The Killer/ EM CORREÇÃO/

Black Magic

(Thalita)

-Feliz nove meses, meu amor! -Dou um beijo na pequena, que sorri em devolução para mim.

-Ei, você sorri para a mamãe? Foi? Você gosta de sorrir, né filha? Oh, como você é bonita. -Gentilmente, eu passo o dedão em seu rosto. Sua pele branca é tão macia. E incrivelmente, ela tem os olhos mais verdes e chamativos que eu já vi na minha vida inteira. É insano, mas ela tem os traços de Lauren. 

   Depois desse tempo, eu acho que está ficando mais fácil amá-la. Ver esse sorriso honesto e essas covinhas tão fofas. E pensar que um dia eu detestei olhá-la...a minha própria filha, o meu bebê.

   Eu me sinto culpada por ainda sentir-me um pouco desta forma. Eu me detesto por isso, e eu gostaria de simplesmente ser uma boa mãe, uma boa pessoa. 

-Chega. -Me levanto por fim da cama. Pego a minha linda bebê no colo e a levo para o banheiro. Com ela em um braço e com o outro eu uso para encher a banheira.

-Vamos tomar um banho? Um banho quentinho e gostoso? -A olho sorrindo. Isabela apenas sorri e resmunga algo como "Agu". Queria eu ter a sorte de entender o que ela está falando. 

    Depois de encher a banheira, misturando água quente com morta, eu verifico se está na temperatura adequada para ela. 

-Está ótimo, princesa. -Ergo a sobrancelha e retiro o seu body branco. A coloco em uma boa posição na banheira e já molho seu cabelos e rostinho.

       Nossas conversas são longas e duradouras. Falamos sobre tudo, nós rimos, ou melhor, gargalhamos juntas. Seu sorriso me deixa tão feliz, como se me desse áquilo que eu chamo de esperança. Esperança de um mundo melhor, de uma vida melhor, de um futuro. 

   Sem elas eu não sei se estaria mais aqui. Isabela é Lauren são as minhas jóias mais raras. Eu na verdade, me complico ao pensar no que eu Lauren temos. Nós vivemos juntas e passamos a maior parte do nosso juntas. Tudo o que fazemos temos que entrar em um acordo, como um casal, mas não exatamente, pois...seus lábios não se colam com os meus, nós não nos tocamos e nem nos damos um nome. Ás vezes eu digo "namorada" em minha mente, mas na verdade, o que nós temos não passa de uma amizade. Acho que isso nunca vai para frente, não depois de tantos anos. Chega a ser cansativo e até um pouco frustrando...eu diria muito frustrante.

    Troco a sua roupinha, colocando algo mais de calor. Penteio seus cabelos pretos e dou mama, até a pequena pegar no sono.

   A coloco para dormir e começo a fazer as minhas tarefas diárias, que são puro tédio.

    Enxáguo mais três copos de vidro e coloco no escorredor. Dou um longo suspiro cansado.

-Quando as coisas irão mudar? -Sussurro para mim mesmo.

  Mais um suspiro. Eu estou tão cansada...

   -Por que tens os olhos tão baixos? -Ouço a voz de Harry. 

-O que faz aqui, Harry? Pensei que estivesse em Holmes Chapel. 

-É por isso que estou aqui, porque eu não consegui ir para lá. 

-Não entendi. -Continuo lavando a Louça.

-Queria saber se você tem algumas respostas. -Desligo a torneira e lentamente me viro para ele, seco as mãos com o pano de prato e cruzo os braços.

-Como assim, Harry? 

-Eu até tentei sair da cidade, mas eu não consegui.

-Por que?