outro vampiro- ele balançou a cabeça, fingindo estar decepcionado- pensei que você tinha entendido o recado ontem a noite.

-Eu nunca senti tanta vontade de socar alguém como eu quero agora - disse, ele sorriu- você desperta o pior em mim.

-Que ironia - ele me fitou- você desperta o melhor em mim.

-Você não pode...isso tem que parar- suspirei derrotada- esses sentimentos, talvez eu devesse ir embora.

-Isso não é uma opção, Sweetheart- ele disse sério.

Quando eu olhei em seus olhos eu sabia que estava perdida. Marcel podia não ter a intenção de me ajudar, mas em uma coisa ele estava certo. Eu deveria manter distancia de Klaus Mikaelson, tanto quanto possível. Ou eu acabaria morta, ou pior, apaixonada.

-Eu tenho que ir - disse, me levantando, ele apenas assentiu.

Sai sem olhar pra trás, mesmo assim, sentia seu olhar sobre mim. Eu estava mesmo muito ferrada.







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