43.

326 38 65
                                    


Harry não dormiu praticamente a noite inteira tal era o estado de ansiedade em que se encontrava naquele momento. Tentava pensar e planear tudo aquilo que ia dizer ou fazer, porém tinha a certeza de que isso não iria servir de nada, pois no momento iria esquecer-se de tudo. Era sempre isso que acontecia.

O rapaz saiu da cama e passou depois parte daquele dia a andar de um lado para o outro em casa. As perguntas da mãe, a querer saber o que se passava com ele, não paravam. Coisa que deixava Harry ainda mais nervoso do que ele já estava.

Nunca mais falara sobre Louis à mãe. Apesar de por diversas vezes ela ter perguntado sobre aquele rapaz de olhos azuis. Mas Harry sabia que Anne não tinha gostado muito de Louis quando o conheceu, e iria gostar ainda menos se soubesse as coisas que Harry sentia por ele. Louis continuava a fazer parte de um mundo ao qual ele não pertencia. Um mundo muito mais perigoso do que aquele que ele sempre tinha conhecido.


Quando o fim da tarde chegou, Harry acabou por sair de casa. Entrou no seu carro e depois de colocar o mesmo a trabalhar e em andamento, começou a conduzir de imediato em direção a casa de Louis. Os seus dedos batucavam de forma nervosa no volante, enquanto a sua mente continuava, como sempre, a ser apenas preenchida por tudo o que dizia respeito ao outro rapaz.

Assim que o prédio onde Louis habitava entrou no seu campo de visão, Harry engoliu em seco ao recordar-se da última vez em que ali tinha estado. O dia em que Louis o tinha tirado da sua vida. O dia em que Louis o tinha magoado de uma forma que ele não sabia ser possível.

Assim que parou o carro, o rapaz logo saiu do mesmo, caminhou de forma calma pelo passeio e seguidamente entrou no edifício. Pouco tempo depois já se encontrava em frente da porta que pertencia ao apartamento do rapaz mais velho.

Naquele momento, apenas por uns segundos, Harry achou que talvez estivesse a cometer um erro, que devia simplesmente virar costas e ir embora dali. Contudo, as palavras de Zayn vieram-lhe ao pensamento. Zayn tinha toda a razão e ir embora seria um ato de estupidez.

O rapaz elevou o seu braço e pressionou um dedo no botão da campainha. Conseguiu ouvir o barulho desta a tocar no interior da casa. Aguardou, esperando que Louis estivesse em casa e viesse logo abrir a porta antes que ele começasse novamente a questionar o fato de que estava ali. Abre, abre, abre, era a única palavra que estava na sua cabeça naquele momento.

Passaram-se apenas alguns segundos – que para Harry pareceram longos minutos – quando a porta foi por fim aberta.

Harry sentiu o seu coração falhar algumas batidas quando os seus olhos entraram em contato com a figura de Louis. Ele continuava... ele.

- Harry? – este logo disse. Os seus olhos estavam um pouco arregalados, em surpresa, visto que não estava à espera de se deparar com Harry quando abriu a porta.

Os seus olhos analisaram Harry e naquele momento ele esqueceu-se de tudo o que os fazia estarem afastados um do outro. Esqueceu-se do negócio que comandava e destruía a sua vida. Esqueceu-se do perigo que constantemente estava à volta deles. Esqueceu-se de todas as outras pessoas e apenas se focou no rapaz que estava à sua frente. No quanto sentia saudades de tudo o que tinha a ver com Harry.

- Eu... - Harry murmurou assim que conseguiu articular uma palavra, porém aquela foi a única que acabou por sair da sua boca. Tal como ele tinha previsto, tudo o que tinha planeado dizer tinha ido por água abaixo. A sua mente parecia ter sido esvaziada e o rapaz ficara sem saber o que dizer.

A única coisa que ele sabia, no entanto, era que queria Louis. Queria-o mais do que tudo.

Foi por esse mesmo motivo que decidiu esquecer qualquer palavra que pudesse dizer. Muitas vezes os atos eram muito melhores do que palavras e diziam muito mais do que elas.

Criminal || larryWhere stories live. Discover now