Criminal || larry

39.

A noite já era visível quando Louis começou a caminhar pelas ruas, agora praticamente desertas. Tudo aquilo era estranho, ele já não estava nada habituado àquela rotina. Tinha passado os últimos tempos sempre na companhia de Harry, e não conseguia habituar-se ao fato de já não o ter por perto. Tinham-se passado apenas três dias desde a última vez que tinha estado com Harry e ele já sentia saudades do outro rapaz. Sentia saudades das conversas deles, das gargalhadas, das brincadeiras, dos beijos, do fato de apenas poder ficar a olhar para o rapaz de olhos verdes. Tinha saudades de tudo o resto parecer sem importância nenhuma quando estava com o outro.

Porém, por mais que tudo aquilo fosse difícil para ele, ele sabia que não podia voltar atrás. Era melhor assim.

- Louis? – a voz de Brenton fez-se ouvir de forma repentina. E como estava bastante silêncio, Louis foi um pouco apanhado de surpresa e assustou-se, virando de forma rápida o seu corpo para o outro.

- Está tudo bem? Andas tão estranho. – perguntou o outro rapaz, quando chegou perto de Louis. Estavam agora num dos muitos becos onde vendiam a droga, e apenas os dois estavam ali.

- Sim, porquê? – Louis questionou de volta, tentando manter-se concentrado na conversa com ele. Nem tinha vontade nenhuma de estar ali para ser sincero, preferia estar em casa, fechado no quarto a fingir que o resto do mundo não existia.

- Andas estranho desde que o Harry não tem vindo contigo. Afinal o que se passa? Foi por causa do que aconteceu?

- Mais ao menos. – Louis disse apenas e de seguida retirou o maço de tabaco do bolso das suas calças, apressou-se a acender um dos cigarros e levou o mesmo aos lábios.

Brenton continuou a falar, aproveitando o assunto relacionado com Harry para contar a Louis que o gangue que tinha feito mal ao rapaz de olhos verdes tinha sido apanhado pela polícia. Estavam metidos em tantos negócios ilegais, que Brenton tinha a certeza que durante os próximos anos apenas iriam ver os sol aos quadradinhos. Louis fingiu estar demasiado ocupado a fumar o cigarro para dessa forma não ter de responder a mais nenhuma pergunta de Brenton.

O rapaz fechou os olhos e tentou concentrar-se apenas no cigarro, no quanto aquilo o deixava mais calmo, mesmo que não fosse o suficiente para o fazer esquecer de tudo.

A noite decorreu calma, como acontecia ultimamente, apareceu alguém para comprar droga, mas nem sequer foi o suficiente para deixar Louis satisfeito com o dinheiro ganho.

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Harry pegou nas suas chaves de casa e apressou-se a sair da mesma, sem se preocupar em avisar os pais. Gemma já tinha ido embora entretanto, apesar de as aulas dela estarem ainda muito longe de começar, ela sentia saudades do namorado e queria passar o resto das férias com ele. Ninguém a impedia, claro, por mais que os pais não concordassem com aquilo, a verdade era que já nada tinham a ver com isso.

"De Zayn [18:44]

Já andas novamente desaparecido. Queres vir jantar cá a casa?"

"Para Zayn [19:00]

Hoje não posso, desculpa. Janta com o Liam. ;)"

Harry começou a rir sozinho pois assim que acabou de enviar aquela mensagem quase podia adivinhar as bochechas de Zayn a ficarem num tom avermelhado, como sempre acontecia quando Liam era referido em qualquer conversa.

"De Zayn [19:01]

Idiota."

O rapaz de olhos verdes abanou a cabeça e guardou o telemóvel no bolso das calças, entrou no seu carro e conduziu até à outra parte da cidade, aquela parte que não era suposto ele frequentar mais. Tinha passado os últimos dias a fazer telefonemas, acabando por combinar encontrar-se esta noite com alguém que lhe iria entregar alguma droga para ele vender. Depois tinha de dar uma certa quantia do dinheiro àquele fornecedor que tinha arranjado e o resto poderia ficar para si. Não era muito dinheiro mas ele não se importava com isso. Ele apenas queria continuar com aquilo, não era por Louis o tirar da sua vida que ele ia voltar a passar as suas noites fechado em casa. Estava cansado dessa vida, em que nada acontecia e se limitava a seguir as regras impostas pelos outros. Ele tinha gostado do tempo que tinha passado com o Louis, das regras quebradas, de viver como se não houvesse amanhã e portanto pretendia continuar com isso.