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POV BEATRIZ

Não vou negar que a forma como Nathan falou me assustou um pouco. Mas gostei da sinceridade dele, me passa confiança e eu me sinto segura. E a proposta dele... Hum, aquilo sim foi incrível. Ele poderia ter apenas me beijado ou algo assim, mas ele me quer por inteira. Quer me conhecer melhor e que tenhamos uma coisa séria futuramente.

Eu gosto disso.

Eu gosto muito.

Além de ter atitude, ele é fofo. Ele não quer avançar o sinal mas quer andar de pressa, quer que aconteça com calma mas tem sede de sentimentos.

Eu gosto disso.

Eu gosto muito.

Estava na cozinha, rodando a colher na panela de chocolate enquanto cantarolava uma música qualquer. Quando ouvi o som de Ela Se Acha, era o meu celular tocando. Sim, eu me apaixonei por essa música desde o dia do show. Nathália tinha no celular e então me mandou, eu não parei de ouvir e coloquei no toque do meu celular. Revirei os olhos e estiquei o braço até o balcão pegando o aparelho e lá estava: Mom ♥

- Oi dona Ana! - sorri ao atender.

- Oi meu amor, tudo bem? - tirei a panela do fogo e desliguei o mesmo.

- Estou sim e a senhora? O pessoal aí? - sentei na bancada.

- Estamos bem, mas sabe como é. Seu pai e seus irmãos continuam me tirando do sério. - rimos.- Mas eu liguei por você, soube que você o João Vitor terminaram.

Era só o que faltava...

- Quem disse isso? - suspirei, tentando manter a calma.

- A mãe do João. Poxa, Beatriz, ele é um menino tão bom... - disse manhosa.

- Mãe, eu não amo mais o Johnny. Não podia enganar ele, ok? Desculpa, sei que vocês passaram a se dar bem a pouco tempo, mas não é assim que funciona. Aliás, a senhora nunca me liga e quando liga é para falar do João? Achei que eu fosse um por cento mais significante para você! - fiz meu drama básico de cada dia.

- Quanto drama, Beatriz! - rimos.- Eu fiquei preocupada, achei que estava sofrendo.

- Pelo contrário, mãe. Estou muito feliz. - sorri pensando em Nathan.

- Posso saber qual o nome da sua felicidade?- novamente, manhosa.

Minha mãe é a rainha da manha, senhor.

- Bom, o nome é Nathan. Mas pode atender como o amor da minha vida. - e só depois que eu falei, me dei conta do que eu disse.

- Eita! Mas já? - riu. - Conta mais.

. . .

Eu e minha mãe passamos quase duas horas no celular, e só desligamos porquê meu pai e ela iriam sair. Comi quase uma panela inteira de chocolate enquanto assistia dorama na TV. Ah não me julguem, os coreanos são muito fofos.

Estava sentada com a perna apoiada no sofá quando a porta do apartamento bateu com força. Me virei para porta e vi Lari entrar completamente desorientada com os olhos inchados e a maquiagem borrada, ela tentava esconder o rosto com as mãos, mas seu rosto estava parecendo uma bolacha gigante.

- Hey? LARI! - eu chamava e ela continuava caminhando em direção ao quarto.

Desliguei a TV e deixei a panela na mesa de centro, levantei em um pulo e fui atrás dela. Ela entrou no quarto e se jogou na cama enfiando a cara no travesseiro. Eu nunca vi ela assim em toda a minha vida.

- Meu anjo, o que foi? - afagava seus cabelos enquanto ouvia seus soluços.

- Não me chama de anjo! - disse ríspida. - Grita comigo, me bate, fala para eu não chorar por macho, me joga no chão, chuta minha cara, me xinga eu sei lá!

- Que? - perguntei confusa.

Mas gente...

- ARGH BEATRIZ QUE BURRA! - gritou. - Eu quero que me bata, pode ser?

- Por mais que eu adore te bater, eu não vou fazer isso. - ela se sentou na cama e me encarou.

- Porque? Eu não mereço apanhar? - arqueou a sobrancelha.

- Larissa, já deu de drama supremo! Agora fala logo o que aconteceu, merda! - dei um tapa em seu braço.

- AI CARAÍ! NÃO ME AGRIDE! - revirei os olhos.

. . .

- Espera, você foi na casa do Felipe? - interrompi mais uma vez.

- É. Agora ouve e para de interromper. - assenti e ela continuou. - Ai quando eu cheguei lá ele disse com aquela cara de safado gostoso dele: "Sabia que você ia vir atrás de mim. Aquele otário não te satisfaz né?" Ai eu contei até três mentalmente e perguntei se podia entrar e ele disse que sim.

- Mas o Caique te satisfaz? Você gozou com ele? - sorri maliciosa e ela ficou boquiaberta.

- Beatriz olha o que você está falando! Sua nojenta! - revirou os olhos e eu ri. - Posso continuar?

- Pode. - me recompus.

- Ai quando eu entrei ele veio com aquele joguinho dele, porque sabe que eu não resisto. - continuou.

- Que joguinho? Então confessa que gostou? - mordi o lábio e ela respirou fundo.

- PUTA QUE PARIU, BEATRIZ! VOCÊ ESTÁ IMPOSSÍVEL HOJE. NÃO TE CONTO MAIS NADA! - cruzou os braços e gritou.

Estiquei os braços para o alto em forma de rendição. Adoro quando ela fica irritada. Comecei a rir descontroladamente e nós fizemos uma rápida guerra de travesseiros. Paramos quando ela me deixou de bruços, sentou na minhas costas - magrela e pesada. Pesada pra caramba- , e pressionou um travesseiro em minha nuca. Me deixando sem respirar com o rosto entre o colchão e o travesseiro.

Depois de muito implorar, ela me soltou e eu, obviamente, bati nela. Para falar a verdade, a gente se bateu. Porque a Lari não aguenta nada calada. Depois nós paramos e ela voltou a me contar.

- Então, continuando. Tipo, ele ficou beijando meu pescoço e me abraçando por trás. E obviamente a gente se beijou. Eu estou com ódio dele, mas o Felipe é muito gostoso entende? - assenti.

Ele é gostoso mesmo! Senhor!

- Ai ele me jogou no sofá e começou a descer os beijos e eu dei por mim e mandei ele parar. Depois de ele fazer uma porção de gracinhas antes de parar, eu conversei com ele e pedi para ele não ficar mais atrás de mim. Pedi desculpa pelo meu comportamento no camarim, apesar de não achar que agi errado. Só sei que ele ficou chateado. - ajeitou o cabelo que caía no rosto. - Ele me falou as coisas que disse para o Caique e que eles brigaram por minha causa. E ele continuou dizendo que eu tenho que ficar com ele e falou horrores do Caique. Mas eu mandei ele parar e disse queeuamoocaique. - disse a última parte rápido.

- Oi? Repete, eu não entendi. - sorri maliciosa.

- Ele me jogou no sofá e...

- ... isso eu entendi. Quero saber a última frase.

- Mandei ele parar e disse queeuamoocaique. - disse mais baixo.

- AI LARISSA! QUE FOGO! FALA DIREITO CACETE! - ela revirou os olhos.

- DISSE QUE EU AMO O CAIQUE! - berrou. - Satisfeita?

- Muito! - comecei a rir.

- Idiota. - revirou os olhos.

AH EU SABIA. PALMAS PARA MIM. UHUUUUUUUU! LARIQUE!!!!!!!

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