Tudo bem, você consegue April. Não tem nada de complicado, vamos lá.
Ainda meio insegura entro no complexo, de longe posso ouvir as risadas e a musica agitada.
Assim entro na sala, me arrependo de ter vindo. Vampiros são sempre vampiros, não importa o que você sinta.
Mulheres, bebidas, um corpo sem vida no chão, Klaus com os lábios vermelhos de sangue.
A ideia era sair dali sem ser vista, mas ele me viu, olhou diretamente pra mim e sorriu.
-Veio se juntar a nós, Sweetheart?- ele perguntou.
Não sou muito de seguir meus impulsos violentos, mas naquele momento eu só queria socar aquele rostinho lindo e acabar com seu sorriso.
-O que você está fazendo Klaus? - disse, cruzando os braços.
-Uma festa, não é obvio?- ele disse irônico- o que você quer?
-Conversar...
-Acho que você já disse tudo que queria, agora...- ele sorriu, e se inclinou pra garota morena ao seu lado.
Fiquei alguns segundos paralisada pela cena, num momento ele estava beijando ela, no outro sugava seu sangue.
-Já chega!- gritei, desligando a musica- a festa acabou.
Uma a uma, as garotas saíram, Klaus soltou sua vitima, já inconsciente sobre o sofá. Então ele me encarou de modo intimidador.
-O que você pensa que esta fazendo?- disse frustada.
-O que você pensa que esta fazendo?- ele repetiu, sem emoção- você entra na minha casa e acaba com minha festa. Me de um motivo para não mata-lá?
- Tão previsível- resmunguei- você não me assusta Klaus. Eu estou aqui pra conversar.
-Você esta aqui para aliviar a culpa que está sentido- ele virou de costas, preparado sua bebida- você não conseguiria ir embora de consciência pesada.
-Na verdade é exatamente por isso que estou aqui - disse, afinal, acho que eu também era previsível.
-Tudo bem, desculpas aceitas- ele deu de ombros, indiferente.
-Pare de agir assim- reclamei.
-Assim como?- ele sorriu, um sorriso tão frio que me fez perguntar onde estava aquele homem que me abraçou enquanto eu chorava.
-Como se não se importasse, como se o que eu disse não te atingiu- disse, minha voz se alterando.
-Você disse o que pensa, não faz diferença - ele deu de ombros.
-Eu não vou me desculpar com você, de jeito nenhum- resmunguei.
-Então o que você ainda faz aqui?- ele perguntou, ficando a centímetros de distancia.
Olhos incrivelmente azuis, perfume inebriante...maldito seja Klaus Mikaelson.
-Porque eu não disse tudo... - respirei fundo e tomei coragem- você protege queles que ama, as vezes excessivamente, mas não é algo ruim. Apesar de não admitir, se preocupa com seus verdadeiros amigos e com o que eles pensam sobre você. É gentil, nem de longe o monstro que seu pai foi. Não acredita na própria redenção, mas deveria. Ainda há esperança pra você Klaus, eu acredito que sim.
Suspirei aliviada, agora me sentia bem melhor. Analisei seu rosto, sua expressão neutra era indecifrável. Não sabia se esperava um sorriso ou um ataque na jugular.
Fiquei confusa quando ele se afastou, então me olhou sorrindo de lado.
-Acho que essa é a nossa despedida, senhorita Valentine- ele disse.
-Ha, como se eu fosse conseguir ir embora- resmunguei, me sentando em uma das poltronas- não consigo deixar nenhum caso em aberto, sou muito perfeccionista neste aspecto.
-Eu sei, Elijah me disse - ele sorri divertido, me entregando seu copo- parece que você vai passar um longo tempo em Nova Orleans, Sweetheart.
-Eu espero continuar viva- murmurei, provando um pouca da bebida.
-Ninguém será louco o bastante pra machucar você- ele disse convicto.
Eu vim pra me despedir e agora vou acabar ficando, reviravolta interessante, não?
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DarkSide ♦ The Originals
VampireElijah, cansado de buscar a redenção de seu irmão, resolve tentar algo diferente. Enquanto ele resolve a guerra que Klaus iniciou em New Orleans, deixa seu irmão nas mãos de uma velha amiga formada em psicologia. A ideia era tentar trazer clareza à...