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Louis abanou a cabeça, enquanto a sua mente era preenchida pelo que tinha acabado de acontecer. Ele não queria acreditar que Harry andava a fazer aquelas coisas, ele pensava que o rapaz tinha acabado por fazer o que ele havia pedido naquele dia: que tivesse ido para casa e continuado com a sua vida normal, a vida que tinha antes de ter conhecido Louis. Mas isso não tinha acontecido e agora Harry estava em problemas.

Ele queria muito ajudar o rapaz de olhos verdes, mas isso implicava aproximar-se novamente do outro rapaz e ele não podia. Não podia fazer isso. Não podia continuar a deixar Harry no meio do perigo, mesmo que apesar de tudo o rapaz continuava no meio do perigo. Porque havia coisas que Louis não podia controlar, e aquilo que Harry fazia era uma delas.

O rapaz levantou a cabeça e depois de colocar o carro a trabalhar e em andamento, começou a conduzir em direção ao seu apartamento. Não podia fazer nada naquele momento, mas ia tentar pensar em algo, e nos entretantos iria esperar que nada de mal acontecesse com Harry e este ficasse longe de qualquer perigo.

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Mais dias se iam passando e a cada dia que passava Harry se afundava mais na miséria em que a sua vida se estava a transformar.

O rapaz de olhos verdes soltou uma respiração mais longa e levou novamente aos lábios o cigarro que tinha entre os seus dedos. Não era muito habitual ele fumar, aliás era algo que nem lhe chamava muito a atenção, porém ultimamente parecia que tudo andava trocado. Tudo o que ele fazia eram coisas que não eram nada habituais nele.

O barulho da música que tocava naquele bar já lhe passava ao lado, pois ele apenas estava concentrado no cigarro e no copo repleto de uma qualquer bebida que estava à sua frente. Ele já tinha perdido a conta ao número de vezes que tinha pedido ao empregado do bar para lhe encher o copo e na verdade isso pouco lhe importava naquele momento. Ele tinha perdido a conta ao número de bebidas que tinha ingerido nas últimas noites. Quantidade essa que tinha aumentado de forma considerável depois da noite em que ele se encontrou com Louis.

Aquele breve encontro tinha despertado nele uma imensa onda de sentimentos que ele tinha tentado reprimir depois de o rapaz de olhos azuis o ter tirado da sua vida. Mas vê-lo novamente tinha feito com que todos esses sentimentos tivessem voltado. Era demasiado difícil e por mais que Harry quisesse que tudo voltasse ao normal, ele sabia que isso não iria acontecer.
Ele deslizou a língua pelos lábios onde ainda restavam alguns vestígios da bebida que ele estava agora a beber e seguidamente pegou no copo e bebeu todo o seu conteúdo de uma vez só. Fumou o cigarro até este chegar ao fim e depois levantou-se do banco onde se encontrava sentado. O seu corpo cambaleou um pouco e, portanto Harry acabou por ter de se segurar à borda do balcão, apenas o tempo suficiente até ter a certeza que conseguiria ficar de pé, sem cair.
Ele foi andando pelo bar, ignorando as pessoas que resmungavam com ele de cada vez que o seu corpo embatia contra alguém. Todas aquelas vozes não passavam de zumbidos na sua cabeça. Rapidamente ele chegou à rua, encostou-se contra uma das paredes laterais daquele bar e respirou fundo. Sentia a sua cabeça a andar à roda, porém isso pouco lhe importava já que se sentia bastante leve. Era como se nada existisse na sua cabeça, todos os pensamentos que preenchiam os seus dias tinham sido levados para longe, e pela primeira vez em muito tempo, Harry sentia que a sua vida fazia sentido. Mesmo que aquilo fosse apenas uma consequência de todo o álcool que naquele momento estava no seu organismo. E mesmo que dali a umas horas tudo voltasse.

O rapaz acabou por se afastar do bar, e enquanto caminhava pelo passeio viu um táxi aproximar-se da zona onde ele se encontrava. Fez sinal com a mão para este parar e assim que isso aconteceu, Harry entrou dentro do automóvel.

Criminal || larryWhere stories live. Discover now