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POV NATHAN

Fazia alguns segundos que ela havia sido levada para emergência. Me proibiram de entrar, e aquilo me doeu de alguma forma. Eu queria poder estar com ela. Mas, as pessoas não colaboravam.

- Como foi? - perguntei assim que a vi saindo da mesma porta na qual entrou.

- Dolorido. - sorriu fraco - Mas vou ficar bem.

- Claro que vai. - sorri da mesma forma - Vamos?

Ela assentiu com a cabeça e logo estávamos em direção ao prédio. E agora sim, eu me sentia bem. Pois sabia que ela estava bem. Era a segunda vez em que eu a via machucada. Na primeira vez, Paulo a atropelou e agora, Caíque a acerta uma bola. Eles realmente são idiotas.

- Olha, foi mal mesmo. O Caíque é um idiota. - tentava me desculpar pelo erro de Caíque.

- Não precisa pedir desculpas, ele não fez por mal. - ela era agradável novamente.

- É, mas eu acho que...

- Tá tudo bem, Nathan. Não se preocupa. - ela pegou o celular e começou a mexer no mesmo.

- Tudo bem então. - suspirei e continuei dirigindo.

Ela era como uma rosa. Delicada, mas com seus espinhos. Não gosta de ser cuidada, e eu acho que isso seria um problema. Mas de qualquer forma, eu ainda queria ficar com ela.

POV BEATRIZ

Ele andava sendo tão carinhoso comigo que resolvi mudar um pouco. Aliás, a gente havia acabado de se conhecer e ele me tratava como um das milhares de coisas que eu jamais seria dele: filha.

Não que eu não gostasse de ser cuidada. Apenas não gosto de depender de ninguém e nem que alguém ache que eu dependo. Tenho minha própria vida, sou delicada como uma rosa, mas tenho meus espinhos.

- Obrigada pela carona e pela companhia. - sorri e fui saindo do carro assim que chegamos na garagem do prédio.

- Não foi nada. - ele sorriu.

- Boa noite. - dei um beijo em sua bochecha, talvez um pouco perto demais da boca e sai do carro.

Corri até o elevador, não queria subir com ele, vai que ele tentasse alguma coisa? E também tinha que saber como John estava, já estava escuro e logo a mãe dele chegaria do consultório. Se descobrisse que eu, além de levar o filho dela pra uma manifestação, ainda larguei ele com dois desconhecidos e minha melhor amiga, eu seria além de demitida, decapitada.

Assim que cheguei ao hall do prédio, dei de cara com ele. Fazia algumas semanas que nós não nos víamos. Ele viajava muito com o grupo, e eu sempre acabava ficando. Nem mesmo sei porque namorávamos a tanto tempo, quase nunca estávamos juntos, nem mesmo havia sentimento de verdade.

- Oi princesa! - ele me abraçou forte e eu retribui.

- Johnny? O quê você tá fazendo aqui? - soltei ele e o olhei assustada.

- Vim te ver, eu acabei de chegar de Vitória. - ele explicou e segurou minhas mãos.

POV NATHAN

Quando estava fechando o carro, percebi que ela havia esquecido sua bolsa em cima do banco traseiro do carro. Isso era bom, podia ir atrás dela sem que ela me achasse um idiota.

Peguei a bolsa e me dirigi até o hall do prédio, assim que cheguei me deparei com ela segurando as mãos de outro cara. Aquilo era estranho pra mim. Eles poderiam ser qualquer coisa um do outro.

- Hm, Bea? - chamei um pouco sem graça.

Prontamente ela se virou e pareceu um tanto nervosa em me ver. Eu gostava de vê-la assim, me fazia me sentir importante para ela. Porém, eu sabia que não era por isso, sabia que ela estava assim porque eu não deveria estar lá.

- Você esqueceu sua bolsa. - estiquei o braço deixando a bolsa preta ao seu alcance.

E só então eu reconheci quem ele era, Johnny. Nos conhecemos a pouco tempo, mas já dizemos alguns shows juntos. Eu não tinha chance nenhuma com ela depois dele. As garotas deliram com ele e os outros garotos do Trio. Eu era apenas mais um. Apenas mais um diante daquela mulher que deveria estar acostumada com dezenas de homens rodeando-a. E por fim, eu havia de me conformar.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora