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POV NATHAN

              Quase todos os dias, eu canto uma música cujo um verso define o meu momento: "das incertezas com a roupa pra sair". Minha cama toda bagunçada, roupas e sapatos para todos os lados. Eu só quero ficar bonito e chamar a atenção dela. Talvez ela queira algo comigo depois.

              O que é que está acontecendo comigo? Eu estou me arrumando, me perfumando e me embelezando à horas para sair com uma garota?

              Ok, você não é assim. Mas deve valer a pena de alguma forma.

              Um tênis branco, calça jeans, blusa branca de botões e um sorriso, modestamente, lindo. É, eu sou lindo. Bom, é o que elas dizem.

     — Aonde você vai desse jeito? — Caíque perguntou entrando no quarto e se jogando na cama

     — Vou sair com a Bea. — me virei para ele que estava com os olhos arregalados — O quê foi?

     — Nada. — ele deu a última mordida em sua batata Ruffles e amassou o pacote — Só espero que ela não te ligue um milhão de vezes depois. O toque do seu celular é irritante.

     — Aff, Caíque, é só um encontro! — peguei minha carteira e coloquei no bolso

     — Ok. Aonde vão?

     — No Subway.

     — Subway? Aqui na frente? — perguntou incrédulo e eu apenas murmurei um "sim" — Nossa, quanta criatividade.

     — Ao invés de criticar o local do meu encontro, porque você não liga para a Lari? — a encarei sério.

     — Porque eu não tenho número dela, agradeço muito a Deus por isso. — ele se sentou na cama e ironizou.

     — Você é um belo de um mentiroso, sabia? Tadinha da garota, você não tem coração. Você é o choose dela. — tirei meu celular do carregador e enfiei dentro do bolso.

     — Eu tenho sim. Porém, não vou gastar minha gentileza e bondade com aquele garota. — ele revirou os olhos.

     — Achei que amasse todas as flyers.

     — Eu amo todas, e amava ela. Até descobrir o quanto ela é petulante. — sai do quarto e ele foi me seguindo.

     — Você nem sabe o que significa petulante. — franzi o cenho enquanto destrancava a porta de nosso apartamento.

     — Não preciso saber, desde que seja uma ofensa à aquele garota estranha. — eu ri e ele me olhou séria — Não ri não viu? Ela é um irritante.

     — Tchau Caíque. — fechei a porta balançando a cabeça de um lado para o outro.

. . .

              E de repente eu estava de frente para ela. Uma roupa linda para uma garota linda, com um sorriso lindo. Eu jamais teria alguma chance com ela, ela é tão... Ela, que eu sou apenas mais um na lista enorme de caras caidinhos por ela.

     — Bea? Nossa. Você está...— a palavra não saía.

     — Bonita? — ela estreitou os olhos e sorriu ainda mais lindamente com os dentes cerrados.

     — Não. Você está perfeita, aliás, você é perfeita. — falei tão rápido, que nem eu mesmo compreendi.

     — Acho que essa é uma palavra muito forte. Mas eu adorei o elogio. Você também está lindo. — ela sorriu e foi se aproximando.

     — Acho que essa é uma palavra muito forte. Mas eu adorei o elogio. — sorri e coloquei as mãos no bolso frontal da casal enquanto ela gargalhava lindamente mostrando suas covinhas.

     — Vamos logo. — ela assumiu o controle caminhando a minha frente.

              É BICAMPEÃO!

POV BEATRIZ

              Ok. Eu estou parada na calçada esperando o sinal fechar, ao lado de Nathan Barone, sentindo o cheiro maravilhoso de seu perfume, olhando diretamente para a lanchonete do outro lado da rua.

              Eu não quero correr o risco de me apaixonar por ele. Até porque eu me apaixono muito fácil, acredite.

     — Será que vai demorar muito? — ele perguntou visivelmente impaciente.

     — Talvez um pouco. — respirei fundo preenchendo meus pulmões com o ar poluído por seu perfume — Gostei do perfume.

     — Ah sério? Ganhei de uma fã. — ele sorriu.

     — Eu nunca dei presentes para o meu ídolo.

     — Quem é o seu ídolo? — ele virou-se para mim e me encarou.

     — Promete que não vai rir? — ele assentiu cerrando os lábios — Louis Tomlinson.

     — O da One Direction?

     — É, ele mesmo! Sabe, eu posso até não ser uma adolescente e tais. Mas eu sou louca por eles. — falei empolgada e fazendo diversos gestos com a mão.

              E ele apenas riu. Quando o sinal fechou, ele deu um passo a frente, deixando seu tênis branco sobre a faixa de pedestres branca, estendeu sua mão para mim e inclinou um tanto a cabeça para o lado. Estendi minha mão, segurando a dele e caminhei de mãos dadas com o mesmo até o outro lado da rua.

              Em silêncio. Eu me sentia como uma garota indefesa cujo ainda precisa segurar a mão da mãe para ficar segura, enquanto atravessa a rua.

              Lembro-me muito bem de quando ainda precisava da ajuda de minha mãe ou meu pai para atravessar a rua. E de quando quase fui atropelada, no dia em que estava aprendendo a andar de bicicleta.

              Acho que agora o tempo passou. E em que me ajuda a atravessar a rua, é Nathan.

Seus Detalhes (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora