The Killer/ EM CORREÇÃO/

Playing with evil

(Beatriz)

    Faz duas semanas desde a morte de Jesy. De seu corpo não sobrou nem os dentes. Ele a levou por inteiro.

  Faz duas semenas que meus pais se mudaram para a fazendo. Faz duas semanas que os meninos se mudaram literalmente para cá. Faz duas semanas que as coisas não parecem ser como antes. Há um vazio em todos nós.

-Ei. -Taylor encontra-me na sala.

- Ei. -A respondo.

-Queria conversar com você. Tem um minuto? -Ela franze os cenho.

-Claro. - Nós sentamos no sofá.

    Ela faz perna de índio e me olha suavemente.

-Estar aqui me faz sentir segura. Quando eu estou aqui, eu fico segura. -Ela mexe freneticamente em suas mãos. Ela parece tão feliz e realista. Não deixo de sorrir.

-Eu fico muito feliz. Mas onde você quer chegar com isso, Tay? 

-Isso é tão envergonhoso. -A loira esconde o seu rosto nas mãos. 

-Ei, você pode ficar aqui o quanto for preciso. Dias, meses, anos...não me importa. -Sou honesta. Seus olhos marejados ficam. A loira me abraça tão forte. Um abraço preciso, de agradecimento, de medo, de amor. 

-Eu nunca conseguirei agradecer o suficiente por tudo o que você já fez e ainda faz por mim. Eu sempre serei muito grata. Você é uma ótima amiga. -Eu sorrio concordando.

-Vem cá. -Nos abraçamos outra vez.

   Minha garganta embarga. Eu sinto-me fraca e triste, mas ao mesmo tempo eu me sinto feliz por ter Taylor e os outros na minha vida. 

   -Tudo ficará bem. -Dou um soluço baixo.

-Eu sei, eu sei. 

   ...

-Eu te devo uma explicação. -Zayn me estende uma taça de vinho, eu aceito. 

-Obrigada. -Cruzo os pernas e sento no sofá. A luz está pouca. Zayn não gosta muito de claridade e é por isso que ele sempre ajusta a claridade.

-Anos atrás eu tive uma filha, mas eu pensei que ela estivesse morta. 

-Por que morta? O que aconteceu? -Ele me encara bem. Põe uma cadeira na minha frente e umedece os lábios.

-Ela foi jogada do penhasco. -Ele é direto. Meu coração bate um pouco mais forte. Forço os olhos, mas não falo nada.

-Quem é a mãe dela? -Dói-me demais perguntar isso. Não acho que estou realmente pronta para ter a tal resposta. 

-Você é esperta. 

-Diz. 

-Você já sabe, Bia.

-Eu quero ouvir de você. Eu quero te ouvir falando que ela é a mãe da Jasmine. -Deixo a taça de lado e me concentro em seus olhos. Seus olhos que eu encaro sem pudor, sem medo algum. Eu quero o ouvir falando sem desviar os olhos ou esquivar-se.

-A Gigi é a mãe da minha filha. -Uma lágrima escorre por meu rosto.

-Por que você escondeu isso de mim por tanto tempo? -Levanto a cabeça. Ele deixa a cadeira de lado e se ajoelha na minha frente.

-Eu deveria, eu sei que deveria. Mas eu só não tive...-Ele para de falar e segura a minha mão.

-Foi na noite do massacre?