Criminal || larry

34.

Harry logo percebeu que não estava sozinho naquela cama, quando ao abrir os olhos pela manhã, se deparou com Louis a dormir junto a si. Por momentos ficou confuso, visto que depois do que tinha acontecido entre os dois na noite anterior ele não estava à espera que o rapaz de olhos azuis fosse estar logo ali. Mas estava.

Não passou muito tempo até que Louis se mexesse um pouco e os seus olhos começassem depois a abrir de forma lenta. Ele estava bastante próximo de Harry e portanto este logo conseguiu visualizar os vários tons de azul nos olhos do outro.

- Olá... - Harry murmurou, num tom de voz bastante baixo e sem saber mais o que dizer. Era a primeira vez que via Louis depois do beijo, e também a primeira vez que falava com ele. Era estranho, bastante estranho.

Estavam os dois deitados na cama, virados um para o outro e com os rostos bastante próximos. Mesmo que Louis estivesse a pensar que devia afastar-se, ele não o fazia. Continuava a ser bom sentir o calor do corpo de Harry junto ao seu. E Harry pensava exatamente a mesma coisa, tirando a parte de que devia afastar-se, visto que ele não achava que devesse fazer isso.

- Olá... - Louis murmurou também, ao fim de uns segundos em que ambos ficaram em silêncio, apenas a olhar para o rosto um do outro.

Ao invés de fazer algo para se afastar, Harry acabou por se aproximar mais, deixando que o seu rosto fosse ficando cada vez mais próximo do rosto do rapaz de olhos azuis.

- Não faças isso... - Louis sussurrou num tom de voz bastante baixo, quando viu o olhar de Harry agora colocado sobre os seus lábios.

- Porquê? - este questionou, sem fazer qualquer intenção de se afastar, ele não conseguiria fazer isso.

- Não sei... apenas não o faças... - ele suspirou pesadamente. - Eu... hm... não devia tê-lo feito ontem... - acrescentou, sempre no mesmo tom de voz baixo, e desviando apenas por uns breves segundos os seus olhos dos de Harry.

- Então porque o fizeste? - Harry apressou-se a perguntar. Normalmente era Louis quem estava sempre todo confiante naquilo que dizia, mas neste caso isso mudava completamente.

- Não sei, Harry. Foi o que me apeteceu fazer naquele momento. - murmurou com um suspiro. - Já disse que não o devia ter feito...

- Se pudesses voltar atrás no tempo, aposto que terias feito exatamente o mesmo. - Harry retorquiu de seguida, continuando com os seus olhos focados nos de Louis, que o olhava também.
Ele sabia que Louis o queria beijar, não só ontem mas também agora. Porque se não o quisesse fazer apenas se levantava daquela cama e acabava com toda aquela proximidade. Mas ao invés disso estava ali, bastante próximo de Harry mesmo sabendo que este iria beijá-lo a qualquer momento.

De todas as vezes em que Harry tinha tido vontade de beijar Louis, sempre tinha pensado que era o único a querer e a pensar nisso, porém aquilo da noite anterior tinha-o feito perceber que não era bem assim. Talvez Louis não pensasse tanto nisso como ele, mas afinal tinha sido Louis a beijá-lo na noite anterior. E apesar de depois ter ido embora, ele tinha voltado e tinha vindo para a cama, dormir com Harry.

Como Louis não respondeu mais nada, permanecendo apenas em silêncio, o rapaz de olhos verdes voltou a aproximar-se um pouco, elevou uma das suas mãos e deslizou um dos seus dedos pelos lábios de Louis. Ele notou logo quando a respiração do rapaz mais velho se tornou mais pesada. Ele continuou a passar os dedos pelos contornos da boca do outro à medida que encurtava um pouco mais a escassa distância que ainda os separava.

- Harry... - Louis sussurrou num tom de voz baixo e ligeiramente a falhar.

O outro ignorou e apenas se limitou a substituir o dedo pelos seus lábios. Ele pensou, por momentos, que Louis o iria afastar, mas isso não aconteceu. Era como se não o conseguisse fazer, porque no instante em que os lábios de ambos se encontraram era como se não houvesse volta a dar. Era como uma droga, assim que tínhamos contato com ela, por mais que soubéssemos que não devíamos fazer aquilo, que nos devíamos manter distantes daquela substância, nos já não conseguíamos. Os vícios entranhavam-se em nós de forma lenta, pensávamos sempre que conseguíamos recuar, mas chegaria uma altura em que já não conseguiríamos fazer isso.