How this can be possible?

448 66 6
                                    

        (Beatriz)

 Dormir a noite não foi uma tarefa fácil. Por minha mente seus olhos vigiavam-me, seus lábios se abriam em um sorriso maldoso, suas mãos apertavam meu pescoço. Eu pedia por misericórdia...ele ria de mim.

   Nenhum paciente meu já tinha me deixado assim antes, com a impressão de estar no cargo errado e até mesmo pensando em desistir do que mais gosto. Ele pode ser um killer, mas nunca dominará minha mente.

  Trato de me encontrar com Taylor no mesmo lugar de sempre. Refeitório, é onde ela me espera com um sorriso amigável nos lábios.

  -Nossa, aqui parece estar mais cheio. -comento.

-Pegamos o primeiro horário. -Avisa Taylor já se levantando. Pego uma bandeja e entro para a filha.

   Boto algumas uvas, iogurte e torradas. Volto a me sentar, Taylor faz o mesmo.

-Você não tem...medo de comer o que eles dão?-pergunto. Taylor ri negando.

-Não! Eles precisam de nós para que isso funcione, ou seja, sem veneno nas comidas. -Ela rouba uma uva da minha bandeja. Dou risada negando.

    Taylor me deixa na frente do corredor, ela passa suas mãos em meus cabelos longos e sorri.

-E quando você sair de lá, tudo ficará bem. -a loira me consola. 

 -Eu espero. -sussurro. Ela então me abraça, aconchego-me em seus braços.

-Ok. -ela se separa de mim.

    Mordo os lábios e ergo a cabeça.

-Você tem que ir. Te encontro na biblioteca. -digo e ela concorda.

-Tudo bem, boa sorte. 

-Boa sorte, Tay. 

  Taylor se vira e sai do corredor que me leva para dentro do black mirror. E quando o silêncio se faz é possível os gritos serem ouvidos de onde eu estou. 

   Tomo coragem suficiente para começar a andar em direção a porta onde os dois armários...vulgo seguranças estão. 

   Ao parar na frente deles, eu apenas mostro o meu crachá e eles dão-me passagem para entrar no inferno.

   Faço o sinal da cruz antes de pisar o pé dentro da escuridão que é este lugar. 

   As portas atrás de mim se fecham, o barulho das travas me assustam, mas eu olho para frente. As luzes são acesas, eu posso os ver agora. 

  Dou alguns passos para ver a primeira cela. Jimmy Evans. 

-Bom dia, Jimmy. -eu aceno e me aproximo da cela.

-Bom dia, Dra.Colis.

-Como vai? O que escreveu ontem? -ele bota suas duas mãos na grade.

-Eu tentei um romance, acho que não deu muito certo.

-Bem, não posso julgar antes de o ler. Na nossa consulta vou querer ler. -sorrio e ele concorda.

-Levarei.

-Ótimo. Agora eu quero que você não se concentre nesses barulhos infernais e sabe porquê? -dou mais alguns passos em sua direção.

-Não, por que?

-Porque eles podem machucar a sua cabeça...não literalmente, mas isso pode te fazer alucinar.

The Killer/ EM CORREÇÃO/Onde histórias criam vida. Descubra agora